Castelos, reis e rainhas, espadas e vilões, a grande magia das fantasias está justamente nisso, a capacidade de criar um universo basicamente do zero e conseguir transmitir verdade e veracidade em cada capítulo, mesmo na ficção. NOCTURNA constrói uma narrativa comum, mas que surpreende pela força dos personagens.

Finn é uma Ladra. Desde criança foi ensinada que não deveria confiar nas pessoas, suas vontades não importam, no final é sempre alguém tentando controlá-la pelas suas habilidades especiais. Para se esconder da realidade, e de quem era, ela ganhou um poder único que a permitia se tornar qualquer pessoa.

Em um dia, enquanto executava um roubo peculiar, a anti-heroína conhece o Príncipe. Após ter o verdadeiro herdeiro do trono, seu irmão, enviado para o vazio, vivendo em uma queda eterna, Alfie está disposto a qualquer coisa para mudar o passado, mesmo que, para isso, precise ir atrás de feitiços e pessoas ruins.

E após uma reviravolta, que não vou entrar em detalhes para não dar spoilers, a Ladra e o Príncipe precisam se unir para evitar que o mundo mergulhe em Nocturna, uma noite eterna de caos, dominada pelo Deus das Trevas.

Escrito por Maya Motayne, NOCTURNA conta a história de um reino repleto de magia, em que cada Castellano nasce com um dom único. Por séculos, eles foram dominados pelos Inglésios, que controlavam seus poderes e eram repletos de privilégios. Depois de uma revolta, os Castellanos subiram ao poder e decretaram que a magia seria permitida para todos. Mas nada mais verdadeiro que a clássica citação de A REVOLUÇÃO DOS BICHOS de que “algumas pessoas são mais iguais do que outras”. Não entrarei em mais detalhes sobre isso, posto que não é um dos objetivos da obra, apenas um cenário apresentado.

Senti em alguns capítulos, certa semelhança com O SENHOR DOS ANÉIS, CORTE DE ROSAS E ESPINHOS e MAGISTERIUM, todos com algum elemento em comum e algo que parece que foi embasado. Ainda que a escrita de Maya não tenha problemas, senti que faltava algo, um “Q” a mais necessário para se apaixonar por aquilo e um aprofundamento a mais nas várias problemáticas que foram abordadas, porém não receberam desenvolvimento.

Não, não estou falando que a história é ruim, pelo contrário, como já disse, a construção dos personagens já é suficiente para que valha a pena dar uma chance. Acredito que o estilo da narrativa não combina comigo mais.

São 474 páginas repletas de sentimentos e reviravoltas, os fãs de fantasias vão se divertir, principalmente os que são apegados a algo mais young/infantil. Finn é uma personagem cativante e marcante e, pela primeira vez, os papéis foram invertidos.

É valido falar também sobre a edição da Editora Seguinte. A diagramação das páginas é simples, todavia a capa já é suficiente para entrar no ranking de “livros mais bonitos lançados”. Cores vibrantes e alegres, bem na vibe do que você encontra em NOCTURNA, mesmo com todas as tragédias e comoções que acontecem ao longo das páginas.

De uma maneira geral, não é um livro ruim. Pelo contrário, é até bom. No entanto, não o suficiente para dizer que marcou minha vida.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Maya MONTAYNE
TRADUÇÃO: Flávia Souto MAIOR
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 474


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