A nossa autoestima é algo que precisa ser cuidado diariamente como uma planta. No mundo literário existem vários tipos de livros que tem a finalidade de ajudar as pessoas a alcançarem seus objetivos e a ficarem bem. No livro VOCÊ É FODONA, a autora vai reunir uma série de dicas e ensinamentos que prometem ajudar o leitor em todas as áreas que estão dando errado na sua vida, será que a leitura vale a pena? Vamos descobrir!
Jen Sincero é uma escritora, palestrante e coach, autora do livro em questão que estamos discutindo aqui. A sua narrativa é típica de livros de autoajuda, com direito a pequenos relatos sobre sua vida pessoal, com a finalidade de exemplificar as dicas que ela agora tenta passar para o leitor. Nesse quesito, o livro não se aprofunda demais na vida da autora que não era perfeita e que agora está nos eixos graças a essas dicas que ela distribui. No livro faltou um pouco mais de abertura dela com o leitor que realmente precisa ver um relato real de mudança para, pelo menos, imaginar que essas coisas podem dar certo. Porque na teoria tudo é perfeito.
O foco de VOCÊ É FODONA é tudo, as páginas trazem conselhos de autoaceitação, melhoras de caráter, desenvoltura, interlocução, felicidade, vida pessoal, vida familiar, saúde mental, vida profissional, dinheiro e muitos outros. A falta de um objeto é um grande deslize porque são muitas áreas e alguma delas pedem mais cuidado do que outras, não da pra falar sobre saúde mental em apenas dez páginas. Tem livros de autoajuda que se focam apenas em um tema, como por exemplo vida profissional, superação de traumas ou vida pessoal, dentre outros. Escolher um punhado de temas e bater tudo no liquidificador, acaba deixando a leitura densa e desesperada. São muitos problemas e temos que lidar com um de cada vez.
A autora quer abraçar o mundo, mas é nítido o comprometimento dela em pelo menos tentar ajudar um pouquinho o leitor que possa estar passando por dificuldades. Ela tenta trazer seus conselhos para o lugar comum, deixando-os acessíveis para qualquer um em qualquer lugar do mundo. Mas a percepção de que isso não se encaixa na vida de muitas pessoas fica muito forte, principalmente quando o assunto chega no dinheiro. A autora dá várias dicas de como melhorar profissionalmente, assumir riscos e sonhar, acima de tudo. Mas ela não inclui nessa conta situações onde as pessoas não podem simplesmente arriscar tudo quando se tem família para se sustentar, pessoas para se cuidar e contas para pagar. Mudar nossa relação mental com o dinheiro e em como gastamos o mesmo é até valido, mas algumas outras coisas presentes na leitura deixam muito a desejar por parecerem um pouco esnobe e irreais demais.
A narrativa, às vezes, usa uma linguagem um pouco grossa para tratar pessoas que ainda estão em negação. Não podemos tirar o direito do próximo de ficar pra baixo e sem perspectivas de crescimento. A tristeza é parte fundamental do nosso aprendizado e amadurecimento, não podemos ser máquinas programadas apenas para sermos felizes e termos sucesso. Faltou o livro comentar que é importante, sim, viver a tristeza e sentir a mesma, como diz o filme da Disney, DIVERTIDA MENTE, a tristeza existe para ser sentida, pois assim os momentos de felicidade serão ainda mais fortes e intensos.
VOCÊ É FODONA traz uns pontos de vistas interessantes como o ato de ser melhor dar do que receber, como é mais gratificante proporcionar felicidade nas pessoas que amamos ou até mesmo em estranhos. Sobre a nossa experiência em mergulhar nas coisas e descobrir as mesmas, a leitura traz a analogia de todos sermos como um bebê que olha tudo maravilhado, quer viver e tocar tudo o que está ao seu redor. Sem preconceitos e sem medos, realmente nós deveríamos ser mais assim. E a leitura também reserva umas breguices que o rosto do leitor chega a ficar quente de vergonha, como a passagem que diz que boas oportunidades são como a eletricidade, que sempre existiu, mas que só demorou um tempo até ser descoberta. A insistência da autora em querer chamar ego de Grande Dorminhoco e Deus ou qualquer santidade que o leitor possa vir acreditar, ela chama de Matriz. Se conecte com a Matriz, sinta a Matriz e etc. Tão brega que chega a doer.
