Você se lembra da MARY POPPINS? Apenas a mais icônica babá da cultura pop. Encantou toda uma geração com vários best-seller e mudou a história do cinema ao ganhar seu filme solo, feito pelo próprio todo poderoso Walt Disney. Originalmente estrelado pela maravilhosa Julie Andrews, a mesma do clássico A NOVIÇA REBELDE, foi um sucesso de bilheteria e levou para casa cinco Oscar, incluíndo de melhor atriz. Cinquenta e quatro anos depois, temos finalmente um novo filme da Mary, desta vez uma continuação, e estrelada pela diva Emily Blunt, a mesma que arrasou no filme UM LUGAR SILENCIOSO. A espera valeu a pena? Vamos descobrir!

Agora adultos, os irmãos Banks estão com dificuldades em manter a casa histórica de sua família, as dívidas só pioraram com a Grande Depressão, a pior crise econômica da história. Jane, agora adulta, luta por igualdade e direitos dos trabalhadores, organizando várias manifestações. Michael vive um momento difícil, depois que sua esposa morreu e o deixou sozinho com seus três filhos pequenos. As coisas complicam quando recebem um ultimato do banco, ou pagam as dívidas ou serão despejados. E é nesse momento tenso que Mary Poppins aparece voando nos céus para cuidar das crianças Banks, todas elas, as adultas e pequenas.

Mesmo se tratando de uma continuação direta, o roteiro faz uma excelente apresentação que torna o filme acessível para qualquer um. Pode ser apreciado pela nova geração e, principalmente, para quem é fã e que, com certeza, vai se emocionar com as diversas referências e homenagens presentes no decorrer da projeção. A trama é simples e segue um único caminho, os Banks conseguirem manter a casa. O trauma que a família passou ao perder sua mãe é bem trabalhado e tudo transparece no novo trio de crianças. Todas estão preparadas para ajudar seu pai a cuidar de tudo, ele que claramente é o que mais sofre com a perda. Porém, toda essa adultização repentina acaba tirando a infância das crianças e é ai que Mary Poppins se encaixa.

A babá séria e encantada chegou para fazer todos lembrarem de como é se maravilhar com as pequenas coisas, ela não veio resolver todos os problemas com uma varinha de condão. Veio para botar as pessoas nos eixos, e com elas no caminho certo, tudo vai ficar bem, afinal quem consegue resolver os problemas de cabeça cheia? A trama só não consegue criar subtramas consistentes e os novos personagens que aparecem pelo caminho não recebem muito desenvolvimento.

Logo na cena inicial já dá para notar todo o cuidado e planejamento da direção com o tom do filme. Não parece que estamos assistindo a um filme em 2018, o espectador é jogado para a era de ouro do cinema e tudo remete ao filme original. Os números musicais são grandiosos e extremamente elegantes, tudo emana alegria e otimismo. É aquele tipo de filme que deixa o coração quentinho. As novas canções são lindíssimas e interpretadas com maestria, todas elas possuem versões dubladas em português e todas fazem jus à perfeição técnica do filme. Tudo é um deleite visual, os efeitos especiais estão deslumbrantes, o figurino é extraordinário e os cenários são para ninguém botar defeito. Destaque para a sequência onde todos estão dentro de um vaso de porcelana e uma cena envolvendo um banho, é aquele tipo de cena que faz cada centavo do ingresso para o cinema valer a pena.

Emily Blunt, agora como protagonista, entrega um desempenho invejável, com ares de elegância e delicadeza. Ela simplesmente não copia tudo que Julie Andrews fez no filme original, cria novamente essa personagem icônica e misteriosa com muito talento. Arrasa nas cenas de dança, segura o filme nas mãos e manda muito bem no canto e na emoção. Um dos melhores desempenhos do ano. O multipremiado Lin-Manuel Miranda estrela ao lado de Emily, e seu personagem é um amor de pessoa, aquele tipo de pessoa que todos querem ser amigos. O ator, que é muito famoso no teatro americano, encanta nos seus vários números musicais e fica difícil para o espectador escolher qual é o melhor. Destaque também para o trio de crianças que estrelam a produção, todas em desempenhos fofos e dedicados.

MARY POPPINS é mágica, encantada, linda, poderosa, excêntrica, misteriosa e também amorosa. O filme expande muito bem essa personagem querida que encantou várias gerações e está aqui presente para deixar os novos pequenos encantados. E principalmente para fazer os adultos se lembrarem de como é bom se encantar com o mundo e tudo o que ele pode oferecer. Despertar aquela criança feliz e energética que já fomos um dia. Uma experiência mágica que vai te deixar um pouco mais feliz!


AVALIAÇÃO:


DIREÇÃO: Rob MARSHALL
DISTRIBUIÇÃO: Disney
DURAÇÃO: 2 horas e 12 minutos
ELENCO: Emily BLUNT, Lin-Manuel MIRANDA