Escrevo de um lugar de leitura que não é meu, pelo contrário, diria até que o romance dramático faz parte da minha lista de desafetos desde que conheci Jonh Green e Nicholas Sparks. Nada contra, só vi que não era para mim.

É com grande surpresa e gratidão, por ter me permitido sair da minha zona de conforto, que digo que ELEANOR & GREY foi uma das minhas melhores leituras do ano, quiçá da vida. Com uma história doce e sensível, a obra é um lembrete do poder do amor e da empatia para curar qualquer ferida. Mesmo sendo, também, uma história sobre a morte, já que começa com a protagonista descobrindo que sua mãe está no estágio final do câncer, é também sobre a vida. Sobre como continuar respirando, quando a única coisa que você quer, é desistir.

Eleanor é uma jovem introvertida de 16 anos, taxada como esquisita, que precisa aprender a lidar com a doença da sua mãe e com a ideia de que, em breve, ela morrerá. Em um momento muito difícil, a garota conhece o popular Grey, que a ajuda a passar por tudo. Os dois vivem uma bela história de amor, mesmo com a pouca idade, mas são obrigados a se afastar.

dezesseis anos depois, eles se reencontram. O cenário agora é outro. Grey é um jovem viúvo, com duas filhas, devastado pelo luto. Eleanor precisa ajudá-lo a se recuperar e salvar sua família. Se fosse para escolher uma palavra para descrever a obra, escolheria delicadeza. Delicadeza para falar sobre a morte e sobre a vida.

ELEANOR & GREY é um livro de recomeços. É uma lição sobre novos amores e a intensidade dos nossos sentimentos. Brittainy C. Cherry, mesma autora de O AR QUE ELE RESPIRA, desenvolve, em 404 páginas, uma narrativa comovente, que já arranca lágrimas nas 100 primeiras e deixa o coração quentinho com o final construído. Tudo isso graças ao ritmo constante e envolvente, associado as várias camadas e construções da sua história. Nada parece ser por acaso, todos os acontecimentos tem um propósito.

Em nenhum momento, sentimos que estamos sendo passados a perna pelo desenrolar, como se os dramas apresentados fossem apenas para “encher linguiça“. A sinceridade habita também nos desafios vividos pelos protagonistas. É impossível não sentir vontade de guardá-los em um potinho e impedir que sofram mais. Ambos são apaixonantes e cativantes, os típicos mocinhos que toda história, seja ela de amor ou não, deveria ter.

Por fim, não poderia deixar de lado a linda capa. Confesso que, no início, achei que seria um romance adolescente, bem no estilo tradicional que estamos acostumados (muito drama para poucos acontecimentos). Estava completamente enganada, é uma história adulta (e profunda) sobre amor e superação. Todos os fãs do estilo deveriam ler, provavelmente, vão se apaixonar da mesma forma que me apaixonei.


AUTORA: Brittainy C. CHERRY
TRADUÇÃO: Thalita UBA
EDITORA: Record
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 404


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