Cyra é irmã de Ryzek, um homem que governa a nação Shotet com mãos de ferro e mata qualquer um que vá contra seus planos. O poder de Cyra é fazer os outros sentirem dor. Esse poder é visível por todo o seu corpo através de fios negros, sempre em movimento por baixo de sua pele. Quanto ela usa toda a força de seu poder, sua pele fica totalmente negra. Mas a dor que ela causa com um toque, ela sente o tempo todo. Mesmo com analgésicos fortes, a dor está sempre lá. Ryzek usa o poder da irmã em sessões de tortura para conseguir confissões dos inimigos.
Akos, da nação Thuvhe, que foi sequestrado pelos Shotet quando era criança, possui um poder que Ryzek julga imprescindível para controlar Cyra: Akos anula o poder de Cyra. Assim, quando Cyra é tocada por Akos, ela para de sentir dor. A mando de Ryzek, Akos passa a viver junto de Cyra o tempo todo. Aos poucos, os dois começam a nutrir um sentimento de amizade e de amor.
Cyra me consquistou por sua fragilidade, pelo que ela sofre nas mãos do irmão, por seu conflito moral ao ferir os outros, por sua perseverança em tentar se libertar e por seu senso de justiça. Mais do que isso, é Cyra que gere todas as ações da história, até mesmo aquelas perpetuadas por Akos, uma vez que ela se envolve em todas sem ele saber.
Akos tem a mesma idade de Cyra e ele tem planos para se vingar de quem o sequestrou, ou seja, ele quer matar Ryzek. Mas existe um problema que dificulta tudo: Ryzek tem Eijeh, o irmão de Akos, sob cativeiro e tortura mental, com a intenção de transformá-lo em uma arma contra a nação Shotet. Acima da vingança está a responsabilidade de Akos salvar seu irmão. Mas ele, no fundo, pretende realizar os dois atos.
No primeiro volume, os capítulos são alternados entre Cyra e Akos, sendo que nos de Cyra, a narrativa é feita em primeira pessoa. Nos capítulos de Akos, a narrativa é em terceira pessoa. O segundo volume ainda mantém essas narrativa, mas adiciona mais algumas de personagens secundários que têm alguma importância para a trama. Entretanto, pelo menos para mim, o interesse maior foi nos capítulos de Cyra e Akos.
CRAVE A MARCA acompanha a construção dos planos de vingança de Akos e os planos de libertação de Cyra, que acontecem no final do livro, mas não sem consequências para eles e para outros. DESTINOS DIVIDIDOS começa logo na sequência, onde há uma troca de foco do vilão, passando de Ryzek para seu pai, que se chama Lazmet. Embora todos os personagens digam que ele é mais sádico e cruel que o filho, eu não achei. No primeiro volume, Ryzek comete atrocidades piores do que Lazmet, além de que a construção do personagem foi mais extensa, mais elaborada, e talvez, por isso, ele tenha conseguido passar uma sensação mais temerosa. O Ryzek do segundo volume está apagado, aquém do vilão da história anterior.
Eu não sei bem qual o significado do título DESTINOS DIVIDIDOS. Inicialmente pensei que haveria uma separação entre Akos e Cyra, o que de certa forma acontece, mas também de certa forma não acontece. A ligação entre eles fica forte demais, e mesmo nos capítulos onde eles precisam realizar ações em separado, é perceptível o quanto eles estão conectados. Por causa desse título, eu temi por uma final decepcionante, como foi a série DIVERGENTE da autora, mas isso não acontece nesta duologia. Gostei de sua conclusão, do destino de todos os personagens, da guerra entre as nações e até mesmo de como Ryzek e Lazmet terminam. E não, não vou mencionar o que achei do final de Akos e Cyra. Vocês terão que ler para saber 😉
Ainda preciso dizer que existe uma diferença de conteúdo entre CRAVE A MARCA e DESTINOS DIVIDIDOS: no primeiro, a premissa residia em libertação e vingança; no segundo, a premissa é mais política e em sobrevivência. Acontece uma quebra de poder no primeiro volume, que precisa ser reconstruída no segundo, mas, claro, não existe apenas um lado capaz de realizar essa reconstrução, então acontecem complôs, perseguições, ataques em grande escala, até que um dos lados se mostra mais capaz de realizar o feito. Essa mudança de conteúdo é agradável, porque não repete coisas que aconteceram no primeiro volume.
