Hal Westaway tem pouco mais de 20 anos e trabalha como cartomante, jogando Tarô para clientes que buscam ajuda sobre o passado e o futuro, na esperança de encontrarem alguma resposta, algum direcionamento. A mãe de Hal morreu anos atrás, ela também jogava Tarô; e o pai, bem, Hal nunca conheceu o pai e nem sabe quem é. Mas viver financeiramente de cartas não traz muitos ganhos, e Hal está endividada, além de ser perseguida pelo capanga de um agiota, de quem pegou emprestado uma quantia razoável de dinheiro.
A sorte de Hal parece querer mudar, quando ela recebe a carta de um advogado, informando que a avó de Hal faleceu e deixou para a neta, uma herança a ser dividida com os demais familiares. Hal espera que o dinheiro a receber seja o suficiente para quitar a dívida com o agiota. O único problema, é que a avó de Hal morreu há mais de 20 anos, ou seja, o advogado confundiu Hal com outra pessoa que possui o mesmo nome.
Mesmo assim, apostando em sua capacidade de conseguir ler as pessoas, conseguir antecipar o que elas pensam, através de um olhar dedutivo, Hal decide levar o engano adiante, viaja para a mansão da família Westaway para descobrir se existe alguma chance dela conseguir uma parte da herança. E tudo corre bem, até que o advogado abre o testamento, e Hal descobre que não é herdeira apenas de uma pequena quantia, mas de toda a fortuna deixada pela Sra. Westaway. Isso, claro, levanta a inveja e cobiça do resto da família Westaway, além de começar a levantar o véu de segredos que estão, sim, ligados a Hal e que envolvem um passado de mistério e assassinatos.
A MORTE DA SRA. WESTAWAY segue a linha clássica, muitas vezes usada por Agatha Christie, de reunir familiares em uma mansão, devido a um falecimento e à abertura de um testamento, envolvendo mistérios e assassinatos. E a cartilha é seguida à risca pela autora Ruth Ware. Mas isso não é algo negativo, ainda mais que a autora soube usar todos os elementos com muita maestria. Principalmente na construção da personagem principal e suas motivações.
Embora a narrativa seja em terceira pessoa, ela foca exclusivamente em Hal Westaway, com exceção de alguns capítulos bem curtos, que são os trechos de um diário escrito por alguém, que descobrimos quem é, mais na frente, lá pela metade do livro. Hal é apaixonante, cheia de facetas diferentes, que conhecemos conforme a trama avança. Ela é inteligente, perspicaz, e as partes em que ela usa o Tarô, são bem descritas e colocadas em pontos que realmente fazem sentido.
Entretanto, os personagens secundários não possuem grande desenvolvimento. Pouco é dito sobre cada um deles. Apenas o necessário para situar o leitor sobre quem é, e qual a importância dentro do mistério que envolve a família Westaway. Não é difícil descobrir o assassino ou suas motivações, e isso ocorre ao mesmo tempo em que Hal faz a mesma descoberta. Gosto de histórias assim, porque criam uma empatia entre o personagem e o leitor.
A MORTE DA SRA. WESTAWAY é um suspense leve de mistério, com uma personagem simpática e que cativa facilmente o leitor. A trama não apresenta grandes reviravoltas, mas usa todos os elementos clássicos de mistério policial para se fechar em um clímax que segue a mesma fórmula, com a personagem principal confrontando o criminoso em um clima de perigo e urgência. Leitura deliciosa!
AUTORA: Ruth WARE
TRADUÇÃO: Alyda SAUER
EDITORA: Rocco
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 320
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Curto muito a escrita da Ruth.
Já li alguns livros dela e esse está na wishlist
Que bom!
Toda família tem segredos! Só por essa escrita na capa, eu já leria o livro fácil, fácil!
Lembra realmente os enredos de Agatha, por colocar familiares reunidos e oh, um bom cenário de filme também.
Como é a primeira resenha, com certeza, por gostar demais do gênero, se tiver oportunidade, quero muito descobrir todos os segredos por trás de Hal e “sua família”.
Beijo
Dê uma chance, mesmo, vale demais.