SEM SAÍDA – SUSPENSE, REVIRAVOLTAS E MUITA AÇÃO

A universitária Darby Thorne já tinha problemas demais. Sem sinal de celular e com pouca bateria, ela precisava dirigir em meio a uma nevasca para visitar sua mãe que fora internada às pressas e poderia morrer, mas o mau tempo a obriga a fazer uma parada. Num estacionamento no meio do nada, Derby se depara com uma criança presa e amordaçada dentro de uma van. Aterrorizada, ela precisa manter a calma. Mais que descobrir quem é o proprietário do veículo, é fundamental escolher quem, dos quatro desconhecidos no local, pode ser um aliado para ajudar no resgate. O desafio são as consequências: isolados pela neve, qualquer deslize pode ser fatal. É preciso resistir até o amanhecer, mas o perigo aumenta e cada minuto pode ser o último.

Em algumas regiões dos EUA, existem locais que são chamados de Áreas de Descanso. Ficam entre localidades e servem para viajantes darem uma parada, beberem algo, e depois continuarem a viagem. Não existem funcionários fixos, cada visitante se serve do que tem disponível. E é em um desses locais, quando é atingida por uma nevasca, que Darby precisa parar até o tempo permitir que continue o caminho para visitar a mãe doente. É nesse local que se passa toda a história de SEM SAÍDA, um thriller de suspense bem competente, que foi adaptado para um filme e que está disponível no serviço de streaming da Hulu.

Os capítulos são temporais, ou seja, o primeiro começa às 17 horas e 19 minutos e vão avançando até culminar no último, às 06 horas e 22 minutos. A narrativa é cheia de reviravoltas, mesmo depois de metade da história, quando já se sabe quem é o sequestrador, e o que começou como um suspense, se transforma em uma sequência frenética de vários trechos cheios de ação.

Darby é uma garota cheia de problemas no passado e no presente, principalmente em relação à sua mãe, que agora está à beira da morte, o que desencadeia sentimentos conflitantes de remorso e esperança de reconciliação. As situações que vão se sucedendo com o passar das horas e a forma como Darby tenta resolvê-las, conseguiu me convencer. Ela não é uma heroína, não é treinada em nada, é uma garota normal que tenta salvar a vida de uma criança e de outras pessoas inocentes que são pegas no meio por acidente. E o autor mantém isso relevante para cada coisa que acontece, sem transformar a personagem em algo que ela não é de início.

Eu gostaria de falar dos outros quatro personagens, mas estragaria muitas surpresas e a experiência da descoberta. Cada um deles tem sua relevância dentro da trama, e cada um deles terá um papel essencial em algum momento da história. Para bem ou para mal. Posso dizer que a primeira reviravolta não é assim tão surpreendente, mas a forma como ela é revelada, a forma sútil como acontece, é mais surpreendente do que ela mesma. E esse é um dos méritos do livro: as reviravoltas acontecem sem um prévio aviso, sem aquele alerta para preparar o leitor. Elas acontecem no meio de uma ação, ou no meio de uma conversa inofensiva, ou mesmo quando algum personagem vai fazer algo e é interrompido por outro que o leitor nem se lembrava. E essa técnica se mantém até a última página, literalmente até o último parágrafo.

Como disse no início, SEM SAÍDA virou um filme que segue basicamente tudo o que está no livro. E, por incrível que pareça, o trailer consegue manter o mistério de quem é o sequestrador e não revela nenhuma das reviravoltas que acontecem. Como uma história de suspense e ação, tanto o livro como o filme me deixaram bem satisfeito. Darby conquista a torcida em ambas as obras e convence como uma jovem simples que luta pela vida contra… alguém.

Indico muito que você leia primeiro e depois assista ao filme. Eu fiz o inverso, gostei muito do filme e quando soube que era baseado em um livro, corri atrás para comprar. Confesso que tive o mesmo sentimento de ansiedade durante a leitura, mesmo já conhecendo a história. A escrita do autor é muito contagiante e carregada de adrenalina. Indico demais!

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