Em A FUGA, Sunamuh que é dividido entre os reinos de Satidipuc e Oisulli, ambos em guerra há anos, onde o motivo é banal. Retlaw, nosso protagonista, é um nortenho de Satidipuc. Mas como assim nortenho?
Bom, Satidipuc é dividida entre Sulistas, que são as castas altas, como o rei, duques, barões, soldados, entre outros. Já os Nortenhos, são a classe baixa do reino. Pensem no lugar como eles vivem sendo dessa classe baixa, se assemelha a um esgoto a céu aberto.
Lendo sobre Satidipuc, você vê as duas partes da moeda, os ricos e os pobres. Você consegue perceber a desigualdade, a discriminação (os nortenhos são queimados com um triângulo aos quatro anos de idade para que aja uma marca de diferença entre eles), a falta de direitos do povo da classe baixa, a falta de educação (eles não tem direito a aprender a ler), a falta de liberdade (eles não podem passar do lado sul, que é separado por uma ponte com soldados a vigiando durante a noite e tem toque de recolher), o uso da religião para dizer que as pessoas foram castigadas pelas divindades do reino, e principalmente a violência, que é vista como algo comum.
Porém, após uma fatalidade, Retlaw é quase morto e acaba perdendo sua família. Ele terá que aprender a viver fora de Satidipuc, assim encontrando Céu Exterior, um pequeno vilarejo, onde todos vivem em paz, onde não há discriminação, onde não há o que temer. Ele percebe que tudo aquilo que conhece, não é a realidade do mundo inteiro. E ali, sua jornada começa.
Admirei muito Retlaw, achei ele um personagem forte, que pensa por si mesmo, e que não se contenta com o que é lhe mostrado. Sendo nortenho e considerado um lixo, ele é muito mais inteligente que todos os sulistas, até porque quando está bom para nós, para que vamos querer mudanças não é, sulistas? Apesar dele sofrer muito (sério, gente, o bichinho sofre, viu), ele sempre conseguia enxergar o lado bom e ser agradecido.
O livro é bem construído, a escrita é bem fácil de ser lida, os capítulos são curtos (amo), porém não é um livro que você consegue ler em dois dias, por exemplo. Ele tem muita história e muita coisa pra ser descoberta.
SUNAMUH – A FUGA é um livro adolescente com um pé na vida adulta, porque ele tem um conteúdo que, apesar de ser distópico, é com certeza o que estamos vivendo em diversos locais do mundo. É um livro para se rever conceitos, ou acreditar mais ainda nos que já temos. Foi uma leitura maravilhosa e uma das mais surpreendentes do ano.
AVALIAÇÃO:
AUTOR: Herbert Silva COSTA, nascido em 1993, estudou direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e pretende atuar na área. Sua paixão pela literatura começou aos 11 anos quando encontrou na biblioteca de sua escola um exemplar do livro “a sétima torre – a queda”, e desde então continuou lendo sempre, fantasia na maior parte das vezes. A aspiração de ser escritor surgiu durante a faculdade, quando percebeu afinidade também com a escrita. Além de livros, possui um grande amor por basquete, vídeo game e filmes
EDITORA: Pendragon
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 292
COMPRAR: Amazon
Uma trama com um enredo envolvente onde torcemos pelo protagonista.
A injustiça social e essa divisão me chamaram muito a atenção. E apesar de ser um tanto quanto comum nesse gênero literário é raro ver em um livro nacional.
Pelo que li na resenha essa história rende uma trilogia. Não é?
Literatura nacional!!!Como precisa ser valorizada, ainda mais quando ela é apresentada assim, com carinha de livro estrangeiro!
Adoro livros assim, que mantém esse pézinho na fase juvenil,mas que também traz um pé lá no futuro, lá na vidinha adulta!
Não tinha lido nada a respeito do livro e lendo a resenha, fiquei imaginando vários momentos, como o das restrições, ainda mais sendo assim, tão pesadas.
Marcar uma criança…
Vai para a lista de desejados com certeza.
Beijo
Olá! Mas gente, confesso que no começo da resenha fiquei perdidinha com esses nomes tão estranhos, tive que ler e reler para me situar melhor e gostei bastante da proposta do autor e com certeza quero conferir a história completa.