OS CINCO SOBREVIVENTES – DIFÍCIL CONSEGUIR LER ATÉ DESCOBRIR

Red Kenny e seus cinco melhores amigos decidiram alugar um trailer e pegar a estrada rumo a uma viagem inesquecível na praia para comemorar o fim do ensino médio. Enquanto a maioria dos adolescentes está pensando na faculdade, Red tem outras preocupações: órfã de mãe e com o pai alcoólatra, ela precisa dar um jeito em sua vida. Mas ninguém imaginou que o grupo jamais chegaria ao destino desejado.

De repente, no meio da noite, todos os pneus furam ao mesmo tempo e o veículo fica sem gasolina. Presos no meio do nada e sem sinal de celular, não há como pedir ajuda. Quando tiros começam a atingir o trailer, fica claro que foi tudo planejado. Os seis estão encurralados por uma pessoa armada disposta a matá-los, a menos que deem o que ela quer: um segredo.

Restam oito horas até o amanhecer. Para salvar a si mesmos, os amigos precisam descobrir quem é o alvo do atirador escondido na escuridão e por quê. Aos poucos, verdades inconfessáveis e turbulentas começam a vir à tona… mas alguém está mentindo. E isso vai custar a vida de um deles.

OS CINCO SOBREVIVENTES se desenrola em um cenário confinado: um trailer onde cinco jovens são forçados a enfrentar uma situação extrema. Apesar de o grupo inicialmente contar com seis membros, um deles morre, o que é óbvio pelo título do livro. Os personagens, Red, Oliver, Arthur, Reyna, Maddy e Simon, representam uma variedade de personalidades típicas dos adolescentes americanos, com suas respectivas nuances, defeitos e estereótipos. Eles compartilham uma tendência comum à imprudência e uma notável dificuldade em perceber o que está claramente diante de seus olhos. A trama se concentra na luta dos personagens para desvendar qual segredo o agressor deseja expor, enquanto lidam com as complexidades de suas interações e descobertas pessoais.

Holly Jackson escreveu MANUAL DE ASSASSINATO PARA BOAS GAROTAS, uma das minhas séries preferidas de suspense. Eu adoro a personagem Pip por ser inteligente, determinada e corajosa. Os três livros da série têm uma história muito bem feita, com mistérios interessantes e personagens bem desenvolvidos. Por outro lado, “Os Cinco Sobreviventes” não me conquistou da mesma forma. Senti falta das qualidades que tanto gostei na série de Pippa.

Red, Oliver, Arthur, Reyna, Maddy e Simon não me agradaram muito. Red até que é um pouco melhor, já que é a personagem principal, mas ela às vezes parece se fazer de vítima, o que me irritou. Os outros, de diferentes formas, não conseguiram me cativar. Não foi só o que eles fizeram, mas muitas vezes o que não fizeram, ou talvez a forma como a autora os retratou, agindo de modo pouco inteligente diante de uma situação que parecia não ser tão complicada para resolver.

Acredito que a falta de simpatia pelos personagens em OS CINCO SOBREVIVENTES vem da maneira como eles se tratam. Os seis personagens apenas se toleram e não mostram empatia entre si, criando a sensação de que qualquer um deles poderia trair os outros sem pensar duas vezes. É importante em uma história ter pelo menos um ou dois personagens pelos quais possamos torcer ou com quem nos importamos. Mas quando todos os personagens parecem indiferentes uns aos outros, fica difícil para o leitor se importar com eles também.

Um outro grande problema de OS CINCO SOBREVIVENTES, na minha opinião, é como a história faz de tudo para manter os jovens presos no trailer. Isso parece forçado. Além disso, os diálogos não são muito bons, parecem artificiais. Muitas vezes, eles só repetem o que já aconteceu, como se não houvesse mais nada interessante para os personagens dizerem. Isso dá a impressão de que a autora teve dificuldade em desenvolver conversas mais significativas na história.

Com cinco personagens confinados em um espaço pequeno, sem mudanças de cenário, seria esperado que a ação fosse constante para manter o interesse. Mas o que acontece é o oposto: o livro se arrasta em discussões e conflitos entre os personagens que não ajudam a resolver o mistério. Isso torna a leitura cansativa e repetitiva. Somente perto do fim é que as coisas finalmente se movimentam e o mistério é solucionado, mas até lá, falta dinamismo na narrativa.

Senti tão pouco interesse pelos personagens que, no final, eu só queria ver se minhas suspeitas estavam certas. Desde o começo ficou claro quem estava escondendo algo. E quando isso foi confirmado, não senti alívio, tristeza ou qualquer outro sentimento, apenas a sensação de ter acabado o livro.

AVALIAÇÃO: