É de conhecimento geral o fato de que nós não cuidamos bem do nosso planeta. Aquecimento global, desmatamento, poluição, queimadas e etc. são coisas que estão ocorrendo em todos os lugares. E o que fazer, já que a Terra está morrendo? Será que se olharmos para as estrelas, iremos achar respostas? A ficção cientifica AD ASTRA nos leva para uma jornada de descobrimentos pelo espaço, o que será que vamos encontrar?
Roy Mcbride é um funcionário, de uma estação espacial, extremamente reservado. Ele é filho de um famoso astronauta e tem sua rotina quebrada ao sofrer um acidente, sair ileso e em seguida receber uma importante missão. Seu pai está desaparecido há anos, ele e sua tripulação saíram numa importante e secreta missão para encontrar vida fora da Terra. As coisas começam a piorar quando, do nada, a Terra começa a receber pesadas descargas eletromagnéticas que estão devastando o planeta e matando muita gente. Tudo fica mais estranho quando os pesquisadores descobrem que essa energia está vindo de fora, exatamente do lugar onde a tripulação comandada pelo pai de Roy tinha como destino. Com suspeitas de que a tripulação pode realmente estar viva, Roy aceita a missão de ir a Netuno na esperança de encontrar seu pai e acabar com essas descargas de energia que estão acelerando a morte da Terra.
O roteiro apresenta um futuro não muito distante, onde a tecnologia nos levou a dominar o espaço. O ser humano tem bases em Marte, e a lua se tornou praticamente um novo país, com voos comerciais de turismo, lojas, bases miliares e até mesmo áreas perigosas com disputas, guerras e criminalidade. Esse futuro é construído de maneira muito orgânica e palpável, tudo parece uma realidade possível para as próximas décadas. O roteiro só não se importa muito se ele é verosímil ou não. Quando vamos para as viagens entre planetas, o filme realmente assume seu manto de ficção e apresenta muitas sequências e conceitos absurdos, que ele também nem tenta explicar, sem falar que ele nem precisa fazer isso. O problema só é evidente porque essa mudança é muito brusca, uma hora temos uma realidade possível e na outra a gente surfa nos anéis de Netuno com um pedaço de metal.
O filme já se inicia com uma catástrofe acontecendo e é o ponto de vista de Roy que nós temos. Interpretado com maestria por Brad Pitt, aqui num de seus melhores desempenhos, Roy é um homem cheio de problemas internos e aparenta lidar bem com todos eles. Ele é divorciado, um pouco amargo e parece ignorar o fato de que seu pai foi para o espaço e está desaparecido. Quando a missão de ir encontrá-lo é oferecida, o mesmo não parece emitir qualquer emoção, mas com o tempo o personagem vai se abrindo e o público vai simpatizando melhor com seus problemas internos. É um personagem cheio de enigmas, que não é um herói e nem um vilão, na verdade ele também nem sabe quem é. Além de ser uma jornada de autoconhecimento, o filme trata sobre se encontrar, ir procurar algo em lugares distantes e perceber que você sempre esteve com o que procurava. Não é um filme só sobre uma missão espacial, é sobre redenção.
O roteiro peca no pouco desenvolvimento dos personagens coadjuvantes. Quase todos são apenas pontes que levam nosso protagonista do lugar A para o lugar B. As motivações deles, apesar de serem explícitas, não conseguem se firmar na trama, porque elas são jogadas para o espectador de qualquer maneira. A gente não volta para saber o que aconteceu com eles, e o filme finge que eles não existem. Claro que o foco central é quase todo para Roy, mas então por que perder tempo apresentando personagens, já que você não vai usar eles novamente?
Roy inicialmente só tinha a missão de mandar umas mensagens para o seu pai na esperança de receber alguma resposta. Essa missão vai se expandindo e, com isso, o filme se torna mais triste e solitário. Roy embarca nessa jornada sozinho e a sua complicada relação com o pai, e o misto de sentimentos sobre ele estar possivelmente vivo, é algo que move o filme no terceiro ato. O pai de Roy é vivido pelo grandioso Tommy Lee Jones, que infelizmente aparece pouco, mas entrega um personagem cheio de questionamentos e dúvidas. O ator está tão bem no papel, que até o fato do personagem dele ser desperdiçado com pouco tempo de tela e suas motivações sejam incoerentes, acaba não atrapalhando a experiência.
E a experiência de conferir esse filme nas telonas do cinema não poderia ser melhor. A produção é um encanto visual e seus efeitos estão além de bonitos, muito criativos e reais. A direção de arte, que comanda os cenários, também merece muitos elogios por criar uma autêntica atmosfera futurística, e a direção entrega para o espectador um filme bem dosado. Realmente o ritmo é lento, mas para o tipo de história que eles queriam contar, esse é o ritmo perfeito. Pode não parecer, mas muita coisa acontece no decorrer do filme, que conta com incríveis cenas energéticas, em especial uma envolvendo uma perseguição, não posso falar em quê e nem onde, totalmente surpresa, mas prepare-se para se impressionar.
