Após um bacharelado em artes visuais, Margaux Motin fez um BTS em Comunicação Visual na Escola Nacional de Artes Aplicadas e Artesanato, na França. Sua estréia profissional foi como ilustradora, e em março de 2008, ela abre seu blog, que a torna conhecido do público em geral. Em maio de 2009, ela publicou uma coleção de ilustrações decorrentes de seu blog, onde ela exibe anedotas divertidas de sua vida. Finalmente, em 2013, ela lança PLACAS TECTÔNICAS, um compilado de situações de sua vida, repletas de um humor ácido e muita ironia.

A HQ começa com Margaux aos 35 anos, separada, com uma filha pequena, sem saber bem que rumo tomar. As primeiras páginas já criam um certo impacto, por demonstrarem como um relacionamento errado pode anular uma pessoa. Nos desenhos, ela faz uma comparação de algumas situações que uma pessoa mal casada suporta, e como seriam essas mesmas situações vividas por uma pessoa solteira. São todas muito engraçadas, mas também são tristes. Em um relacionamento saudável, é necessário suportar e abrir mão de algumas coisas, para existir equilíbrio, mas jamais se deve abrir mão de quem se é, de nossa essência. E Margaux, pelo que relata, parece que abriu mão dessa sua parte e perdeu sua identidade. Que ela começa a recuperar agora, depois de separada, como tivesse passado um longo tempo presa e, finalmente, encontrou a liberdade.

As páginas seguintes abordam três relacionamentos de forma misturada: a filha de Margaux; o novo namorado de Margaux; e a própria Margaux. Embora tudo seja tratado com muito humor, com desenhos e cores que tornam esse humor ainda mais acentuado, é bem perceptível que o maior drama de Margaux é com ela mesma. PLACAS TECTÔNICAS não é sobre maternidade, tanto que todas as partes em que a filha de Margaux aparece, são para exemplificar o impacto que a criança tem na vida, no humor, e na falta dele, de Margaux. Não são lições ou dicas de como criar e se relacionar com uma filha, mas como extravasar pela sua existência.

PLACAS TECTÔNICAS também não é sobre um novo amor, que figura do namorado de Margaux. As partes em que ele aparece, também são com um humor que demonstra a total insegurança de Margaux sobre o que sente, sobre o que ele pode sentir por ela, como se comportar, como se vestir, sobre o que conversar, sobre um novo casamento e o que isso implicaria na sua vida.

Até metade da HQ, eu fiquei em dúvida sobre se gostava ou não de Margaux. Pensei que ela tinha um sério problema de insegurança, de frustração e até uma possível bipolaridade. Ainda mais devido ao relacionamento com a filha. Quase todas as partes, demonstram como a menina afetava sua vida, como se ela fosse um estorvo. Margaux não demonstra as partes boas da maternidade, apenas aquelas que a prendem. Na verdade, quase toda a HQ é sobre isso, sobre muros e prisões. E foi só aí, quando tive essa percepção, que eu compreendi sobre o que é PLACAS TECTÔNICAS.

Como disse, não é sobre maternidade, não é sobre relacionamentos, mas é sobre amor próprio, é sobre individualidade, sobre você conhecer quem você é, compreender que apesar de todos os compromissos profissionais, pessoais, apesar de ser mãe, apesar de ter um namorado, você é uma pessoa única, que precisa ter seus momentos, que tem o direito de extravasar, de gritar, de ter opiniões e gostos diferentes, sem precisar se justificar ou se sentir mal ou diminuída por esses gostos. Você é algo complexo, você tem várias partes dentro de si que precisam ir se ajustando aos poucos, criando pequenos terremotos emocionais, até que tudo fique certo novamente. E daí vem o título do livro. Da mesma forma que o planeta, nós, às vezes, passamos por fases que nos obrigam a reajustar quem somos. Isso não é egoísmo, ou ser relapso, ou mesmo que não gosta de sua filha ou de seu namorado, mas, sim, uma necessidade emocional e psicológica para manter sua integridade.

PLACAS TECTÔNICAS utiliza o humor de situações cotidianas, com desenhos belíssimos, para mandar várias pequenas mensagens sobre liberdade individual, sobre reconhecimento pessoal, sobre superação emocional. Uma leitura que levará você para o alto, que fará você se sentir mais leve e mais completa. Não deixe de ler 😉

Ah, se quiserem acompanhar o trabalho da Margaux, podem seguir o Instagram dela: http://instagram.com/margauxmotin/

E se quiserem tentar a sorte e ganhar um exemplar de PLACAS TECTÔNICAS, basta participar da promoção e seguir a regras abaixo:

REGRAS

UM: Preencher o formulário de participaçăo, sendo que existem entradas obrigatórias, que valem um ponto cada uma, entradas opcionais, que valem cinco pontos cada uma, e uma entrada diária opcional, que vale cinco pontos a cada dia que voce a fizer. Quantos mais pontos voce somar, mais chances tem de ser sorteado;

DOIS: Deixar um comentário neste post;

TRĘS: O ganhador precisa ter endereço no Brasil para receber o premio;

QUATRO: Após 15/06/2019, será feito o sorteio pelo formulário de participaçao;

CINCO: O premio será enviado em até 30 dias úteis, após divulgado o resultado. O blog nao se responsabiliza por extravios, danos ou roubos do premio enviado;

SEIS: O ganhador(a) terá 48 horas para responder ao e-mail de solicitaçao do endereço. Caso năo responda nesse prazo, será desclassificado(a) e um novo nome será sorteado;

SETE: O blog GRAMATURA ALTA se reserva o direito de dirimir questoes năo previstas nestas regras.

RESULTADO

Natália Tojal (@nanossauro_)


AVALIAÇAO:


AUTORA: Margaux MOTIN, nascida em 1978, é desenhista e quadrinista. Depois de estudar Artes na ENSAAMA Olivier-de-Serres, Margaux fez vários bicos antes de se lançar na ilustração para imprensa e para publicidade. Criou um blog em março de 2008, e seu humor truculento se transformou rapidamente em um grande sucesso. É autora de diversas graphic novels e histórias em quadrinhos, como J’aurais adoré être ethnologue… e La Théorie de la contorsion (ambas pela Marabout).  Placas tectônicas é seu primeiro livro publicado no Brasil.
ILUSTRADOR: Margaux MOTIN
TRADUÇAO: Fernado SCHEIBE
EDITORA: Nemo
PUBLICAÇAO: 2016
PÁGINAS: 256


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