Yadriel é um garoto trans e gay que está determinado a afirmar sua identidade de gênero e orientação sexual para sua família latina tradicional. Mas, para isso, ele acaba invocando um fantasma que se recusa a ir embora. Quando a família latina bastante tradicional de Yadriel tem problemas para aceitar sua verdadeira identidade de gênero, Yadriel torna-se determinado a provar que é um verdadeiro bruxo. Fortemente conservadora, a comunidade bruxe não permite que ele passe pelo ritual, com a desculpa de que a Senhora Morte não iria aceitá-lo, por conta de sua identidade de gênero e orientação sexual.

Com a ajuda de sua prima e melhor amiga Maritza, ele decide ele mesmo resolver o problema, na expectativa de encontrar o espírito de seu primo assassinado e, então, libertá-lo. No entanto, o fantasma que ele invoca é, na verdade, Julian Diaz, o bad boy da escola. e Julian não tem interesse em deixar esse mundo tão facilmente. Ele está determinado a descobrir o que aconteceu e resolver algumas pendências e pontas soltas antes de partir. Sem escolha, Yadriel concorda em ajudar Julian, para que ambos possam obter o que querem. O que Yadriel não esperava era que, quanto mais tempo passa com Julian, menos quer que o garoto se vá.

Yadriel é um adolescente transsexual, gay e bruxo. E é pelo ponto de vista desse garoto que conhecemos a comunidade bruxa, suas tradições, Maritza e Julian. A história começa pelo nosso bruxo realizando o ritual, mas isso é só uma vírgula dessa aventura, Yadriel está determinado a achar o corpo de seu primo morto, e libertar seu espírito e se provar um bruxO na comunidade, a qual não é aceito.

Durante o começo da leitura, você sente a mágoa que o menino tem pela não aceitação da família, e pela dor da perda da única pessoa que o apoiava, sua mãe. Mas também vê a devoção que Maritza tem por ele, entrando em todas as loucuras sem nem pensar duas vezes, inclusive a tentativa falha de invocar Miguel, que acaba trazendo Julian.

Julian tem um temperamento explosivo, imaturo, e talvez um pouco desequilibrado, mas você consegue até perdoá-lo porque ele está morto. Isso aí, o crush passou para o outro lado do véu. Sendo bem sincera, não gostei muito de Julian no começo, achei ele um pirralho que tinha ataques de raiva por pouca coisa, e não queria saber de nada com nada, e principalmente manipulador. Muitas das coisas que Yadriel faz ou deixa de fazer é por essa manipulação toda, mas vemos o crescimento do personagem AMÉM.

Yadriel também se deixa ser manipulado, não só por Julian, mas por todos, o que é um tanto irritante, parece que ele sempre quer a aprovação. Apesar dos pesares, eles crescem durante a leitura, um descobrindo ao outro e se descobrindo, o que na verdade é o foco principal do livro, a morte do primo se torna só um pano de fundo, e na metade do livro você já sabe o final, só não sabe como vai acontecer.

OS GAROTOS DO CEMITÉRIO é um livro fofo, que os personagens são apaixonantes, mesmo te causando uma raiva extrema, é um livro que te mostra a cultura latina sobre o dia dos mortos, os rituais, de como é uma família latina, ou seja, como todos gritam tanto (brincadeira, só que não). E um dos principais pontos, como é fazer parte de um grupo LGBT dentro dessa comunidade.

Acredito eu que o autor, que também é trans e eu achei maravilhoso escrever um livro trazendo esse tema, deixou abertura para mais livros. E eu realmente espero ver mais os garotos, só que mais maduros. E que o autor traga-os como os homens do cemitério.


AUTOR: Aiden THOMAS
TRADUÇÃO: Arthur RAMOS
EDITORA: Galera
PUBLICAÇÃO: 2021
PÁGINAS: 350


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