Para Dan Crawford, 16 anos, o New Hampshire College Prep é mais do que um programa de verão – é uma tábua de salvação. Um pária em sua escola, Dan está animado para finalmente fazer alguns amigos em seu último verão antes da faculdade. Mas, quando ele chega no programa, Dan descobre que seu dormitório para o verão costumava ser um sanatório, mais comumente conhecido como um asilo. E não apenas qualquer asilo — um último recurso para criminosos insanos. À medida que Dan e seus novos amigos, Abby e Jordan, exploram os recantos escondidos de sua casa de verão assustadora, eles logo descobrem que não é coincidência que os três acabaram ali. Porque o asilo é a chave para um passado terrível. E existem alguns segredos que se recusam a ficar enterrados.

Após a leitura de ASYLUM, cheguei à seguinte conclusão: a narrativa é igual a um passeio por um cenário tecnicamente muito bem feito, com todos os objetos necessários para criar um ambiente de terror. Você passeia por esse local, escuro, degradante, esperando aparecer algo de assustador, mas nada acontece. Aí, quando está chegando perto da saída, aparece alguém e faz um BÚ! Seco, tímido, e você fica com aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor. Até a construção dos personagens principais, Dan, Abby e Jordam, convence e é bem feita. Mas a interação entre eles é um desastre total.

Abby e Dan são o casal romântico, mas os trechos onde eles tentam avançar nos sentimentos são frustrantes. Ou porque Dan é meio panaca e não sabe conquistar a garota, ou porque Jordam aparece e estraga o momento, ou porque tocam em algum assunto que azeda a conversa. E esse ponto é estranho, porque Dan sempre esconde os acontecimentos misteriosos, pelos quais passa, dos amigos.

Abby é simpática e, dos três, é a personagem que mais agrada. É revelado pouco sobre o seu passado, mas ela se mantém constante por toda a história. Além de não sofrer do mal dos dois amigos, ela é corajosa e fiel.

Jordam é o amigo gay que deveria ser o ponto de ligação entre Abby e Dan, mas o cara tá sempre de mau humor, tem segredos que não são explicados, briga constantemente com os dois, ou seja, é um saco. Isso sem falar que ele, às vezes, parece bipolar.

Mas, apesar de todas as peças estarem certas, não acontece nada em quase todo o livro, a não ser a descoberta dos locais que faziam parte de tratamentos ilegais em pacientes, fotos e bilhetes misteriosos que afetam a relação do trio, e lá para o final, um pouco de ação, com algumas mortes e a explicação dos poucos mistérios que foram apresentados.

Acho que o que menos gostei, na verdade, foi da narrativa em terceira pessoa. A autora não soube criar uma forma de transmitir os sentimentos de cada personagem ao leitor. Tudo parecia frio demais, superficial demais, distante demais. Isso causou o meu desligamento emocional da trama, e passei a acompanhar a história apenas por curiosidade. E isso é um pecado em um livro de terror.

Mesmo assim, e porque já tinha comprado mesmo, comecei a ler SCARLETS, uma novela de 100 páginas que conta o que se passou com Cal, o filho do reitor Roger. Não tem como identificar exatamente em que momento esse episódio acontece, se antes ou depois de ASYLUM, mas a falta dessa informação não atrapalha em nada.

O que me surpreendeu em SCARLETS foi a quantidade de eventos que fazem com que o leitor leia tudo em sequência. Todos os mistérios que eu gostaria de ter encontrado em ASYLUM, eu encontrei em SCARLETS.

Cal é problemático. Vive bêbado e metido em confusões. Por conta disso, seu pai o obriga a participar da iniciativa de alguns alunos e uma professora em catalogar os objetos do porão de Brookline. Ao mesmo tempo, Cal também precisa frequentar aulas com Fallon, uma outra aluna que é uma hacker nas horas vagas.

Aos poucos, Cal descobre que os planos do pai não são totalmente para ele, mas também para se livrar de Fallon, que descobriu segredos de Brookline que não podem ser divulgados, além da existência de uma sociedade secreta chamada Scarlets.

Quando terminei ASYLUM, não tinha muita vontade de comprar o segundo livro e continuar a acompanhar a aventura do trio principal. Mas, depois de SCARLETS, não tenho opção. Preciso saber o que acontece.


AUTORA: Madeleine ROUX
TRADUÇÃO: Alexandre BOIDE
EDITORA: V&R
PUBLICAÇÃO: 2015
PÁGINAS: 336 e 104


COMPRAR: Asylum e Scarlets