Alice Sun sempre se sentiu invisível no Internato Internacional de Airington, onde é a única estudante bolsista entre os adolescentes mais ricos e influentes de Pequim. Ela se dedica para ser a melhor aluna da turma e garantir um futuro digno para sua família.
Até que algo muito estranho acontece: Alice começa a ficar literalmente invisível. Invisível de verdade! E quando seus pais revelam que não vão mais conseguir pagar o colégio — mesmo com a bolsa de estudos — ela percebe que pode usar esse novo poder a seu favor.
Com acesso ilimitado a todos os segredos dos estudantes, Alice oferece seus serviços de invisibilidade para descobrir qualquer coisa que seus colegas desejam saber — em troca de um pagamento, é claro! Mas quando seu grande rival acadêmico se torna seu parceiro de negócios e as tarefas escalonam de pequenos escândalos para crimes de verdade, as coisas começam a sair de controle. Agora, Alice precisa decidir se vale a pena arriscar sua dignidade para ajudar a família e permanecer no internato.
A leitura de “Se você pudesse ver o sol” me deixou com sentimentos misturados. Algumas partes do livro são bem emotivas e parecem genuínas para a idade dos personagens, mostrando relacionamentos e emoções que são fáceis de gostar e nos fazem sentir empatia e simpatia. É simples entender como os jovens podem usar uma habilidade incomum para se beneficiarem, se divertirem ou fazer coisas que seriam impossíveis normalmente. Estou falando sobre a habilidade de Alice de ficar invisível. Quem não gostaria de ter um poder desses de vez em quando?
Em outras partes, o livro deixa de lado o clima juvenil de aventura e romance leve e mergulha em temas como crimes, sequestros e até risco de vida. Essas mudanças acontecem de repente, de um capítulo para o outro, e são situações que às vezes parecem até menos críveis que a invisibilidade da personagem. Essa virada abrupta na história quebra a conexão com o enredo, tira o foco das relações entre os personagens e traz uma impressão de que a autora tentou adicionar mais aventura e perigo, mas acabou exagerando e perdendo a coerência.
Outro ponto que acaba afetando o prazer de ler o livro é o fato de Alice não conseguir controlar sua invisibilidade. Ela fica invisível ou visível conforme o que o enredo precisa naquele momento. Faria sentido essa falta de controle no início, enquanto ela estivesse aprendendo a lidar com o poder. No entanto, a autora opta por manter essa imprevisibilidade durante toda a história. Em vários momentos, não há lógica alguma para o poder funcionar ou não, parece que é só para ajustar à trama e criar situações que deveriam ser tensas ou engraçadas, mas nem sempre conseguem ser.
Apesar desses pontos, “Se você pudesse ver o sol” ainda é um livro agradável e divertido de ler. Alice e Henry, o garoto que ela adora e detesta ao mesmo tempo, formam um casal convincente. Eles são carismáticos e, mesmo com os problemas mencionados, conseguem cativar o leitor. Recomendo esse livro para momentos de relaxamento, especialmente entre leituras mais pesadas. E, por último, vale mencionar que a capa é realmente bonita, na minha opinião.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Ann Liang TRADUÇÃO: Carolina Cândido EDITORA: Alt PUBLICAÇÃO: 2024 PÁGINAS: 328 COMPRE: Amazon |