O mundo dos Caçadores de Sombras, criado por Cassandra Clare, é um dos que mais cresce atualmente na literatura. Com mais de quinze livros publicados, a autora parece ter fôlego infinito para desenvolver ainda mais esse universo. Dessa vez temos OS PERGAMINHOS VERMELHOS DA MAGIA, que inicia uma nova trilogia, estrelada pelo feiticeiro Magnus Bane e pelo caçador de sombras Alec Lightwood.
A história se passa depois do livro CIDADE DE VIDRO e entre uma lacuna do livro CIDADE DOS ANJOS CAÍDOS, ambos da série Instrumentos Mortais. Então é importante ter esses títulos em dia para entender o contexto onde os eventos acontecem, já que a narrativa não se passa nos dias atuais. Este texto também pode conter pequenos spoilers da saga Instrumentos Mortais.
Valentim está morto e a guerra aparentemente acabou. Todos precisam recomeçar a vida e em meio a tanto conflito, o amor entre Magnus e Alec finalmente veio a toma em sua intensidade total. Agora o casal quer se conhecer melhor e logo uma viagem romântica pela Europa é planejada. Durante os passeios, Magnus deseja, acima de tudo, impressionar seu belo namorado, caçador de sombras, um poderoso guerreiro que parece nunca se desligar do conflito. Mas o feiticeiro acaba estragando a viagem meio que de forma involuntária, já que durante a estada do casal em Paris, eles são atacados por demônios. E ao tentar entender o que acabou de acontecer, Magnus se depara com um culto de adoração a demônios, que aparentemente ele que fundou, mas o mesmo não tem memórias relacionadas a isso. O que será que aconteceu?
Para quem inicia a leitura de OS PERGAMINHOS VERMELHOS DA MAGIA sem saber muitos detalhes, fica confuso se situar no início, mas depois tudo só melhora. É muito interessante essa jogada da autora de iniciar essa nova trilogia durante as férias do casal Magnus e Alec, que apenas eram citadas durante a saga Instrumentos Mortais. Sabemos que eles voltaram de lá mais fortes e se amando mais e mais, porém não sabíamos o que tinha acontecido durante essa viagem. Outro fato interessante que só enriquece o livro é o foco total no casal LGBT. Eles tinham destaque nas outras sagas, mas faltava algo só deles, aquela representatividade que vai além de se descobrir e estar apaixonado. A vida de um personagem LGBT não gira em torno apenas de sua orientação sexual e aqui isso é só um detalhe, já que os personagens tem diversas coisas para resolver e mistérios para desvendar.
A grande questão da trama é saber se Magnus realmente criou esse culto e quem é seu líder atual. Ele estranhamente não tem memórias sobre isso, construindo assim um novo mistério, será que alguém apagou a memória dele, assim como o próprio Magnus já fez com outros? Para quem leu os livros anteriores, já dá pra ter uma ideia de quem poderia ter feito isso, mas ainda sim é um mistério forte e vai até o fim. Juntos nessa missão para encontrar esse estranho culto, temos uma curiosa personagem que é bastante áspera e que no início se apresenta como uma pedra no sapato do casal. Ela tem seus motivos para querer dar um fim nesse culto e mesmo não gostando de ser a “vela” no meio do casal, ela vai com eles nessa missão. A personagem poderia ser melhor desenvolvida, mas sua pequena trama é interessante, segue um caminho previsível, mas bacana e encerra prometendo muita coisa para as próximas continuações.
Para o padrão Cassandra Clare, esse livro é minúsculo, já que mal passa das trezentas páginas. O mistério é interessante, diferente e de fato intrigante. Uma das coisas mais incríveis que a autora costuma fazer em seus livros, são os encontros entre seus personagens de sagas diferentes. Aqui, felizmente, isso acontece bastante e é um encontro melhor que o outro, deixando automaticamente um sorriso no rosto dos fãs. O mais bacana desses encontros é que eles se passam no passado e o leitor nem precisa desejar mais porque já temos isso, já sabemos tudo o que aconteceu depois desses encontros com cada personagem, graças aos outros livros desse universo disponíveis para a leitura. A autora só acaba perdendo a mão no segundo ato, quando começa a dar muito destaque para outros personagens e acaba esquecendo quem são seus verdadeiros protagonistas, quem realmente o leitor quer acompanhar, mas isso acontece em poucas páginas e rapidamente a leitura volta para os eixos.
A relação jovem entre o Caçador de Sombras, Alec, mortal, e seu namorado, Magnus, feiticeiro imortal, é algo desenvolvido com muita delicadeza. Alec acabou de se jogar nesse romance e mesmo não tendo dúvidas sobre seu amor, é difícil abaixar a guarda para relaxar. Já Magnus precisa conciliar seu enorme passado com o problema atual e o fato de estar namorando um Caçador de Sombras, que naturalmente querem tudo, menos intimidade com um feiticeiro. É uma relação que tem tudo para dar errado, mas que aos poucos vai se solidificando, o leitor já sabe o desfecho disso tudo, mas acompanhar o desabrochar desse amor acaba sendo uma jornada muito bonita e agradável.
