Imagine acordar um dia e descobrir que não estamos sozinhos no universo. Em Chicago, um portal estelar se abre, conectando a Terra a uma comunidade intergaláctica repleta de espécies alienígenas das mais diversas. A cidade se transforma em um verdadeiro caldeirão cultural, onde humanos e alienígenas convivem lado a lado, cada um com suas peculiaridades e tecnologias avançadas que desafiam nossa compreensão.

No meio desse turbilhão está um detetive de Chicago acostumado com os desafios comuns das ruas da cidade. De repente, ele é designado para a Unidade de Relações Extranormais, uma divisão policial criada às pressas para lidar com os novos visitantes espaciais. Ele precisa navegar por esse mundo novo e estranho, resolvendo crimes que agora podem envolver não apenas humanos, mas também seres de outros planetas.

Enquanto enfrenta casos que vão desde mal-entendidos culturais até ameaças que podem colocar toda a cidade em perigo, ele lida com preconceitos, diferenças profundas e a dificuldade de entender costumes alienígenas. Ele se vê no meio de conspirações intergalácticas, tentando manter a paz em uma cidade que está na linha de frente desse encontro de civilizações.

A ideia de “Porto Estelar” é promissora, mas a forma como o enredo e os personagens são desenvolvidos acaba tornando a leitura cansativa. A história carece de inovação e reviravoltas, resultando em páginas que, aos poucos, perdem o interesse do leitor e despertam a vontade de abandonar o gibi. Quanto ao roteiro escrito por Martin, não sei ao certo por que ele não avançou para uma série de TV, mas é possível imaginar que a falta de atratividade da trama e os personagens pouco originais, já vistos em outras produções, tenham contribuído para isso.

Além disso, os desenhos não ajudam a melhorar a experiência: são simplórios, sem emoção, com cores genéricas e composições de quadros que carecem de criatividade ou qualquer traço artístico capaz de cativar o leitor. Confesso que, já na metade do quadrinho, comecei a apenas folhear as páginas em busca de algo que me motivasse a retomar a leitura. Não encontrei nada. Assim, finalizei aquela que foi, sem dúvida, uma das leituras mais desinteressantes do ano.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: George R.R. Martin
ILUSTRAÇÕES: Raya Golden
TRADUÇÃO: Jana Bianchi e Diogo Ramos
EDITORA: Suma
PUBLICAÇÃO: 2024
PÁGINAS: 272
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