Para quem gosta do tema, VOCÊ É FODONA pode ser uma experiência bacana, mas para quem vem de fora, a leitura não empolga e a sua falta de foco acaba afastando o leitor. O título e a capa também poderiam ser melhores, mas a narrativa é bem coesa, mesmo querendo abraçar o mundo, ela é bem dividia e a leitura é rápida, nada aqui é muito arrastado. A narrativa é mais focada para mulheres e de preferência americanas. A leitura não é ruim, é possível absorver alguma coisa, mas também não se destaca nesse gênero que só cresce nos dias de hoje.
AUTORA: Jen SINCERO
TRADUÇÃO: Márica FRAZÃO
EDITORA: Rocco
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 270
COMPRAR: Amazon
Livros assim ultimamente não funcionam mais para mim. Parecem se tratar das mesmas coisas e darem os mesmos conselhos.
Eu sinceramente detesto essa onda coach e auto ajuda que se instaurou nos últimos anos. Eles forçam uma meritocracia que não existe, pelo menos não na sociedade em que eu vivo. Este livro me parece ser mais um daquele que quando leio, fazem com que eu me sinta mal por estar falhando e por não poder me arriscar mais. Livros assim fazem com que pessoas comuns se sintam um pouco fracassadas ao meu ver, pois parece que o sucesso é uma receita de bolo e que se voc^fizer exatamente como está ali, vai fazer com que chegue ao tão almejado “topo”.
Acredito que a autora teve muita boa intenção ao escrever o livro mas pecou pela ampla variedade de temas e falta de foco.
Você É Fodona não é o estilo de livro que curto ler.
Tudo que é demais, acaba pecando. Eu até gosto de ler livros assim, que meio que nos dão um “acorda pra vida”,mas misturar assuntos demais, parece ter deixado o enredo pesado e ao mesmo tempo, sem profundidade em nenhum assunto.
Talvez se os assuntos tivessem sido focados em um ou dois, teria sido melhor.
Se tiver oportunidade, lerei sim. Mesmo já sabendo que não acrescentará tanta coisa, como deveria!
Beijo
Já amei e já quero ler. Sim, tratar a negação de uma forma grossa na leitura possa ser um tanto inconveniente. Mas o livro parece ser muito bom, e amei o título. A autoestima é fundamental e em muitas das vezes já me vi com ela baixa, e esse livro parece ser o certo para mim, pois como citado trará a autoaceitação, saúde mental, família entre outros assuntos importantes. Estou curiosa para conhecer
Rafael!
Primeira livro de auto ajuda que vejo querer abordar vários assuntos e aspectos da vida de uma só vez e concordo que fica um tanto vago em determinados aspectos.
Mas, como falou, dá para se aproveitar algo e se for assim, já merece uma leitura, mesmo que esteja mais voltado para as mulheres e americanas, um tanto diferente da nossa realidade.
cheirinhos
Rudy
Oi ♡
O título me chamou bastante a atenção, as cores ajudam nisso aí, mas a capa é bem simples mesmo.
Eu gostaria de saber cuidar da minha vida saúde mental, mas ao mesmo tempo não tenho paciência para ler positividade…
Todo mundo agora é coach de algo. Acho interessante livros que pretendem ajudar o leitor a melhorar aspectos de sua vida, mas como você destacou na resenha a tristeza está aí para ser sentida. Ninguém é sempre feliz, aposto que nem esta autora. Os livros de auto ajuda são ótimos se tratados e escritos com a seriedade que precisam, pois afinal é na vida e saúde de outrem que estão interferindo.
Eu não sou fã de livros do gênero e, analisando os problemas citados sobre a narrativa e construção da obra, esse não me chamou a atenção. Dois grandes problemas que você citou me incomodaram bastante, o fato da reunião de muitos assuntos (o que poderia ser um bom ponto, mas acaba sendo extremamente superficial), e a questão – ou a falta dela – de abordagem da tristeza.
Olá! Não é o tipo de livro que me atrai, e depois dessas ressalvas a única vontade que deu foi de passar longe dele (risos)! Nada contra, mas parece ser aquele tipo de leitura que ao invés de aprender e me divertir, vou é passar raiva.
Oi, Rafael
Até leio livros de auto ajuda, mas lendo sua resenha esse livro não me agradaria.
O importante caso tiver chance de ler tirar o que pode ser aproveitar e o resto descarta.
Beijos