É de praxe que a editora nacional sempre traz os novos livros da Cassandra Clare em edições belíssimas, as primeiras sendo sempre aquelas para colecionadores. Aqui não é diferente, já que a capa desse novo livro é toda metalizada, dando um ar muito charmoso, e além disso, temos também um capítulo de brinde, que por si só já é um presente sensacional. O mesmo se passa no passado do passado e nos mostra o inicio da amizade de Magnus com uma outra personagem que sempre aparece para ajudar o feiticeiro. Além de interessante, é hilário, presentão para os fãs.
“As Maldições Ancestrais” se iniciam logo com muitas qualidades, a nova trilogia escolheu os personagens perfeitos para dar destaque ao mesmo tempo em que apresenta para o leitor uma aventura muito divertida. Temos também uma ótima dose de representatividade LGBT que, nos dias de hoje, nunca é demais.
AUTORA: Cassandra CLARE e Wesley CHU
TRADUÇÃO: Ana RESENDE
EDITORA: Galera
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 289
COMPRAR: Amazon
Como eu só li dois livros da série dos Instrumentos Mortais e isso já faz um bom tempo, admito que fiquei meio confusa em relação aos nomes dos personagens. Deu até vontade reler.
Preciso retomar a saga, pois gostei demais das letras da autora e de como ela conduzia o enredo.
Claro, depois destes dois volumes que li, muita coisa aconteceu e agora com essa novidade, é que preciso retomar e como minha memória é um fiasco, preciso começar tudo novamente!
Beijo
O bom é que você só precisa tentar lembrar do que rolou nos três primeiros pra acompanhar esse. Na real, é até possível ler sem saber dos livros anteriores, ainda continua sendo uma boa aventura com bastante representatividade, mas a parte mais gostosa é sacar as referencias e a volta de personagens queridos, pra pegar isso tudo tem que ter lido pelo menos os três primeiros Instrumentos.
RAFAEL!
Confesso que li apenas um livro da série Instrumentos Mortais e gostei muito, mas não dei continuidade.
Bom ver mais uma trilogia da Cassandra, ampliando esse universo e privilegiando Alec e Magnus, trazendo livros para eles, e, não apenas isso, trazendo reencontro com outros personagens e todo um mistério em relação aos acontecimentos do passado de Magnus e mais uma protagonista nova e imprescindível.
cheirinhos
Rudy
A serie é muito longa né, eu admito que só me apaixonei pois li os dois primeiros livros em sequencia, eu tinha aquela edição dupla. Se não fosse por isso provavelmente eu não teria lido tudo o que essa mulher escreve, pois não gostei do primeiro livro.
Conheço Cassandra apenas pelos blogs literários. Nunca li nenhuma das séries dela.
Sei no entanto que fazem muito sucesso.
Por não conhecer e nunca ter lido nada dela, achei um tanto quanto confusa a história de Os Pergaminhos
Eu imagino que de fora parece uma confusão, afinal são 15 livros ao total, tudo sobre um universo enorme que não para de crescer.
Olá! Confesso que apesar de ler várias resenhas sobre o trabalho da autora, nunca na história desse país me vi empolgada em começar a leitura de um deles. Tenho até um fato engraçado na Bienal de 2014 quando ela veio, tinham vários fãs correndo para lá e para cá em busca de um autografo de conhecê-la e eu lá igual o John Travolta, toda perdida sem saber quem era (risos).
Cassandra acabou comigo, como assim um livro com Alec e Magnus? Só com isso eu já queria o livro! Eles são meus personagens favoritos da saga, e o meu casal queridinho! O fato da Cassandra incluir esse casal no centro é magnífico. A relação dos dois sempre foi delicada pelas posições que pertencem, mas a forma que ela tratou antes e que certamente trata nesse livro deve ser sutil. Quero muito ver a relação desse casal se solidificando, o Alec baixando a guarda e o Magnus confiando <3
Olá!
Confesso que pulei a resenha porque eu estou na fase de leitura da serie Os Instrumentos mortais e não quero nenhum spoiler, quando tive terminado venho para ler a resenha e comentar.
Meu blog:
Tempos Literários
Oi, Rafael
Comecei a me interessar pelo universo dos caçadores de sombras através da série que tem na Netflix e depois vi o filme que tem na Amazon Prime Video (algumas pessoas disseram que essas adaptações são diferentes dos livros) nem toda adaptação é perfeita. Então comecei a ganhar e comprar os livros dessas séries lançados no Brasil falta O codex dos caçadores de sombras, Contos das academias dos caçadores de sombras e Fantasmas do Mercado das Sombras .
Tenho todos esses livros e vou começar essa aventura nessa semana, vou sem expectativas porque muitos disseram que Cidade dos Ossos é chato.
Até que enfim um livro com um casal que shippo muito Magnus e Alec, já estou super feliz e curiosa para chegar nesse livro logo. Essa edição é lindíssima!
Beijos