AD ASTRA – RUMO ÀS ESTRELAS se destaca como um dos filmes mais bonitos e interessantes do ano. Tem uma trama concisa, visual fantástico e um ator principal em excelente forma. Pode-se argumentar que o filme prometeu uma carga dramática mais pesada e alguns aprofundamentos filosóficos talvez. Mas o que eles entregaram é bom, porém poderia ser bem mais poderoso. Não é uma obra prima em todos os sentidos como GRAVIDADE, ou tão complexo e fascinante como INTERESTELAR, mas merece, sim, uma conferida, principalmente para quem for fã do gênero.
AVALIAÇÃO:
DIREÇÃO: James GRAY
DISTRIBUIÇÃO: Fox
DURAÇÃO: 2 horas e 4 minutos
ELENCO: Brad PITT, Tommy Lee JONES, Liv TYLER e Donald Sutherland
Liv Tyler em mais um filme com astronautas e espaço….. Rsrs será que tem I Don’t Want Miss a Thing na trilha?
Bem.. falando de Ad Astra parece ser um filme lento, introspectivo, onde essa busca de Roy pelo pai tem camadas muito mais profundas e dramáticas
Impossível não associar Liv com essa musica ou com o trabalho dela em Senhor dos aneis né.
Um elenco de peso!!! Acredito que isso por si só, já seja um sinal bom de que o filme poderia ser bom e foi muito bom ler esta crítica confirmando isso.
Apesar de não ser assim tão fã de Brad, foi bacana ler que o cara mandou bem. Sei lá, é só chatice minha mesmo..rs
Donald é um ícone do cinema mundial e pelo que andei vendo, a participação dele é bem agradável também.
E quem poderá dizer que estamos tão distantes de um futuro assim né?
Verei com certeza!!!
Beijo
Também senti que esse filme era diferente, foi difícil conseguir assistir no cinema, mas valeu o sacrifício.
Parece ser bom, vai demorar um pouquinho pra que eu assista mas gostei da resenha dele!!
Vale a pena uma conferida, um dos filmes mais interessantes do ano no seu gênero.
Na verdade gosto bastante do gênero, mas esta ficando meio difícil de acompanhar alguns roteiros, e algumas não dá para aceitar tão facilmente, n~caco gosto muito de personagens confusos ou que ficam soltos na trama (me dá canseira e nervosismo) na verdade não me identifiquei muito com esse, mas sua resenha foi objetiva e bem explicativa!
Pra gostar desse tem que ter pelo menos um pouco de simpatia pelos personagens ou a trama em si. Assista quando tiver um tempo, vale a pena, a primeira cena já é incrível.
Rafael!
Primeiro que amo ficção e com esse elenco fabuloso, nem dá para não querer assistir, sem contar que o enredo onde seus questionamentos pessoais são colocados à prova e traz reflexão, deve ser ótimo.
Acredito que a ambientação deve ser marailhosa.
cheirinhos
Rudy
O elenco é incrível né, só gente promissora e talentosa. A trama pode parecer meio seca de primeira vista, mas tem algumas coisas bem interessantes nas entrelinhas, quem for fã do gênero, vai curtir.
Olá!
Como eu ja tinha dito que adoro muito essas coisas cientificas, as vezes por ser algo ficção mas se pensar por outro lado, talvez, nós aqui na terra não esteja tão longe assim. Gostei bastante do filme, com certeza vou procurar para assistir.
Meu blog:
Tempos Literários
Amo ficção, ainda mais aquelas que me fazem pensar. Também acho que é dificil acreditar que estamos sozinhos nesse universo tão grande né.
Olá Rafael!
De modo geral, o filme apresenta todos os elementos importantes de uma ficção científica, sem contar que esse viés relacionado com as consequências oriundas do abuso antropológico chama bastante atenção, provocando uma ótima reflexão.
O visual do longa também é um ponto de destaque, e embora haja um desperdício de tempo com personagens descartáveis que nada acrescentam ao plot central, no geral o filme se apresenta como um bom entretenimento do gênero.
Beijos.
Realmente, os defeitos no roteiro acabam não prejudicando a trama central, claro que a gente quer um roteiro fechadinho, mas se ele for um entretenimento de qualidade e reflexivo, já vale o nosso tempo investido.
Olá! Apesar de não ser tão fã assim do gênero, com um elenco desses a gente até pensa melhor, e claro, dá uma chance ao filme! Gosto desses filmes que sempre trazem uma reflexão e apesar de ser ficção científica, não fica muito longe da nossa realidade em alguns momentos.
Devo estar muito por fora, porque eu ainda não tinha visto nada sobre esse filme. Assisti ao trailer e fiquei boquiaberta com as cenas no espaço. Eles realmente fazem um ótimo trabalho ao colocar o Pitt no espaço.
Gostei, do que vi e quero assistir. Achei interessante porque não é só uma busca por outro planeta, é a busca pelo pai que achava que estava morto.
Agora, é incrível que nesse filme a Luz tenha sido devastada pelo ser humano e eles tenham que procurar um outro planeta. Provavelmente é isso o que vai acontecer na realidade. O ser humano acaba com a Terra, vai pra Lua e acaba om tudo por lá também. Porque não aprendemos a cuidar do nosso planeta, né?
Oi, Rafael
Que elenco de peso, o trailer está maravilhoso.
Com o que está acontecendo na Terra não duvido que exista forma de vida em outros planetas. O problema é se conseguimos destruir um planeta tão rico como a Terra imagina os outros.
Assim que der quero ver o filme, beijos.