Existe um sentimento de raiva em A BRUXA NÃO VAI PARA A FOGUEIRA NESTE LIVRO. Na verdade, chega a ir além da raiva e entra no campo do ódio. Os poemas, divididos em estrofes sem rima ou métrica, dividem espaço com páginas com prosa e desenhos e são agrupados em quatro partes: O Julgamento, reúne poemas que referenciam como a mulher é tratada pela sociedade; A Queima, trata de como a mulher é tratada em um ambiente familiar; A Tempestade de fogo faz alusão a como a mulher se sente perante tudo isso; e As Cinzas, enaltece a força feminina.
Ser uma mulher é estar pronta para a guerra, sabendo que todas as probabilidades estão contra você – e nunca desistir apesar disso.
Essa divisão faz sentido, embora os poemas nem sempre o fazem dentro da parte em que são colocados, mas, como disse, quase todos eles emitem um sentimento de ódio pelo homem que, de certa forma, é compreensível. Isso porque o livro não tem a pretensão de educar, não tem a pretensão de mandar uma mensagem feminista, ele não poemas feministas, mas, sim, de desabafar. É um grito de mulher no meio de uma opressão masculina que dura desde…sempre!
Eles tentam ns convencer de que nossos estupradores serão apenas estranhos à espreita nos arbustos, na escuridão da noite escura (…) então quando nossos estupradores são nossos avôs/pais/irmãos/tios/primos/melhores amigos/namorados/maridos, não temos palavras para dizer isso e ninguém está disposto a nos ajudar a acender nossas tochas – tudo é uma distração.
No início da leitura, eu cheguei a considerar que a autora estava generalizando na forma como emprega as mensagens contra o sexo masculino, como se todos os homens fossem monstros machistas, abusadores e estupradores. Mas, aos poucos, eu compreendi que essa era uma falsa percepção minha. Não há como empregar em toda estrofe, ou em toda a frase, o “quase todos os homens”, ou “a maioria dos homens”, ou mesmo “alguns homens”, então fica subentendido que o direcionamento é apenas para quem se enquadra. É como se ela estivesse falando diretamente para eles, e eu fosse apenas um espectador, ou uma testemunha.
Roteiro para quando ele diz para você sorrir: vá se ferrar.
A BRUXA NÃO VAI PARA A FOGUEIRA NESTE LIVRO, a meu ver, não é direcionado para todas as mulheres, mas para aquelas que já passaram por alguma forma de abuso, ou ainda passam, e precisam de algo para socar, para xingar, para tentar repelir o ódio que sentem. É isso que a autora faz e compartilha com o leitor. A leitura expurga os sentimentos de peso, ou ajuda a formar, naquelas que precisam que ele seja formado, para que consigam gerar uma força que as ajude a sair da cadeia em que podem estar devido a um homem. Não espere encontrar nos poemas outro sentimento que não seja esse. Mas isso já é suficiente para tornar a leitura mais do que obrigatória.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Amanda LOVELACE éuma devoradora de palavras e leitora ávida e apaixonada de contos de fadas desde a infância, por isso era natural que Amanda começasse a escrever seus próprios livros. E foi o que ela fez. Quando não está lendo ou escrevendo, pode ser encontrada aguardando seu café com especiarias para voltar à maratona de temporadas de Gilmore Girls. Poeta vitalícia e atual contadora de histórias, mora em New Jersey com seu noivo, seu gato temperamental e uma coleção de livros tão grande que em breve precisará de uma casa só para ela. Bacharel em Literatura Inglesa, cursou também Sociologia. A Princesa Salva a Si Mesma neste livro é sua estreia na poesia e o primeiro livro da série Women Are Some Kind of Magic”. Seu site oficial é amandalovelace.com, mas Amanda também pode ser encontrada como ladybookmad no Twitter, Instagram e Tumblr (ainda não descobriu como funciona o Snapchat).
TRADUÇÃO: Izabel ALEIXO
EDITORA: Leya
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 208
COMPRAR: Amazon
A Bruxa não vai Para a Fogueira Neste Livro é uma obra forte e avassaladora que pelo que li na resenha. Apesar de ter se tornado um queridinho de todos acredito que pra mim não ia ser uma leitura fácil ou prazerosa.
Oi, Carl,
Esse detalhe diferente – presente no livro -,
impressiona por sua unanimidade em que é imposto e na maneira de direcionar seus objetivos. Portanto, é sim, um livro do meu interesse.
Os títulos dos livros da autora Amanda LOVELACE, dizem muito mais do que aparentam. E em A mulher não vai para a fogueira neste livro, não é diferente.
Achei bastante interessante esse auxílio que ela buscar poder dar para aquelas mulheres que sofrem ou sofreram de abuso. Por qualquer que seja.
Apesar de sucinta, a resenha trouxe todas as características para que pudesse chamar nossa atenção e fazer com que queiramos ler.
Gostei demais!!
Bjos
Tenho lido muita coisa a respeito deste pequeno livro faz um bom tempo, mas ainda não tive a oportunidade de conferir ele. Como amo poesias, crônicas, frases de efeito, sei que vou adorar o formato deste livro, como verdadeiros tapas na cara, não só de uma sociedade que ainda aprisiona muitas mulheres dentro de si mesmas, mas também até de nós mesmas, que muitas vezes, nos deixamos aprisionar.
Isso de “gritar” ao mundo nossa raiva, decepção e amor é algo maravilhoso e quero muito poder conferir!
Beijo
Oi Carl!
Acho que li pouco sobre esse livro, e sua resenha me fez olhar ele de uma forma positiva, acredito que a leitura traga boas reflexões tbm.
Qro ler!
Bjs!
Já ouvi falarem do livro mas ainda não tinha parado para ler nenhuma resenha sobre. Parece ser um livro bem interessante, quem sabe eu possa ler! ”Nunca” sofri nenhum abuso, mas sinto raiva por várias mulheres que já passaram por isso, e não são poucas.
Olá! Só o titulo do livro já chamou minha atenção. Gosto desse tipo de leitura que meio que exorciza sentimentos guardados dentro da gente, então acredito que esse é o livro certo para mim.
Oi, Carl!!
Sem dúvida esse livro é importante pois só pelos trechos da para ver como as mulheres que sofreram algum tipo de abuso se sente e como elas podem exorcizar esses sentimos.
Bjos
Não gosto muito de poesias, mas tenho vontade de ler esse livros que são poesias em forma de denuncia, de desabafo, de superação. Todos esses livros que falam sobre os direitos das mulheres + empoderamento.
Acho que lerei sim.
bjsss
A poesia desse livro Foi simplesmente de tirar o meu fôlego Achei um livro forte feminista e de leitura bem marcante realmente um livro que recomendaria para várias amigas minhas