Relembrando os 20 anos de progresso de “Fullmetal Alchemist“, esta edição especial inclui mangás anedóticos e ilustrações desenhadas por Hiromu Arakawa para várias mídias, tudo de uma vez! Além disso, há uma “conversa sobre memória” de Hiromu Arakawa relembrando contribuições de diretores e membros do elenco de vários meios de comunicação, e uma novelização completamente nova retratando o episódio entre Havok e Ross antes do dia prometido!
Se você ainda não conhece, “Fullmetal Alchemist” se passa em um mundo fictício com um toque steampunk, parecido com o período logo depois da Revolução Industrial na Europa. Nesse mundo, a alquimia é uma das técnicas científicas mais avançadas. No entanto, nem todos os personagens conseguem usar alquimia, porque é preciso ter habilidade para dominar suas propriedades. A história foca nos irmãos Edward e Alphonse Elric, que estão em busca da pedra filosofal para consertar seus corpos depois que uma tentativa de trazer a mãe deles de volta à vida com alquimia dá muito errado.
Os irmãos Edward e Alphonse Elric nasceram na aldeia de Resembool, localizada no país fictício de Amestris. Eles viviam lá com a mãe, pois o pai havia deixado a família sem dar explicações. Anos depois, a mãe deles morreu por causa de uma doença que não tinha cura, deixando os irmãos sozinhos. Sentindo a falta dela, Edward decidiu tentar trazê-la de volta à vida usando alquimia. Eles estudaram muito sobre Transmutação Humana, que é uma técnica proibida para tentar criar ou modificar um ser humano. Mas essa tentativa não deu certo: Edward perdeu a perna esquerda e Alphonse perdeu todo o seu corpo, ficando apenas sua alma, que foi presa em uma armadura por Edward.
Num momento de desespero para salvar seu irmão, Edward sacrificou seu braço direito para fixar a alma de Alphonse em uma armadura. Poucos dias após esse incidente, um alquimista chamado Roy Mustang visitou os irmãos Elric. Ele ofereceu a Edward a chance de se juntar ao Estado Militar de Amestris. Em troca, Edward receberia mais recursos para pesquisa, o que poderia ajudá-los a encontrar uma forma de recuperar seus corpos. Aceitando a proposta, Edward teve sua perna esquerda e seu braço direito substituídos por próteses avançadas chamadas automail, que foram construídas por sua amiga Winry.
Edward então se torna um Alquimista Federal, trabalhando para o Estado Militar de Amestris, que foi responsável pela destruição de grande parte da população Ishibaliana na última década. Com esse cargo, ele ganha acesso a recursos extensivos que são disponíveis somente para quem ocupa essa posição. Movidos pelo desejo de recuperar seus corpos, os irmãos começam a buscar a Pedra Filosofal. Durante sua aventura, Edward e Alphonse fazem novos amigos e enfrentam muitos inimigos, encontrando pessoas que, assim como eles, estão dispostas a fazer de tudo para conseguir a Pedra Filosofal.
“Fullmetal Alchemist” alcançou um sucesso enorme, vendendo cerca de 64 milhões de cópias pelo mundo. Em duas pesquisas feitas no site oficial da TV Asahi, o anime foi eleito o mais popular de todos os tempos no Japão. O mangá inspirou duas adaptações para anime. A primeira, lançada em 2003, teve 51 episódios. No entanto, essa série seguiu fielmente o mangá apenas até o episódio 25, porque o mangá ainda estava sendo escrito. A partir do episódio 26, o anime tomou um rumo diferente, apresentando uma trama original com novos personagens e finais diferentes do mangá.
O anime de 2003 de “Fullmetal Alchemist” traz personagens que só existem nessa versão, como Dante, que se torna a principal antagonista, tomando o lugar de outros vilões que surgem mais tarde no mangá. Dante tem uma ligação com Hohenheim, o pai dos irmãos Elric, e essa relação é mostrada de forma diferente da que é vista no mangá. Além disso, essa versão do anime foca mais em temas filosóficos e existenciais, debatendo questões sobre o que é ser humano e o preço da ambição. Essas reflexões ficam claras no final do anime, que é mais sombrio e profundo do que no mangá. O final da série de 2003 é completamente diferente e leva a um filme chamado “Fullmetal Alchemist: Conqueror of Shamballa” (2005), que conclui a narrativa que começou no anime.
