Releitura atual do clássico de William March, MENINA MÁ, de 1954, atualizado com todo o desenvolvimento científico sobre sociopatia e psicopatia desde então. Muitas pessoas já chamaram seu irmão ou irmã de “mau“. Mas o novo thriller de Justine Larbalestier sobre o verdadeiro mal na infância trata disso da forma mais literal – e perturbadora – possível.

A história é narrada por Che, um adolescente que encara mais uma mudança, não apenas de casa, mas de país, com seus pais e sua irmãzinha, Rosa, uma criança fisicamente linda, mas que, além disso, é cruel. Che é o unico da familia que consegue perceber que há algo de errado com a menina e, talvez por isso, seja o unico em quem Rosa confia o bastante para ser ela mesma, o que implica em deixar claro toda a sua crueldade sem medo dos julgamentos.

Durante a leitura, vemos os personagens se mudando para Nova York, onde seus pais irão montar mais um negocio, fazê-lo crescer e, em seguida, vendê-lo. No entanto, nessa cidade, eles serão bancados por amigos de infância dos pais, o que deixa Rosa muito curiosa e a faz questionar o que está acontecendo.

Che, que não está nada contente com essa mais nova mudança, só pensa em ir para academia e lutar boxe, isso depois de tentar fazer sua pequena e diabólica irmã se comportar. É nessa academia que ele conhece seu interesse amoroso. Vemos a relação deles crescer nas páginas, mesmo com Rosa sendo um problema constante para o menino.

Rosa, em diversos momentos da leitura, faz coisas que nenhuma criança normal faria. Os detalhes da personalidade da menina não deixam dúvida de que ela é uma pequena psicopata. Ela é cheia de más intenções, manipulações e sabe muito bem como disfarçar tudo isso com seu sorriso largo e seus cachinhos loiros.

Apesar da leitura não ter sido ruim, não posso dizer que gostei do livro. A leitura é rápida, fluida, mas não me agradou. Che não é um personagem que tenha me despertado empatia, mesmo com tudo o que ele representa na história. Rosa, no entanto, me agradou, apesar de ser uma criança com inclinações à crueldade e à manipulação, é a personagem que mais desperta curiosidade. Os pais deles são claramente negligentes e me provocaram certas ondas de raiva cada vez que Rosa aprontava algo e eles a viam apenas como uma criança incompreendida. Enquanto isso, os personagens secundários merecem destaque por sua diversidade e pela forma como foram introduzidos.

Por ser narrado pela visão de Che, o foco não é unicamente nas maldades de Rosa, mas em todos os aspectos da vida dele. Como não me senti emocionalmente ligada ao personagem, alguns momentos da leitura eram arrastados.

Honestamente, eu esperava mais, principalmente por ser uma releitura do clássico MENINA MÁ. Infelizmente não achei a história tão brilhante assim.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Justine LARBALESTIER nasceu e foi criada e Sidney, na Austrália. Como seus pais são antropólogos, sua infância foi pontuada por viagens a partes remotas da Austrália, como pequenos povoados aborígenes no norte do país.
TRADUÇÃO: João Sette CÂMARA
EDITORA: Galera
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 392


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