CRAVE A MARCA e DESTINOS DIVIDIDOS é uma fantasia romântica com bastante ação, criativa, embora utilize de elementos de outras obras, como de STAR WARS, JOGOS VORAZES e até mesmo um pouco dos quadrinhos, como dos X-MEN. Os dois personagens principais, Cyra e AKos, são cativantes, cheios de personalidade, bem construídos, o que agrega muito para o interesse da história. O único ponto que considero ligeiramente problemático, e isso talvez apenas para mim, é a quantidade excessiva de nomes estranhos e de descrições rasas sobre alguns acontecimentos. Isso me causou um pouco de confusão e, em algumas partes, fiquei perdido, precisando retroceder páginas para conseguir me localizar sobre quem é quem e sobre o que estava acontecendo. Fora isso, indico para quem gosta de fantasia e de um romance que se mantém fiel e sincero apesar de ser entre pessoas de raças inimigas, o que passa uma importante mensagem de paz e aceitação para os dias de hoje.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Veronica ROTH
TRADUÇÃO: Petê RISSATTI
EDITORA: Rocco
PUBLICAÇÃO: 2017 e 2019
PÁGINAS: 480 e 448
Uma distopia interessante que mesmo com elementos vistos em filmes se destaca dos outros livros do gênero.
Diferente a protagonista ter um poder tão complexo e forte que é infligir tanta dor e ela mesma sentir essa mesma dor o tempo todo.
Carl!
Tive a sensação que Cyra e Akos se ompletam em muitos aspectos e fiquei tristinha porque não deu nenhuma pista de como eles terminam…kkkk
Bom ver uma duologia que termina fechadinha, mesmo que nos livros, o foco seja diferente para cada história e achei bem bacana, assim não cai na monotonia, concorda?
cheirinhos
Rudy
Pois é, vai ter que ler para descobrir 😉
Eu só tinha visto as capas destes dois livros, mas confesso que não havia lido nadinha sobre eles. É… a saga Divergente terminou de forma meio..ruim? rs e dá um medinho sim em pensar que a autora pudesse ter criado um universo semelhante e com os mesmos erros.
Mas pelo que li acima, a duologia é bacana, com personagens que se completam e sim, precisam estar ali por um bem comum, sem deixar pontas soltas e com um mundo à parte bem completo.
E se há uma mensagem meio que nas entrelinhas, melhor ainda!
Se tiver oportunidade, quero sim, conferir!
Beijo
Se Divergente terminou ruim? Nossinhora, e como terminou ruim! kkkkk
A única coisa que realmente conheço dos livros é a autora, mas já tinha visto os livros em algumas redes sociais, pelo que li as histórias atualmente tendem a se baterem e meio que criarem uma intertextualidade (o que pode ser ruim ou não), mas em todo caso que ótimo que os personagens são cativantes! Também fiquei bem decepcionada com Divergente (que até agr não tem destino certo), entendo perfeitamente como é ficar perdida em uma leitura (me sinto assim, ao ler Game of Thrones!) rsrs!
Nunca li GoT, mas acredito que também ficaria totalmente perdido.
Cara, parece muito boa essa duologia. Interessante demais saber mais sobre esse livro. Sem dúvida, será uma ótima leitura quando possível.
Olá! Confesso que depois da experiência um tanto indigesta que tive com a escrita da autora, a vontade de fazer uma nova tentativa é quase inexistente, apesar dessa história ter vários dos elementos que eu amo nas minhas leituras (me lembrou um pouco a série Restaura-me), a autora ainda consta na minha lista de desafetos (e está no cantinho do pensamento, vulgo lista negra), portanto, não será agora que eu me ariscarei com a duologia, mas quem sabe daqui a alguns anos, afinal não sou tão rancorosa assim.
Compreendo completamente seu trauma kkkkk
Muito bom saber que essa duologia tem um final que corresponda às expectativas dos leitores. Meu medo era acontecer o mesmo que Divergente.
Gosto muito desses livros de fantasia que acabam passando alguns recados nas entrelinhas. Essas conspirações políticas e adnministrativas de outros “mundos” me deixam muito curiosa.
Olá Carl!
Ao contrário da trilogia Divergente, na qual o universo mais “normal” não exigiu uma capacidade descritiva primorosa por parte de Roth, nesta duologia fantástica da autora vemos claramente alguns problemas de caracterização. A proposta da trama, mesmo com claras inspirações de ícones da cultura pop, possui originalidade suficiente para cativar o leitor, porém Veronica parece se perder no meio de tanta mitologia e política presentes neste mundo, de modo que o resultado acaba sendo uma história confusa e instável. O envolvimento amoroso, por outro lado, continua sendo o forte da autora, e o desenvolvimento dos protagonistas é algo que deve ser elogiado.
Beijos.
Olá!
Pois, então, eu tenho o primeiro livro mas não li ainda. Ao ler a resenha fiquei bastante curiosa para ler e claro, não tinha a minima ideia que era uma serie ou duologia, mas fiquei bastante surpresa em ver. A trama é bem envolvente e me deixou bastante curiosa, espero poder ler em breve.
Meu blog:
Tempos Literários
Ainda não tinha lido nada desses livros, não é o meu gênero favorito e talvez por isso não me chamou tanto atençãoas confesso que adorei as capas
Oi, Carl
Não conheço a escrita da autora, preciso mudar isso urgente.
Muitas pessoas gostam de Divergente outras nem tanto é tem aquelas que não gostaram e mesmo assim eu quero ler.
Essa duologia me encanta com os poderes de Cyra e Akos, a trama é fascinante que prende o leitor .
Assim que puder lerei, beijos.