“Fullmetal Alchemist: Conqueror of Shamballa” acontece dois anos depois do final da série de 2003. Neste filme, Edward Elric se encontra na Alemanha de 1923, em nosso mundo, para onde foi transportado durante o clímax da série anterior. Sem poder usar alquimia, ele luta para se adaptar à sua nova realidade e está determinado a encontrar um jeito de voltar para o seu mundo e se reunir com seu irmão, Alphonse. Alphonse, por sua vez, conseguiu recuperar seu corpo original e espera o retorno de Edward.
Enquanto Edward está na Alemanha de 1923, Alphonse continua sua busca pela Pedra Filosofal no seu próprio mundo, esperando usar seu poder para trazer Edward de volta. O filme “Fullmetal Alchemist: Conqueror of Shamballa” gira em torno das ações da Sociedade Thule, um grupo ocultista nazista que tenta abrir um portal para o mundo de Edward. Eles acreditam que esse mundo esconde o mítico reino de Shamballa. O filme mescla eventos e personagens históricos da Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial, como Adolf Hitler e a ascensão do nazismo, com o universo fictício de “Fullmetal Alchemist“. Essa combinação de fatos históricos reais com elementos de ficção cria uma trama singular e fascinante.
Em 2009, foi lançada uma nova versão do anime chamada “Fullmetal Alchemist: Brotherhood“. Essa versão se diferencia da original porque adapta todos os 27 volumes do mangá, enquanto a versão de 2003 adaptava apenas 17 volumes. Por isso, “Brotherhood” tem mais episódios, totalizando 64, contra os 51 da série anterior. “Fullmetal Alchemist: Brotherhood” se mantém muito mais fiel ao mangá original de Hiromu Arakawa. A série acompanha de perto a trama e o desenvolvimento dos personagens, respeitando os arcos narrativos, os vilões e o final da história conforme apresentados no mangá.
Eu tenho uma preferência pela versão do anime de 2003, mesmo que ela não seja totalmente fiel ao mangá. Acho que isso tem muito a ver com a nostalgia. Quando assisti pela primeira vez, tanto o anime quanto o filme me marcaram de várias formas. A primeira música tema, “Melissa” (pode ouvir aqui), e a quarta música de encerramento, “Asu e no Basho” (pode ouvir aqui), foram um grande sucesso e eu me apaixonei por elas. Até hoje, uso essas músicas como toques no meu celular e sempre que ouço, me trazem boas lembranças. Esse sentimento, junto com o final mais sombrio do anime, intensificou ainda mais minhas emoções. O filme conclui a aventura de forma espetacular, trazendo um paralelo com nosso mundo durante a Segunda Guerra Mundial, o que adiciona mais drama à história. E claro, o final traz mais um sacrifício dos irmãos, mas dessa vez de uma forma muito satisfatória e emocionante.
“Fullmetal Alchemist” me cativou pela sua complexidade e profundidade, abordando temas como sacrifício, moralidade e a incessante busca pela verdade. O que realmente se destaca é o desenvolvimento incrível dos personagens, a narrativa que prende a atenção e a forma como o anime trata questões filosóficas e éticas, entrelaçadas com tramas políticas e sociais. Muitos episódios são tristes e marcantes, mostrando situações em que os personagens não alcançam uma vitória clara e presenciam ações desumanas de outros, que trazem consequências devastadoras. Apesar de tudo isso, os dois irmãos principais, Edward e Alphonse, mantêm seu amor fraterno e a determinação em ajudar os amigos e seguir em frente na luta para recuperar o corpo de Al.
Esta edição especial de “Fullmetal Alchemist” lançada pela JBC é um verdadeiro tesouro para os fãs. Ela inclui várias histórias curtas sobre os personagens, mostrando situações que acontecem dentro do universo do mangá. Além disso, está repleta de curiosidades, piadas divertidas, depoimentos dos criadores, rascunhos e muito mais. É uma edição que vale a pena ter, especialmente por contar com um marcador muito bonito e uma capa bem elaborada. Tenho certeza de que, ao terminar essa leitura, você vai querer reler o mangá ou assistir ao anime de novo. Foi exatamente isso que eu fiz.
AVALIAÇÃO:
AUTOR: Hiromu Arakawa TRADUÇÃO: Karen Kazumi Hayashida EDITORA: JBC PUBLICAÇÃO: 2024 PÁGINAS: 240 COMPRE: Amazon |