Sobre CÉU SEM ESTRELAS: como não amar.

Eu sou uma leitora que ama romances, mas de uns tempos para cá, venho percebendo que os romances costumam ser muito iguais, todos com aquele casal perfeito o tempo todo, e ao ler CÉU SEM ESTRELAS, pude perceber que existem romances bons sem o clássico perfeccionismo.

Cecília, nossa protagonista, é muito insegura, algo que acontece muito com adolescentes, e até mesmo adultas. A principal insegurança da garota é sobre seu corpo. Cecília está acima do peso, sim, mas onde está escrito qual é o peso correto de uma pessoa? Onde diz que para sermos padrões de beleza, temos que ser magras?

Isso é o que as pessoas ao redor de Cecília tentam mostrar a ela, e é incrivelmente satisfatório um livro onde outros personagens tendem a cuidar, amar, e mostrar a alguém tão inseguro de si, que a pessoa não precisa disso, que ela tem que ser do jeito que quiser ser.

E esse é o foco principal do livro: mostrar que o amor próprio pode te ajudar em todos os momentos da sua vida, e que você precisa se amar.

Além desse foco incrível na insegurança sobre o corpo, temos sobre depressão, ataques de pânico, suicídio e automutilação. Já ouvi muitas pessoas dizerem que quem se corta está fazendo drama, está fazendo porque quer, porque é maluco, e julgar não vai ajudar a ninguém a sair disso. Então, antes de sair falando besteiras, devemos pensar que: pessoas que se automutilam acham que a dor física é uma forma da dor emocional, aquela que você não consegue tirar de dentro de você, e isso alivia, faz ela achar que está no controle de algo; que, sentindo essa dor física, vai ficar tudo bem. Eu digo por experiência própria que não vai. Uma hora esse “alívio” não vai mais ser suficiente, e você vai se afundar cada vez mais.

Então, não pensem que estão sozinhos, que ninguém os ama, e que ninguém se importa, procurem ajuda de pessoas especializadas para ajudá-los a superar, não tenham medo, não tenham vergonha. Todos nós passamos por coisas difíceis, e cada um sente de uma forma diferente, não se sinta fraco, você é forte por estar aqui e estar lutando.

Mas voltando ao foco do livro: Cecília sempre foi apaixonada por Bernardo, o irmão da sua melhor amiga, Iasmin. Então, depois de problemas com a mãe, a garota passa uns tempos com a família Campanati, o que leva ao início do romance dos dois.

Eu me surpreendi com o Bernardo, porque achava que ele seria mais um bad boy babaca que pegaria várias, porém ele se mostrou uma pessoa diferente e trouxe uma perspectiva diferente no livro. Os capítulos são bem curtos, e acredito que isso ajuda a leitura a fluir (fujo de livros com capítulos grandes), e temos o ponto de vista do Bê e da Ceci.

Eu acreditava ser apenas mais um romance que leria, acabei me surpreendendo e me apaixonando por esse livro, e sinto um orgulho de dizer que é um livro nacional.

Realmente acredito que deveriam ler CÉU SEM ESTRELAS, pois, como já disse, ele traz questões pelas quais muitas adolescentes estão passando e não sabem lidar, e seria bom se identificar com uma personagem e perceber que, assim como ela, vocês também não estão sozinhas.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Iris FIGUEIREDO nasceu em 1992, na região metropolitana do Rio de Janeiro. É formada em produção editorial pela UFRJ e pós-graduada em transmídia. Já atuou em diversas áreas do mercado editorial e manteve por muitos anos o blog Literalmente Falando. É autora da duologia Confissões On-line: Bastidores da minha vida virtual (Generale, 2013) e Entre o real e o virtual (2015).
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 357


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