Este é o oitavo livro da série policial Will Trent, sendo o terceiro livro lançado no Brasil, apesar disso, o livro pode ser lido separadamente sem problema nenhum. ESPOSA PERFEITA foi o segundo livro que li da autora e já posso dizer que ela se tornou uma das minhas favoritas dos últimos tempos.

Aqui encontramos uma mãe, lutando por sua sobrevivência e a de sua filha, com a qual nunca teve contato, em uma sala escura, aparentemente sem saber o que a aguarda do outro lado da porta. É assim que somos introduzidos na história. No entanto, assim que a porta abre, ocorre uma mudança de protagonista e agora a história acontece pelo ponto de vista do detetive Will Trent.

Ele e sua parceira, Faith, são chamados para investigar uma cena de crime, que acaba sendo na boate de Marcus Rippy, um famoso jogador de basquete que foi acusado de estupro seis meses atrás, e Will fez de tudo para prendê-lo, mas é claro que o dinheiro e a fama falam mais alto que o testemunho de uma mulher drogada.

O crime ocorrido na boate não poderia ser pior: um ex-policial é encontrado morto, com uma maçaneta enfiada no pescoço, em uma sala cheia de sangue. Dale Harding não era um bom policial, era corrupto e todos sabiam disso. Ainda assim, um policial morto, sempre é um policial morto. Enquanto analisavam todos os cantos da boate, descobriram que o sangue encontrado na cena do crime não era de Dale. Havia uma segunda vítima que estava desaparecida e, considerando todo o sangue no local, provavelmente ela estaria morta em poucas horas.

A descoberta de uma arma do lado de fora da boate muda todo o curso que a investigação iria tomar. Ao analisar a arma, é revelado que a dona dela é Angie Polaski, esposa de Will, a mulher que ele diz estar tentando se separar, mas que não consegue encontrá-la.

Ao mesmo tempo que Will, Faith e a chefe deles, Amanda, estão investigando o caso, os dois policiais que chegaram na cena do crime primeiro, também acabam participando das investigações. Ng e Collier são policiais completamente diferentes dos outros três. Desde o momento em que são apresentados, nós desconfiamos deles.

Enquanto Will tenta entender se Angie é a vilã ou a vitima, ele tem que lidar com tudo o que ele não contou sobre ela para Sara, a Legista com quem ele tem um relacionamento de dezoito meses. Apesar do relacionamento dos dois ser algo pouco explorado, o ponto de vista de Sara foi algo que me agradou bastante, pois leva em conta todos os aspectos que a envolvem: ela precisa lidar com a mentira, o ciumes, o medo, ela precisa continuar sendo completamente profissional, apesar de todas as suas inseguranças.

Até metade da leitura, eu tinha certeza absoluta do que estava acontecendo, mas apesar do que parece, a autora não facilita em nada. Toda vez que você acha que as peças estão se encaixando, há uma surpresa. Uma nova conexão aparece e há a troca de narrador, que faz com que nossa visão de bem e mal mude completamente.

Não há muito o que falar da trama sem revelar partes importantes do livro. Tudo o que eu quero dizer é que foi uma leitura incrível, cheia de migalhas que parecem não levar a lugar nenhum e que nos deixam ainda mais cheios de duvidas, mas acredite: no fim, não haverá pontas soltas.

Os personagens foram bem desenvolvidos e cada um tem um papel crucial na história, mesmo que no início pareçam irrelevantes. Will é complexo e enigmático, mas eu me afeiçoei a ele. Sara foi uma personagem a quem me apeguei e, assim como Faith, desejei que tivessem maior espaço na história. Durante a leitura, compreendi Angie, mas também a odiei em vários momentos, é uma personagem cheia de camadas, complexa demais para só amar ou odiar.

Ao contrário do primeiro livro que li da autora, este, apesar de tratar de alguns temas pesados, não se aprofunda tanto neles e nem é tão detalhista, o que me deixou mais tranquila com a leitura. Ainda não li os outros dois livros da série, mas espero que sejam tão maravilhosos quanto esse.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Karin SLAUGHTER é uma autora de livros policiais, que estreou com o seu romance Cega em 2001. Publicado em quase 30 idiomas, tornou-se um sucesso internacional e entrou para o Dagger Award como “Melhor Thriller Debut “de 2001. Slaughter nasceu em uma pequena comunidade ao sul da Geórgia, e agora reside em Atlanta.
TRADUÇÃO: Marcelo BARBÃO
EDITORA: HarperCollins
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 464


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