No meio da paisagem de uma vila italiana, a história de amor entre o tímido Pio, e Hadrian, o garoto que ajuda a sua avó na floricultura da família.

The Flower Pot” foi criado por Amanda Freitas inicialmente como um projeto independente para o Webtoon. Com o passar do tempo, o quadrinho ganhou destaque e chamou a atenção da editora JBC, que percebeu o talento da autora e a sensibilidade da narrativa. Destinado a um público que está começando a adolescência, o quadrinho explora temas como o despertar do primeiro amor e os desafios emocionais que vêm com ele, incluindo a ansiedade sobre a reciprocidade desses sentimentos. A história foca especialmente nas experiências de Pio, enfrentando a insegurança de seu primeiro grande amor, e de Hadrian, lidando com a ansiedade provocada pelas decisões importantes que precisa tomar sobre seu futuro.

Li os dois volumes disponíveis de “The Flower Pot”, incluindo “The Flower Pot – O Começo”, que é uma prequela. Nela, exploramos a vida de Pio e Hadrian antes de se conhecerem. No primeiro volume, a arte de Amanda Freitas se destaca por seu estilo colorido e vibrante. Ela usa cores vivas para destacar a energia jovial e a atmosfera descontraída das cenas. Os traços são suaves e as expressões faciais são claras e diretas, transmitindo emoções eficazmente. A dinâmica dos quadrinhos é mantida com diálogos que fluem naturalmente, enquanto o uso sutil de luz e sombras cria um ambiente acolhedor.

No segundo volume, “The Flower Pot – O Começo”, o estilo artístico e as cores são mais suaves, contribuindo para uma atmosfera introspectiva e calma. Os traços dos personagens são mais detalhados e maduros, com menos exageros e maior ênfase na profundidade emocional através das expressões faciais. A composição dos quadrinhos é simplificada, permitindo que o foco permaneça nas interações e nos momentos de reflexão e conexão pessoal entre os personagens.

Essa diferença nos estilos artísticos entre os dois volumes é contraditória, mas não negativa. No primeiro volume, os personagens possuem um visual mais infantil e cartunesco, com cores brilhantes e uma energia mais alegre. No segundo volume, que retrata um período anterior na vida dos personagens, os traços são mais realistas e maduros, com uma paleta de cores mais suave, sugerindo um tom mais sério e contemplativo. Essa variação pode refletir a evolução da artista ao longo de seu trabalho ou uma intenção deliberada de atingir um público ligeiramente mais velho com a prequela.

A narrativa de “The Flower Pot” mantém um tom consistente ao explorar a descoberta dos sentimentos entre dois garotos que estão na transição da adolescência para a fase adulta. Os diálogos são simples e capturam efetivamente as dúvidas e incertezas dos personagens. Embora muitas vezes as conversas possam parecer ingênuas, elas se mantêm fiéis à realidade dos jovens, refletindo suas experiências e emoções de maneira autêntica e acessível. Essa abordagem permite que os jovens leitores se identifiquem com os personagens e entendam melhor suas dúvidas emocionais.

Os dois volumes de “The Flower Pot” têm uma doçura que aquece o coração. Eles nos fazem lembrar dos momentos mais felizes da infância, especialmente se já somos adultos. Para os mais jovens, os livros podem inspirar coragem para expressar sentimentos à pessoa que gostam, mesmo enfrentando o medo da rejeição, que muitas vezes pode parecer maior do que realmente é. Seja você adulto ou criança, aproveite essa leitura encantadora.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Amanda Freitas
ILUSTRAÇÃO: Amanda Freitas
EDITORA: JBC
PUBLICAÇÃO: 2023 e 2024
PÁGINAS: 192 e 240
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