
Conhecido mundialmente por seus livros de terror e suspense, com centenas de milhões de exemplares vendidos, R. L. Stine desponta no cenário da ficção juvenil pela genialidade na criação de enredos sinistros. O “Stephen King da literatura juvenil” ficou famoso na década de 1990 com a aplaudida coleção Rua do Medo. Quase duas décadas depois do último volume, Stine atende aos pedidos dos leitores e lança o livro inédito JOGOS MACABROS.
Tal como os outros títulos da coleção, a história se passa na velha cidade de Shadyside, nos EUA, conhecida por ser palco de acontecimentos misteriosos e aterrorizantes envolvendo os alunos da escola local. Todos na região conhecem a excêntrica e rica família Fear, e sabem também do passado terrível que os assombra.
Apesar desses histórico nada promissor, Brendan Fear parece ser um garoto diferente de sua família. Gentil e simpático, o jovem vive rodeado de colegas e chama a atenção de Rachel Martin, uma garota simples, colega de classe dele. Quando o aniversário de Brendan está prestes a chegar, ele começa a planejar uma comemoração um tanto diferente na isolada ilha do Medo, onde existe um casarão de veraneio pertencente à família Fear.
Rachel é uma das convidadas para passar o final de semana no local sombrio e, contrariando os avisos dos amigos, decide ir. No caminho, coisas estranhas já começam a acontecer e, ao chegarem à mansão, Brendan dá as coordenadas para o início de um jogo que se revelará o mais mortal de todos.
Eu só li um outro livro de Stine, RUA DO MEDO (resenha aqui) e, como esse, eu não considero JOGOS MACABROS um livro de terror, mas mais de mistério e suspense. Isso porque não acontecem realmente fatos macabros ou sobrenaturais, uma vez que quase todos são explicados como tramas de pessoas com más intensões ou criminosos.
Rachel é aquela garota em busca de reconhecimento e de um garoto por quem se apaixonar. Ela resume todas as características das personagens principais de livros de serial killers, corajosa, inventiva, sempre correndo do perigo, enquanto todos à sua volta morrem. E assim ela se interessa pelo principal suspeito, Brendan, o herdeiro da mansão que fica na Ilha do Medo e que, no decorrer da trama, se demonstra um pouco, ou muito, fora do padrão de uma pessoa normal. Mas isso é tratado de maneira diferente no livro.
Mac é o melhor amigo de Rachel. Logo no início, assim que fica sabendo que Rachel foi convidada para o aniversário na Ilha do Medo, ele avisa Rachel para não ir. De maneira nervosa, desproporcional, sem dizer o motivo. Rachel não compreende esse comportamento do amigo, resolve ignorar e vai ao aniversário de Brendan.
Não existem muitos personagens secundários, a quantidade se limita aos poucos convidados para a festa, e conforme ela acontece e os jogos criados por Brendan se iniciam, as mortes se intercalam de maneira violenta e inesperada.
Apesar de alguns poucos trechos que remetem ao sobrenatural, logo a trama se apresenta bem normal, apenas uma caça de gato e rato entre os convidados e criminosos. Então o foco da história é desviado para fugas, perseguições e planos de sobrevivência.
JOGOS MACABROS é divertido, não há dúvida, mas deve ser lido sem grandes expectativas. A trama é simplista, sem grandes reviravoltas, grande parte previsível. Os personagens não possuem desenvolvimento, da mesma maneira que acontece na maioria dos filmes do gênero. Eles estão ali para correrem e sobreviverem, mesmo o leitor sabendo que apenas os principais possuem chance de chegarem ao final.
AVALIAÇÃO:
AUTOR: R. L. Stine TRADUÇÃO: Alice Klesck EDITORA: Globo Alt PUBLICAÇÃO: 2016 PÁGINAS: 280 |