Sammie sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da cidade pequena onde mora o mais rápido possível. E nada vai ficar em seu caminho — nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória e acabar com sua saúde física. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever o livro de memórias: anotações para ela mesma poder ler no futuro e jamais esquecer. Ali, a garota registra cada detalhe de seu primeiro encontro perfeito com Stuart, um jovem escritor por quem sempre foi apaixonada, e admite o quanto sente falta de Cooper, seu melhor amigo de infância de quem acabou se afastando. Porém, mesmo com esse registro diário, manter suas lembranças e conquistar seus sonhos pode ser mais difícil do que ela esperava.
Vou começar descrevendo uma cena, não uma cena do livro, mas uma cena de como eu fiquei no minuto que eu terminei de ler esta história: imagine uma pessoa lendo em cima da cama, enrolada nas cobertas, escutando a chuva caindo do lado de fora. E imagine que esta mesma pessoa simplesmente não conseguia parar de ler, mas ao mesmo tempo não queria que acabasse (sempre acontece comigo, com você também? Isso fica oficialmente registrado como um trauma de leitor), e a medida que os olhos corriam pelas páginas, eles iam se enchendo de água, deixando a visão turva de forma que, em uma das páginas, ainda estão marcados dois pontos, duas lembrancinhas das lágrimas que caíram, mais especificamente na folha das páginas 345 e 346 (não as leia primeiro). E então, esta pessoa lê a última palavra, observa o desenho do último ponto final desta história, e a única coisa que pode dizer é: meu Deus! Que livro! O mundo precisa conhecer.
O que mais me atraiu para a leitura deste livro foi o que está escrito na capa (que, na minha opinião, tem uma disposição maravilhosa das cores): “Dizem que minha memória nunca mais será a mesma, então estou escrevendo para lembrar”.
O LIVRO DE MEMÓRIAS foi escrito com o objetivo de deixar registradas as recordações que Sammie tem para a pessoa que ela vai se tornar, a qual ela se refere como Sam do Futuro. Isto me chamou a atenção pelo fato de que eu também faço isto e, de certa maneira, isso ajuda bastante a entender o que vivencio.
No caso de Sammie, escrever foi a maneira que ela encontrou para lidar com o fato de que sua memória ficará cada vez mais escassa, uma vez que ela foi diagnosticada com Niemann-Pick tipo C, uma doença raríssima. Mas ela não se deixará levar por isso, ainda mais, porque sua memória é um de seus principais dons.
As duas das coisas que Sammie mais deseja, é ir para a faculdade e vencer o Torneio Nacional de Debate junto a Maddie. Para isso acontecer, é crucial que ela consiga manter o controle de sua memória, mas é praticamente impossível, pois sua doença acarreta os mencionados lapsos, que podem acontecer a qualquer momento.
À medida que avançamos na história, se torna bem clara a sua mudança de percepção do mundo, e então, ela terá que rever alguns conceitos para entender o que realmente importa e quem realmente importa.
Li este livro em apenas uma tarde, mesmo tentando me controlar para ler bem devagar. Foi impossível. A história nos prende bastante, e os capítulos tem duas ou três páginas, o que faz a gente perder a noção do quanto leu. Acredito que nunca tinha lido um livro em que o personagem principal se parecesse tanto comigo.
Exceto algumas poucas vezes, os personagens são aquelas pessoas ideais, ou aquelas pessoas que tomarão a decisão certa, ou serão apoiados. Talvez isto seja uma generalização da minha parte, mas são realmente raros os livros em que verdadeiramente me enxergo no personagem, e esta experiência literária foi muito boa, porque o processo de entender a maneira como Sammie pensava, foi algo extremamente fluido.
Nessa história, o amor é crucial e pode surgir de onde menos se espera. Confesso que tive uma péssima primeira impressão sobre a pessoa que ela ama, mas, pouco a pouco, ela foi entrando e foi ficando, e, de repente, eu já não conseguia mais entender como eles puderam demorar tanto tempo para ficarem juntos. É uma história também sobre superação, respeito e autoconhecimento. É como um choque de realidade, onde nós podemos aprender o verdadeiro valor de cada coisa.
Este é um livro que, com certeza, não esquecerei! E se me perguntarem se eu recomendo, é óbvio que minha resposta é sim!
AUTORA: Lara AVERY
TRADUÇÃO: Flávia Souto MAIOR
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2016
PÁGINAS: 346
COMPRAR: Amazon
Primeira resenha que leio desse livro e confesso que não havia lido nada a respeito dele ainda. E admito que terminei de ler a resenha com o coração apertado por Sammie e sua memória. Seu jeito de lidar com essa perda. O misto de sentimentos.
Tão intenso deve ter sido mergulhar nessas memórias.
Se conhecer e se respeitar é o começo de tudo e claro que já vai para a lista dos mais desejados!!!!
Beijo
Carl!
Nunca tinha ouvido falar dessa doença e que triste ela é. Fiquei encantada com a força de vontade da protagonista em ir em busca dos sonhos, de realizar seus projetos de vida e ainda viver um amor, sabendo que a qualquer momento, tudo pode terminar…
Deve ser um livro bem sensível.
cheirinhos
Rudy
Olá!
A capa é maravilhosa. Me apaixonei pelo livro, pela historia, sendo bem envolvente. A forma de como você descreveu em ler o livro na cama, coberto, chuva isso todo leitor sabe né. Umas das coisas que muitos não querem passar mas mesmo assim passa. Gostei muito e anotarei para ler!
Meu blog:
Tempos Literários
Agora pense na minha cena: lendo sua resenha com uma música triste de fundo. Tô muito impactada! kkkk
Pesado o assunto, me deixa bem sensível. Fiquei muito curiosa por essas páginas em específico, ein.
Salvando na minha lista.
Bjos
Olá! Nossa que história impressionate! Me lembrou um pouquinho do filme Como se fosse a primeira vez (que apesar de ser uma comédia, me fez chorar horrores). É muito bacana quando encontramos histórias com personagens que nós nos identificamos, acho que deixa a leitura ainda mais especial, daí não tem como parar de ler realmente!
PS: maldade mencionar as páginas mais marcantes e ainda pedir para não ler hein… ai ai minha curiosidade, mas sem dúvida resistir a elas vai fazer com que a experiência de leitura seja única!
Uau! É aquele tipo de livro devastador e transformador não é? Que faz chorar mas também refletir sobre a própria vida