Perturbação obsessiva-compulsiva (POC) ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma perturbação mental caracterizada por obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes que provocam na pessoa ansiedade ou mal-estar. A pessoa sente a necessidade de ignorar ou suprimir a ansiedade causada por essas obsessões através de pensamentos, rotinas ou atividades repetitivas denominadas compulsões ou rituais.

As obsessões mais comuns são o medo de contaminação por germes, sujidade ou produtos químicos, medo de contrair uma doença, medo de prejudicar outras pessoas de forma acidental ou intencional ou medo de cometer um erro grave. As compulsões mais comuns são lavar as mãos ou limpar compulsivamente para diminuir o medo de contaminação ou de contrair uma doença; confirmar repetidamente as coisas para diminuir o medo de prejudicar outrem ou de cometer um erro; e ordenar, organizar por determinada ordem, contar ou repetir compulsivamente nomes, frases ou rotinas para diminuir a ansiedade. Algumas pessoas têm dificuldade em deitar fora objetos.

A maior parte dos adultos com POC ou TOC está consciente que os comportamentos não fazem sentido. A condição está associada a tiques, perturbações de ansiedade e risco acrescido de suicídio. Não se conhecem as causas dessa doença, e nem como curar. O tratamento consiste em acompanhamento psiquiátrico, terapia ou medicação com o uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina.

Daniel tem 13 anos de idade e tem TOC, mas ela não sabe. Ele acha que o fato dele ligar e desligar as luzes do quarto dezenas de vezes antes de conseguir dormir, não conseguir olhar para o número 9, entre outros números, evitar pisar em linhas retas no chão, ou mesmo lavar as mãos repetidamente, são indícios de que ele é louco. E com medo de descobrirem, ele esconde e disfarça todos esses comportamentos. Seus pais, Max, o melhor amigo, e principalmente Raya, a garota por quem é apaixonado, não desconfiam de nada. E ele pretende manter assim.

Mas no colégio onde estuda, existe uma garota que é mantida afastada de todos, e ninguém sabe o motivo. Ela se chama Sara e nunca conversou com ninguém, nem sequer uma única palavra, a não ser com os professores e os pais. Até que um dia, sem qualquer aviso, quando Sara anda pelo corredor acompanhada por um professor e passa ao lado de Daniel, ela fala com ele, para espanto de todos. E nesse mesmo dia, ao chegar em casa, Daniel encontra um bilhete misterioso, onde quem escreveu pede ajuda, marca um local de encontro e assina como Colega das Crianças das Estrelas. Curioso, Daniel resolver comparecer para descobrir quem é essa pessoa, e termina por se envolver em uma investigação sobre o assassinato do pai de uma aluna.

Daniel é construído pelo autor para demonstrar a inocência e ingenuidade diante de uma doença séria que pode causar depressão. Ele não conta para os pais o que passa, como medo, e isso é outro exemplo de como é importante existir um diálogo dentro de um grupo familiar, sem medo de censura, de julgamento, de recriminação. Daniel é um garoto inseguro, tímido, reprimido pelo que não compreende, que se julga e condena a cada momento. E existem vários Daniels pelo mundo, que passam pela mesma situação.

Existe uma evolução do personagem durante a leitura, uma desconstrução e uma reconstrução. Elas ocorrem movidas por duas coisas: a primeira é relacionada ao fato de Daniel ser reserva do time de futebol americano; e a segunda é seu relacionamento com Sara. Daniel é o garoto da água do time, e isso está ótimo para ele, porque não precisa se provar e nem decepcionar ninguém por não saber jogar. Mas um dos colegas se machuca em um treino, e Daniel precisa substituí-lo. O pior é eles estarem a três jogos da final do campeonato. Então, Daniel é obrigado a enfrentar suas limitações.

