No popular videogame criado por Scott Cawthon, o jogador assume o papel de um segurança contratado para tomar conta de uma pizzaria durante a noite, enquanto os animatrônicos perambulam e ganham ímpeto violento. Mas o mistério por trás dessas criaturas e dos assassinatos que ocorreram ali nunca foi desvendado… até agora.

Eu não costumo me interessar por adaptações de jogos para o formato literário. Dos que li, nenhum foi bom. Mesmo assim, resolvi me arriscar com FIVE NIGHT’S AT FREDDY’S, mais por ser um terror juvenil e por se tratar de um enredo relativamente simples. O resultado é que tem bastantes pontos positivos e é muito divertido, como o jogo.

Algumas crianças desaparecem dentro da pizzaria Freddy Fazbear. Dez anos mais tarde, as famílias fazem uma homenagem aos agora considerados mortos. Por causa disso, Charlie, a filha do dono da pizzaria, retorna à cidade e reencontra seus amigos da época: Jéssica, Carlton, John, Lamar, Marla e Jason.

Juntos, rodeados por recordações incertas, eles resolvem voltar à pizzaria, agora abandonada e escondida dentro das construções inacabadas de um shopping. Nela, reencontram os quatro animatrônicos que encantavam as crianças: Freddy, um urso; Bonnie, um coelho; Chica, uma galinha; e Foxy, uma raposa. Mas eles estão parcialmente destruídos pelo tempo, e agora não possuem mais aquela aparência convidativa. Ah, sim, eles também criaram vida e matam!

A maior parte do livro se concentra em estabelecer as relações entre os sete amigos, principalmente no trauma de Charlie por causa de tudo o que aconteceu com a pizzaria e o pai dela, mais o relacionamento amoroso que tem com John. São bem macabras as recordações que ela tem da infância, quando dividia seu lar com os bonecos construído pelo pai. Em muitos trechos, o leitor não sabe se essas recordações realmente aconteceram, ou se foi a imaginação fértil de uma criança de sete anos de idade.

Muitas coisas do passado ficam em suspenso, não são explicadas, uma vez que este é o primeiro volume de uma trilogia. Então, fica a expectativa de que a história evolua e responda o que fica em aberto sobre o que aconteceu. Já quanto ao presente, o relacionamento dos sete é convincente, dá ao leitor a credibilidade de que eles realmente são amigos e se importam uns com os outros.

Todos os diversos ambientes da pizzaria, bem como as partes em que cada um dos jovens fica em perigo, são bem construídas, as descrições suficientemente claras para que o leitor consiga visualizar o que está acontecendo, e isso é muito importante para que o clima de terror seja repassado. Fica impossível sentir medo de algo que não se compreende.

As partes em que os bonecos começam a atacar, seus movimentos, suas feições, enfim, tudo o que fazem, também consegue transmitir um certo horror, principalmente se o leitor já tiver visto bonecos semelhantes em parques de diversão. Os olhos, principalmente eles, sempre são o que mais incomoda, porque fica a dúvida se eles estão se mexendo ou não. Certo?

Lançada em 2014, a série de games Five Nights at Freddy’s tem cinco jogos disponíveis e seguidores fiéis ao redor do mundo. No Brasil, vídeos sobre o jogo em canais especializados do YouTube chegam a registrar perto de 20 milhões de visualizações. Se gosta de jogos, se gosta de terror, pegue logo seu exemplar e se divirta! Ah, sim, e se arrisque no jogo, também. É muito divertido!


AUTORES: Scott CAWTHON e Kira BREED-WRISLEY
TRADUÇÃO: Glenda D’OLIVEIRA
EDITORA: Intrínseca
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 368


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