Acho que todos concordam que desde março de 2020, entramos em uma fase terrível como poucas vezes se viu na história. Além de toda a tristeza e sofrimento pelas mortes causadas pelo covid e por um governo criminoso, todos os setores do comércio, inclusive as editoras, precisaram se adaptar a este caos. No caso dos livros, o que se viu de forma geral, foi a republicação de obras conhecidas, adiamento de lançamentos em formato físico e priorização do digital, redução de tiragens, entre outras ações que visaram diminuir o prejuízo.
Não bastasse tudo isso, o Ministério da Economia, desde 2020, estuda uma mudança de tributação que poderá afetar diretamente o custo dos livros e, obviamente, encarecer seu preço de capa. Pela Constituição, livros estavam protegidos de pagar impostos. Entretanto, o governo pensa diferente. Como pretende modificar a atual taxação de PIS/Cofins por uma Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços, cria uma brecha para conseguir atingir as editoras com uma taxa de 12%, que vale para todos os setores.
Caso essa taxação siga adiante, as editoras mais atingidas serão, como sempre, as pequenas, porque já trabalham com uma margem pequena de lucro para conseguirem colocar um preço competitivo nas capas dos livros devido a tiragens menores, que encarecem a produção.
Essa é mais uma medida que demonstra como o atual governo tem uma enorme preocupação em salvar os grandes e liquidar os pequenos. Ou dar vantagens aos ricos e liquidar os pobres. A cultura do país já é uma das mais precárias do mundo, o acesso aos livros já é caro para o patamar financeiro da maioria da população, mas nada disso preocupa o governo, porque, como disse seu mandante, livros possuem letras demais.
A alegação de um dos mentores dessa medida, Bernard Appy, é que quem consome livros no Brasil é uma parte da população que tem mais posses, e que mesmo com o aumento de preço, essas pessoas continuarão comprando. Recentemente, a Receita Federal soltou um comunicando onde afirma que os pobres não leem livros de ficção, portanto esses livros deveriam ser tributados como forma de enfocar políticas públicas. Os argumentos só reforçam o elitismo do governo e a maioria de seus representantes que parecem visar apenas o lucro do mais rico e do próprio bolso, além de passarem a nítida impressão de desejarem acabar de vez com a cultura.
Desde 2006, o mercado editorial já encolheu cerca de 20%, e ainda sofre com o baque da epidemia. Como se não bastasse, o governo quer terminar de enterrar as editoras com suas medidas absurdas. Várias entidades representativas do livro no Brasil entraram com um manifesto “Em defesa do livro”. O texto vai contra o projeto do governo e tenta impedir que ele seja aceito. O documento frisa que o aumento do preço contribui com o elitismo do conhecimento e também com a maior desigualdade de oportunidades no país.
Outra consequência dessa taxação, será, evidentemente, o aumento da pirataria. Hoje, editoras e autores combatem diariamente a distribuição ilegal de livros pela Internet. Se essa lei do governo vingar, o que se verá é uma mudança de comportamento ainda maior dos leitores que compravam livros. Uma vez que não terão condições de pagar pelo aumento, irão partir para o que não faziam antes, ou seja, conseguir cópias piratas das obras.
Hoje, dia 23 de abril, é dia do livro. A maioria das editoras e blogueiros se uniram para enaltecer o livro para todos. Se você quiser ajudar nessa luta, tentar impedir mais um absurdo deste governo de absurdos, poste fotos com livros e use as hashtags #tudocomeçanalivraria #defendaolivro #somostodosleitores.
NOTA: Este post foi publicado originalmente em agosto de 2020, quando saiu pela primeira vez a notícia do projeto do governo de aumentar o preço dos livros. Resolvi resgatar e atualizar devido ao pronunciamento da Receita Federal, e também em comemoração ao Dia do Livro, que é hoje, dia 23.
Tenho visto nos últimos dias esse absurdo acontecendo. Por mais que a gente saiba que há já pessoas lutando para que esse absurdo não aconteça, é preciso que todos nós entremos nessa campanha.
Triste depois que dizem que o brasileiro é o povo que menos lê. Como cobrar isso?? É um ano totalmente atípico e a ajuda veio sim,na forma de inúmeros e-books até gratuitos e promoções das grandes Editoras!
Eu moro numa cidade que não tem UMA livraria. Um sebo. Nada. A única loja física aqui, Americanas,nunca fez uma promoção de livros como a gente vê nos grandes centros. E os livros lá são um absurdo(dobro do preço pago na internet)
Vou lá apoiar agora!!!
Beijo
Bora todos apoiar!!!
Carl!
Me perdoe quem votou nessa criatura abominável, mas ele além de ignorante, quer que os pobres morrarm de uma forma ou de outra, se tornem cada vez mais alheios a cultura (de uma forma geral) e agora ainda essa de tributar os livros. É muito surreal!
O tal do Guedes disse abertamente que só quer ajudar as grandes empresas que os pequenos empresários nã ajudam em nada ao país. Desde quando isso? Porque pelo que saiba, são os pequenos empreendedores que dão mais empregos e oportunidades de trabalho do que umas poucas empresas grandes…
Sem contar em outras tantas atrocidades e roubos que vem sendo cometido pelo governo desse ‘trolls’ (não, não quero ofender os trolls…).
Vou me calar para não falar mais, porque fico muito insuflada falando dessa Coisa…
Absurdo, mais um.
cheirinhos
Rudy
Eu não perdoo quem votou nessa criatura.
Cada dia que passa eu fico mais assustada e com raiva desse governo. Quando li essa notícia fiquei em choque e sem acreditar. Infelizmente, sabemos o quanto a leitura não é tão valorizada no país. Poucas pessoas ao meu redor gostam tanto de leitura como eu, imagine com esse preço subindo. Aí é que os leitores vão diminuir! Uma verdadeira tristeza!!
Temos que lutar para evitar isso!
Vai é aumentar a piratira e muitas editoras irão fechar…
Um absurdo!
Quando em penso que esse (des) governo não pode piorar ele me inventa isso!!!!
Votando nesse momento!
Oi, Carl
Já assinei a petição e enviei para um monte de amigos.
Um absurdo isso, muitas pessoas não têm o hábito de ler e com essa taxa as pequenas editoras vão fechar. A pirataria vai aumentar, o escritor que ainda está começando a carreira vai ficar desmotivado.
Eles pensam que só rico compra livro, aff. O pobre compra, o assalariado compra, estudantes, professores, muitas vezes deixamos de comprar roupa ou qualquer outra coisa que pode esperar para poder comprar um livro ou as vezes juntamos dinheiro por um tempo para comprar em promoção.
Se antes era difícil morar no Brasil, está ficando cada vez pior. Lamentável.
Beijos
Olá! 2020 é definitivamente um ano muito louco e é uma pena assistir aqueles que deveriam nos representar acabar cada vez mais com o nosso país, parece até piada de mal gosto, mas infelizmente é real. Eu já assinei e espero que todo esse movimento impeça tamanha idiotice.
Os pequenos sairão prejudicados como sempre. Fico pensando na quantidade de desempregados que podem surgir. Mas enfim, quem esta la em cima so pebsa no próprio umbigo.
Olá!
Eu já nem sei o que fala desse governo e do país. Parece que quando a gente pensa que vamos andar pra frente, acaba que voltamos mais pra trás ainda. É complicado!
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