Em WARRIOR NUN, Ava é uma garota tetraplégica de 18 anos que acabou de morrer e seu corpo está em um necrotério católico de uma cidade da Espanha. Ao lado de seu corpo, está um outro, de uma guerreira que fazia parte da Ordem da Espada Cruciforme, encarregada de travar uma luta contra demônios na Terra. A guerreira possuía poderes especiais graças a um artefato milenar que está embutido em suas costas.
Uma das colegas guerreiras remove o artefato, para que este seja colocado em uma sucessora, quando o local é atacado por pessoas possuídas por demônios. Para salvar o artefato, a guerreira o insere nas costas de Ava. Ao receber o poder, Ava tem seu corpo reconstruído e ressuscita, mas sem compreender o que está acontecendo, sem se lembrar como morreu ou mesmo como está viva de novo, e como, de repente, possui uma grande força física, além de ser capaz de atravessar objetos sólidos, como paredes, e emitir uma força invisível que destrói o que fica no caminho.
Enquanto tenta descobrir o que aconteceu com ela antes de morrer, quando era a interna de um orfanato católico, Ava precisa fugir de forças poderosas que representam o céu e o inferno e que querem encontrá-la para obter o artefato e controlá-lo.
WARRIOR NUN é uma adaptação de uma história em quadrinhos, WARRION NUN AREALA, criada por Ben Dunn e publicada pela Antarctic Press, aparecendo pela primeira vez em 1994. A história gira em torno da irmã Shannon Masters, da Ordem da Espada Cruciforme, uma ordem militar fictícia de Freiras Guerreiras e Sacerdotes Mágicos a serviço da Igreja Católica. Existem várias semelhanças entre a HQ e a série de televisão, mas a atmosfera e a composição dos personagens é totalmente diferente, só que para melhor.
Ava é interpretada pela atriz portuguesa Alba Baptista, que cria uma personagem totalmente sem noção do que deseja e da seriedade do poder que está inserido em seu corpo. Ela viveu desde sempre presa em uma cama, sem pais, sem qualquer família, à mercê de uma freira maquiavélica e sádica. De repente, ganha uma segunda chance, consegue andar, correr, dançar, aproveitar tudo que nunca pôde, finalmente viver na sua plenitude. Ela não está interessada em salvar o mundo em uma luta contra demônios, mas em recuperar o tempo que lhe foi negado na vida passada. É totalmente compreensível, e isso rende momentos ótimos de humor.
Mas ao mesmo tempo, Ava conhece várias pessoas que dependem do uso de seu poder para serem salvas. E ela não pode passar o artefato para outra pessoa, porque então morreria. Então entra na dúvida moral de ter que adiar os planos de conhecer a vida para se envolver em uma guerra que não é sua. Mas até que isso aconteça, muita coisa acontece. E não ache que a trama sugere alguma discussão religiosa, porque não sugere. O foco é diversão, não filosofia ou religião.
A primeira temporada tem dez episódios, todos disponíveis na Netflix, e a aceitação da série surpreendeu, gerou uma legião de fãs e a segunda temporada já está confirmada. Os episódios são todos passados na Espanha, com aquele clima litorâneo paradisíaco, ruas milenares e locais absurdamente lindos. Entretanto, embora a produção seja caprichada, os episódios possuem um pouco de enrolação, principalmente por uma repetição de situações em que Ava insiste em fugir de seu novo destino. Lá pelo meio da temporada, a coisa muda um pouco, a ação ganha prioridade, e aqueles personagens que não acrescentavam nada, acabam até por desaparecer. E acho que foi essa mudança que ajudou a criar um interesse na trama.
Entretanto, o que eu acho que realmente conquistou, foi a versão que Alba Baptista deu a Ava. A personagem se comporta como a maioria faria se estivesse em seu lugar, se fosse real. Suas atitudes, por vezes egoístas, mas compreensivelmente devido a seu histórico, são as mesmas que muitos de nós também teríamos. E a forma como ela se comporta diante do perigo, que é gritando e saindo correndo, mesmo com todo o poder que tem, é totalmente justificável. E isso desperta a empatia de quem está a assistir. Mesmo quando ela resolve lutar, ganha aquela centelha de coragem, faz de forma estabanada, inconsequente, apenas para se ver livre.
WARRIOR NUN, apesar dos primeiros episódios enrolados, pela atuação fraca da maioria dos personagens, acaba por conquistar pelas partes que avançam com a história e pelas lutas que começam de verdade na segunda parte da temporada. Mas, principalmente, pela personagem principal.
CANAL: Netflix
TEMPORADAS: 1
EPISÓDIOS: 10
GÊNERO: Fantasia
DURAÇÃO: 50 minutos
ANO LANÇAMENTO: 2020
Interessante! Por vários motivos! Por ser uma série espanhola com atores não norte americanos. E com uma premissa tão diferente.
Acho que qualquer um passaria pelo mesmo dilema de Ava, que teve uma vida difícil sem locomoção e agora se vê com poderes, plena mas tem que enfrentar uma guerra que não é sua
Que história, hein!Não conhecia a HQ, mas que bom que teve uma melhora pra televisão, raramente isso acontece né? Haha sou tão desligada da Netflix que nem sabia dessa novidade. Mas acho que gostaria de assistir 🙂
Carl!
Mesmo com as atuações secundárias sem grande profundidade, acredito que a série é interessante, principalmente porque traz muitas questões filosóficas e religiosas, mesmo que não sejam o foco da seja, seja apenas a diversão, mas as atitudes críveis de Ava, devem trazer o tom de realidade e por isso todos gostam.
cheirinhos
Rudy
Só de não ser um clichê estadunidense já me conquistou, rs. Coincidentemente uma amiga vem me mandando mensagens insistindo para eu assistir a esta série faz uns poucos dias e esta resenha foi a cerejinha no bolo que faltava para eu tirar o domingo que seria de faxina no guarda roupas, para assistir há alguns episódios.
Essa série tem uma vibe daquele filme do Frankstein moderno, com um Q de Código da Vinci e Anjos e Demônios ao meu ver e eu amei isso!
Eu coloquei essa série na listinha dos “a serem vistas” há um tempo por conta de comentários bem positivos sobre a originalidade do enredo!
Até isso de não ser mais um clichê de jovens e ir bem além dessa época e focar nas atitudes que a personagem tem e sim, são o que nós faríamos no lugar!
Eu adorei essa inovação e sim, pretendo ver em breve!!!!
Beijo
Olá! Eita que fiquei bem animada com a série, pelo trailer (e resenha) deu para perceber que ela consegue sim ser bem divertida, mas também carrega um certo mistério e ação, sem dúvida pretendo conferir, só vou depender da minha agenda que no momento está para lá de comprometida.