E do nada sai um filme que ninguém queria assistir. O caso de hoje se chama BLOODSHOT, adaptação de uma HQ dos anos 80, estrelada por Vin Diesel, que aborda as desventuras de um homem que se regenera completa e instantaneamente de qualquer ferimento. Parece nada demais, porém acredite ou não, o filme não é uma bomba. Não acredita? Chega mais!

A trama acompanha um ex-soldado que teve a sua mulher morta por sequestradores e ele mesmo foi morto também. Porém um grupo tecnológico consegue salvar a vida do mesmo com nano tecnologia, transformando o homem numa máquia capaz de se regenerar de qualquer ferimento. Além disso, ele também tem a metamorfose como habilidade, podendo se esconder dos inimigos. Agora com novos poderes e uma nova equipe, o homem parte em busca de vingança para aqueles que assassinaram sua mulher.

O roteiro de BLOODSHOT parece ser a coisa mais clichê do mundo e até pode ser, mas ele consegue entregar uma trama funcional que de fato é até interessante. Esse grupo tecnológico tem a função de “consertar” ex-soldados que foram inutilizados no campo de batalha. E nessa equipe, eles tem uma soldada que respirou gás venenoso e que em seguida recebeu um novo sistema respiratório com nanotecnologia, fazendo a mesma agora não só respirar, mas como ter uma super resistência e rapidez. Outros exemplos são soldados que perderam membros e até olhos e que agora eles têm substitutos tecnológicos, dando a eles não só a habilidade perdida, como autênticos poderes como força, agilidade e etc.

Obviamente essas habilidades não são dadas de graça e rapidamente o espectador saca a jogada do roteiro, onde o protagonista vivido por Vin Diesel, não vai só vingar sua esposa. Uma trama maior, com diversos jogos de interesses se instala, e acompanhamos um cabo de guerra, com um querendo controlar o outro e, no meio disso, temos esses soldados aprimorados sendo usados como brinquedos para o bem entender dos poderosos. É clichê, convencional e já foi feito antes. Só consegue se salvar porque a ação é bem desenvolvida, acontece a toda a hora e reserva alguns momentos realmente muito bons, como por exemplo a sequência final que acontece num elevador.

Os efeitos visuais são bacanas e conseguem dar gás pro filme, que necessita muito deles. A direção poderia tentar inovar mais, para não deixar o filme cair tanto no convencional, mas infelizmente isso eles ficam devendo. O elenco é ok, não se destaca e nem atrapalha. Vin Diesel está aqui como Vin Diesel, o mesmo de sempre e com a mesma personalidade, quem gosta vai curtir, quem odeia vai detestar.

BLOODSHOT é mais um daqueles filmes que sofreram com a pandemia do corona vírus, com o mesmo tendo estreado dias antes da quarentena mundial começar, permanecendo em cartaz nos cinemas apenas por míseros dias. Seria facilmente um sucesso nas bilheterias, os poucos dias em cartaz provaram isso, graças a seu orçamento baixo para os padrões hollywoodianos. Porém já está disponível na Internet para ser assistido de maneira oficial. Sobre a adaptação com o material original, eu não posso opinar, pois não conheço a HQ, mas o que temos aqui não é um filme que se joga fora. Quem for fã do gênero, de filmes de ação ou do Vin Diesel, vai curtir e será um bom passatempo. Bacaninha e vale uma conferida.


DIREÇÃO: David S. F. WILSON
DISTRIBUIÇÃO: Sony
DURAÇÃO: 1 hora e 49 minutos
ELENCO: Vin DIESEL, Guy RICHIE e Eiza GONZALES