Como está na introdução de LISBOA CAPITAL DA ILUSÃO, há vários anos que uma abordagem fotográfica diferente, baseada fundamentalmente num processo de observação, imaginação e na procura de ângulos ou cenários ilusórios, faz parte do dia-a-dia, pesquisa e estudo dos autores. Eles procuraram capturar cenários reais sem recorrer a qualquer foto-manipulação e, contudo, sem deixar de obter uma fotografia enigmática, capaz de fazer soltar uma exclamação, uma interjeição, um sorriso, muitas dúvidas.
Ainda na introdução, há uma explicação sobre o que é a ilusão de ótica: em termos gerais, é uma percepção distorcida da realidade. O termo se aplica assim a todas as imagens ou cenários que “enganam” o sistema visual, levando-nos a observar algo que, pura e simplesmente, não existe, ou que existe mas não é detectado ou que é visualizado de forma errada. A luminosidade e o sombreamento, a distância, a cor, a perspectiva, a interposição de objetos e pessoas, ou o simples movimento do olho, podem desempenhar um efeito incrível sobre o que (realmente) vemos.
LISBOA CAPITAL DA ILUSÃO é um conjunto de fotografias tiradas de paisagens e objetos em uma posição que transmite dois significados: o primeiro e mais óbvio, a paisagem ou o objeto em si; o segundo é a ilusão, aquilo que está além do óbvio. Assim temos, agrupadas em capítulos, ilusões de ótica, ilusões de perspectiva, ilusões de levitação, ilusões de sombreamento, entre outras. Todas elas exigem que o leitor demore mais do que alguns segundos em cada uma. Algumas são fáceis de identificar a ilusão, outras demoram mais, e nessas, quando conseguimos, ficamos surpresos em como os autores conseguiram realizar o feito. Ou melhor, conseguiram identificar como realizar o feito sem qualquer manipulação.
Mas melhor do que tentar explicar, é mostrar um pouco do que você poderá encontrar nas páginas de LISBOA CAPITAL DA ILUSÃO. Na foto abaixo, apenas posicionando a camêra, cria-se a percepção de que o calção pendurado serve de rede para a cesta de basquete desenhada na parede ao fundo.
Nesta próxima, não há como identificar se a escada está encostada no vidro do prédio ou no muro que separa a calçada do andar inferior. Para descobrir, você teria que se aproximar mais da escada.
E nesta, o jato de água de um aspersor de jardim, parece estar empurrando uma mulher na parede do outdoor ao longe.
Um último exemplo é esta foto, onde parece que um monstro feito de folhas está prestes a devorar o pobre homem que trabalha no telhado da casa.
Esse tipo de arte exige que além de apuro estético, exista uma percepção entre a paisagem e os objetos além dela, para que em conjunto, se possa criar a tal ilusão, se possível. Não é apenas um trabalho artístico, mas também de paciência e de pesquisa, porque não basta encontrar algo belo para se fotografar, é necessário encontrar uma ilusão que possa ser construída desse algo.
LISBOA CAPITAL DA ILUSÃO entrega três produtos distintos em um único livro: fotos lindas de paisagens urbanas; pequenos ilusões para serem desvendadas; e a oportunidade de conhecer um pouco da capital de Portugal. São mais de 100 fotos diferentes, que farão você se distrair e admirar por mais de uma vez.
AVALIAÇAO:
AUTORES: Pedro PRETO nasceu em Lisboa, em 1971. É licenciado em Biologia. Descobriu a fotografia em 2007 e é colaborador da Universidade Intergeracional de Benfica nas áreas da fotografia e literatura. Nuno PEREIRA nasceu em Lisboa, em 1967, e é Mestre em Geografia Física. Tem na fotografia um dos seus hobbies prediletos.
EDITORA: Chiado
PUBLICAÇAO: 2019
PÁGINAS: 164
COMPRAR: Amazon
Que fantástico esse trabalho, olhando para essas fotos que você colocou na resenha me senti criança (olhando para as nuvens tentado vê o que a forma representa) tentando identificar o que a ilusão queria transmitir. Muito bom mesmo!!
Puxa, olhando as fotos mostradas realmente a gente não sabe se é realidade ou apenas uma ilusão. Enganar os olhos, como diria minha amiga.
Como sou apaixonada por fotos assim, que não são trabalhadas, estudadas e simplesmente são tiradas ali, naquele momento perfeito, adorei o que vi acima!
E com certeza se puder, quero muito ver a obra em mãos!
Beijo
Imagino a paciência para encontrar essas posições.
Olá! A capa também entrega um pouco do que vamos encontrar no decorrer desse livro tão diferente, pelo menos para mim! O que traz um “Q” ainda mais especial, afinal é uma ótima oportunidade para conhecer mais de Portugal, mas por ângulos completamente inusitados. Imagino o quanto de trabalho deve ter dado para tirar essas fotos, haja paciência (que eu não tenho).
Verdade, dá para conhecer um pouco de Lisboa.
Uma imagem vale mais que mil palavras não é?
Essas imagens e as ilusões que cada uma criam possibilita que a imaginação voe longe e crie historinhas e cenas. Como nas fotos da redenha: O monstro das mil folhas que se prepara para atacar o pobre homem indefeso, mas que na verdade é uma questão de perspectiva. Uma árvore e um homem.
Dá para ficar olhando um tempão.
Olá Carl!
Hoje em dia o ato de fotografar se tornou banalizado, e com todos os efeitos e software disponíveis não sabemos o que, de fato, é real. Neste trabalho, os talentosos Petro e Pereira resgatam o conceito original de fotografia e ainda sob uma nova perspectiva. Além disso, os fotógrafos trabalham de uma maneira que não deixa de ser criativa e desafiadora, dando um novo significado para a apreciação de uma imagem.
Beijos.
Sim, achei tudo bem criativo!
Nossa, amo essas fotos cotidianas, isso tão real, mas essas sacadas foram sensacionais ♡♡♡♡ é muito bom ver as pessoas vendo o mundo, por mais duro e difícil que ele seja as vezes, com tanto bom humor e criatividade ♡
Oii 😉
Gosto muito de fotografia, e testo minhas *poucas* habilidades em fotos mais criativas lá no bookstagram.
Essa não é o tipo de leitura com a qual estou acostumada, mas gostei que o autor não ficou no óbvio de fazer um livro apenas com imagens normais, e usou dessa ilusão de ótica.
Como você disse, é preciso alta percepção para notar essas ilusões, então parabéns para o criador do livro 🙂
Oi, Carl!
Gostei muito do livro sem dúvida é um trabalho muito interessante! E são mais de cem fotos para olhar e analisar tudo que elas nos transmite.
Bjs
Olá, Carl
Nossa que trabalho lindo, os autores tiveram um cuidado imenso ao selecionar as fotos com essa ilusão de ótica.
Faz a gente de bobo pensando se é real ou não, gostei de todas as fotos da resenha a melhor foi a penúltima muito criativa e ainda podemos conhecer mais Portugal.
Beijos