Sara é uma garota mais complicada do que Daniel. Ela tem transtorno de ansiedade generalizada, transtorno bipolar, esquizofrenia moderada e depressão. O conhecimento de suas doenças permitem que ela identifique de primeira o que Daniel tem, e é ela que o ajuda a compreender a situação. Ela se vê nele, e ele se vê nela. É uma dupla incomum que compartilha uma condição incomum. E é através da aventura em que eles entram, para desvendar o tal assassinato, que os impulsiona para um avanço nas dificuldades que enfrentam.

Max e Raya são, respectivamente, o melhor amigo e a paixão secreta de Daniel. Max é um personagem simpático, que apesar de ser popular, de ser destaque do time de futebol, não se separa do amigo rejeitado e que todos acham estranho. A amizade que ele tem por Daniel é verdadeira e ele não se importa com as opiniões dos outros colegas. É uma mensagem importante, ainda mais na adolescência, quando os jovens precisam de autoafirmação e sentem necessidade de serem julgados de forma positiva pelos outros.

Raya é uma garota extrovertida, simpática, bonita, que Daniel pensa ser inalcançável. Mas ela não é esnobe ou fútil, ela simplesmente é alegre. E conforme ela vê quem Daniel é de verdade, ela sente necessidade de se aproximar, ela se interessa pelo que ele escreve, pelo que ele conversa e o incentiva a enfrentar a ansiedade e o medo por precisar jogar substituir o colega nos jogos de futebol.

DANIEL, DANIEL, DANIEL é um romance juvenil que traz mensagens importantes sobre doenças sérias e cada vez mais comuns entre jovens. A forma como o autor explica cada uma delas, totalmente inserido na trama, é simples e muito informativo. Daniel, Max, Sara, Raya, são todos personagens apaixonantes, bem construídos, e com um mistério somado à trama, a leitura é rápida e prazerosa. Mistério esse que, apesar de ser triste, combina perfeitamente com o resto da história, e também envia uma importante mensagem sobre como é importante dar apoio a quem precisa.

O único senão é um incômodo que eu senti quanto ao final. Não propriamente sobre Daniel ou Sara, mas com Raya. Ela tem uma conclusão que achei grosseira, rude, desnecessária, que ela não merecia. Eu realmente não entendi o motivo do autor ter feito o que fez, da forma que fez, sendo que ele fez Raya ser alguém por quem o leitor até torce. Confesso que senti vontade de abraçar Raya e dizer que está tudo bem. Estranho. Uma pena.

De qualquer forma, todo o resto é muito, muito bom de se ler, e se você quiser a chance de conhecer Daniel, Sara, Max e a Raya, ganhando um exemplar de DANIEL, DANIEL, DANIEL, basta participar do sorteio. Só seguir as regras abaixo 😉

REGRAS

UM: Preencher o formulário de participação, sendo que existem entradas obrigatórias, que valem um ponto cada uma, entradas opcionais, que valem cinco pontos cada uma, e uma entrada diária opcional, que vale cinco pontos a cada dia que voce a fizer. Quantos mais pontos você somar, mais chances tem de ser sorteado;

DOIS: Deixar um comentário neste post;

TRÊS: O ganhador precisa ter endereço no Brasil para receber o prêmio;

QUATRO: Após 19/09/2019, será feito o sorteio pelo formulário de participação;

CINCO: O prêmio será enviado em até 30 dias úteis, após divulgado o resultado. O blog nao se responsabiliza por extravios, danos ou roubos do prêmio enviado;

SEIS: O ganhador(a) terá 48 horas para responder ao e-mail de solicitação do endereço. Caso não responda nesse prazo, será desclassificado(a) e um novo nome será sorteado;

SETE: O blog GRAMATURA ALTA se reserva o direito de dirimir questões nao previstas nestas regras.

RESULTADO

Giovana Santos (@gvnsant)


AVALIAÇAO:


AUTOR: Wesley KING
TRADUÇAO: Thales FONSECA
EDITORA: Rocco
PUBLICAÇAO: 2019
PÁGINAS: 280


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