Um resort isolado no alto dos Alpes Suíços é o último lugar em que Elin Warner gostaria de estar. Mas ao receber o convite inesperado para comemorar o noivado do irmão, Isaac, a quem não vê há anos, ela sente que o melhor que pode fazer é aceitar.
Assim que chega, em meio a uma forte nevasca, Elin é imediatamente acometida por uma onda de tensão. Além do relacionamento estremecido com Isaac, algo no hotel a deixa nervosa. Antes um sanatório abandonado, o lugar tem um passado sinistro, que só alimenta o clima macabro que o permeia.
Quando eles acordam na manhã seguinte e descobrem que Laure, a noiva do irmão, desapareceu sem deixar vestígios, a inquietação de Elin aumenta. Em pouco tempo, a tempestade impede qualquer um de chegar ou sair do hotel, e quanto mais tempo Laure permanece desaparecida e situações estranhas acontecem, mais o pânico se instaura entre os hóspedes e os funcionários confinados no lugar.
Para piorar, ninguém notou ainda o desaparecimento de outra mulher. E ela é a única que poderia tê-los alertado sobre as ameaças à espreita. Agora, todos estão em perigo. E qualquer um pode ser a próxima vítima.
A sinopse de O SANATÓRIO, pelo menos para mim, indica se tratar de uma história de terror, até mesmo com um toque de sobrenatural. Mas não é bem assim. Na verdade, é um suspense policial, uma perseguição a um assassino, que se revela previsível e não apresenta grandes reviravoltas ou surpresas.
Elin é casada com Will, ela é policial e está de licença devido a uma situação que deu errado no trabalho. A isso, soma-se um trauma que ela tem de uma tragédia na infância que envolveu seu irmão, Isaac. Ela sente necessidade de esclarecer alguns pontos com Isaac com relação a esse passado, mas não sabe o quanto isso será desgastante e se não irá abalar definitivamente o relacionamento dos dois.
Will é um marido presente, e eu achei que seria o contrário. Achei que ele faria aquele papel de companheiro que nunca acredita na esposa, que sempre duvida do que ela diz ou vê. Isso não acontece. Will realmente é fiel, preocupado, paciente, e se mostra um aliado indispensável em diversas situações.
Elin é insegura demais, indecisa demais, e isso me incomodou um pouco. A personagem é a peça central da trama, e a trama fica presa porque a personagem não evolui. Penso que a autora demorou demais para tirar Elin de seu estado de passividade, uma vez que isso só aconteceu nas últimas páginas, e essa demora acabou tornando a leitura repetitiva e decepcionante em diversas partes.
E não há a justificativa do tal trauma no passado ou o problema no trabalho, uma vez que ambos são resolvidos antes da metade do livro. Acho que é aquele desejo de diversos autores de criarem uma personagem fragilizada e insistirem em mantê-la dessa maneira o maior tempo possível para criar situações de empatia com quem está lendo. É uma bobagem quando usado de forma extensa e mais prejudica a leitura do que ajuda.
Apesar disso, a narrativa é muito contagiante, a autora consegue escrever de uma maneira que conquista, engana o leitor, os capítulos são curtíssimos, e isso leva o leitor, página após página sem qualquer sensação de cansaço ou vontade de desistir. Penso que essa facilidade em escrever e conquistar, foi a maior responsável por eu ter terminado a leitura, após 500 páginas, com as ressalvas acima e ainda ter gostado bastante da leitura.
Recomendo O SANATÓRIO para os fãs de suspense, de uma boa escrita, que desejam realizar uma leitura sem compromisso, que irá distrair, não deixará grandes lembranças, mas ainda assim deixará o desejo de manter o livro na estante.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Sarah Pearse TRADUÇÃO: Marcelo Schild Arlin EDITORA: Intrínseca PUBLICAÇÃO: 2022 PÁGINAS: 480 |