Você quer jogar? É só um jogo. Isso é o que pensa Henrik “HP” Peterson, protagonista da Trilogia THE GAME, ao aceitar um convite anônimo, via celular, para participar de missões inusitadas pelas ruas de Estocolmo. Mas a cada tarefa cumprida, e devidamente compartilhada na rede, ele tem a sensação de que a brincadeira está ficando séria demais. Será paranoia? Ou será que HP está realmemte caindo numa poderosa rede de intrigas, com conexões que poderiam chegar aos responsáveis pelo assassinato do primeiro ministro sueco em 1986 ou até mesmo aos ataques do 11 de setembro? Quem afinal está por trás desse jogo? Você tem coragem de investigar?

O primeiro ponto que você deve ter em mente antes de ler THE GAME é que ele é o primeiro de uma trilogia, então muita coisa fica em aberto no final da história. E o que acontece nela é desenvolvido sem pressa, com cuidado. Por isso, os dois personagens principais, Henrik, ou HP, e Rebecca têm um desenvolvimento diferente durante a trama, mesmo os dois sendo irmãos.

HP é inconsequente, sua moral é dúbia, gosta de aproveitar a vida sem muita visão do futuro. Rebecca é uma policial, uma guarda-costas de personalidades políticas, e luta para conseguir vencer o trauma de um acontecimento passado, onde HP também estava envolvido e sofreu as principais consequências. Rebecca se sente culpada pelas duas coisas.

Enquanto HP faz parte do jogo, Rebecca sofre, sem saber, o efeito do que ele joga. Mesmo quando descobrem, os dois continuam sua trajetória em separado. Pensei que Rebecca, por ser policial, iria interferir ou ajudar o irmão, mas isso não acontece. Talvez no próximo livro.

A ideia por trás do jogo é interessante e criativa, embora levada ao extremo, a um nível que contempla praticamente tudo o que acontece de errado e estranho no mundo, mas, por incrível que parece, tem sua lógica. E isso torna a história muito interessante, ainda mais quando chegamos no final e descobrimos que a ramificação de quem controla o jogo é maior do que o leitor imagina.

THE GAME é o início de uma aventura que promete muitas reviravoltas. A cada capítulo, acompanhamos HP e Rebecca serem jogados em situações onde não conseguimos vislumbrar o resultado e essa ignorância nos mantém preso na leitura.

A narrativa é direta, sem muita enrolação, e diferente dependendo de cada personagem. Embora seja narrada em terceira pessoa, quando estamos sob o ponto de vista de HP, nota-se uma crueza maior nos adjetivos, sem é que me entendem 😉

O único ponto negativo que preciso dizer é que a revisão da editora foi um pouco displicente. Existem alguns erros de gramática que depreciam uma edição visualmente tão caprichada.

THE GAME promete aumentar seu grau de emoção no segundo livro, que irei comprar sem nenhuma dúvida. Ah, e temos uma estrevista exclusiva feita com o autor, você pode ler aqui.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: Anders De La Motte
TRADUÇÃO: Alexandre Matias
EDITORA: Darkside
PUBLICAÇÃO: 2015
PÁGINAS: 272