Em um país chamado Viridia, houve a supressão dos direitos femininos. Uma mulher não pode fazer nada que não seja servir o homem. Não lhe é permitido, sequer, aprender a ler, ou mesmo segurar um livro. Nesse regime totalitário, o governante e seu filho primogênito podem escolher três jovens, a cada três anos, para serem suas graças, isto é, mulheres que ficam ao dispor para qualquer serventia. Serina foi educada a vida toda para ser uma graça, enquanto sua irmã mais nova, Nomi, foi educada para ser uma aia, a serviçal de uma graça. Mas uma ação impensada de Nomi muda tudo: ela é escolhida como graça, enquanto Serina é presa e enviada para uma ilha isolada, de onde ninguém sai vivo.

A partir deste ponto, a resenha vai conter pequenos spoilers, que não irão atrapalhar o prazer da leitura, mas deixo o alerta assim mesmo. No primeiro livro desta duologia, GRAÇA E FÚRIA (resenha aqui), acompanhamos o que acontece para que Serina e Nomi tenham destinos diferentes, bem como o andamento de um complô para um golpe que tomaria o poder do país do atual rei. Serina foi enviada para a ilha de Monte Ruína, um local inóspito, quase sem vegetação, devido ao magma que se solidificou de uma antiga erupção do vulcão da ilha, e onde existe uma prisão para as mulheres de Viridia. E Nomi foi enganada e sofreu o mesmo destino da irmã. É nesse ponto que termina o volume.

Em GLÓRIA E RUÍNA vamos acompanhar o reencontro das irmãs em Monte Ruína e o plano de ambas para ajudarem Malachi, o príncipe herdeiro, a depor Asa, seu irmão que quase o matou e que assassinou o rei, retomar o poder do país e ainda salvar as mulheres que eram prisioneiras na ilha. A narrativa dos acontecimentos continua rápida e simples, muitas vezes ingênua, mas violenta. Acontecem mortes, algumas de personagens importantes, e quase todas são descritas sem amenizar o choque de como são perpetuadas. E não ache que isso é estranho, porque a leitura é direcionada para adolescentes, por isso ela é perfeita dessa forma: direta, violenta e emocionante.

Da mesma forma que no primeiro, o ponto central de GLÓRIA E RUÍNA continua a ser a sororidade, os direitos iguais entre os gêneros, mas sem levantar bandeiras ou sem apresentar discursos. As ações das personagens são através da representatividade do poder da união, não apenas entre mulheres, mas entre homens que não compactuam com o regime opressor e misógino de Viridia. Serina e Nomi não gritam contra os homens, elas gritam contra a opressão.

Os dois casais que se formam, Serina e Val (um dos guardas de Monte Ruína que se rebelou contra os colegas por causa da crueldade que tratavam as prisioneiras), e Nomi e Malachi, não ocupam muito da história com seus relacionamentos. GLÓRIA E RUÍNA, bem como o volume anterior, não tem o romance como foco, mas como adereço. Inclusive, Serina e Nomi não dão prioridade a seus sentimentos, mas à urgência da salvação. Elas querem levar as prisioneiras de Monte Ruína para um local seguro, querem salvar o irmão, Renzo, que ficou no palácio, querem resgatar os pais e, acima de tudo, dar um fim na tirania de Asa.

A conclusão da duologia não deixa pontas soltas, mas deixa uma sensação de que poderia existir um terceiro livro para poder expandir um pouco a história de alguns personagens e para não deixar o clímax tão apressado. A parte final merecia, no mínimo, mais uns cinco capítulos, para poder apreciar o que acontece de forma mais ampla. De qualquer forma, compreendo o objetivo da autora, e pode ser que a maioria dos jovens nem sintam falta dessa expansão.

GLÓRIA E RUÍNA consegue entregar uma conclusão bastante satisfatória para as duas personagens principais, além de demonstrar como só através da união, seja de gêneros, raças ou crenças diferentes, é possível criar uma sociedade justa para todos. Uma mensagem simples, direta, mas que, por mais absurdo que pareça, é de difícil compreensão por uma grande parcela das pessoas, principalmente no atual momento em que vivemos. Da mesma forma que escrevi na resenha do primeiro volume, a obra é extremamente recomendada para os jovens da atual geração. Quem sabe eles conseguem a inteligência e o respeito necessário para tornar este mundo bem diferente do que era Viridia.

E um livro tão necessário de ser lido, tem que passar de mãos em mãos. Então, nesta resenha premiada, serão os dois livros que serão sorteados:  GRAÇA E FÚRIA e GLÓRIA E RUÍNA. Mas atenção, o primeiro volume é um ARC (Advance Review Copy) enviado pela Seguinte para o blog, ou seja, é uma edição com o mesmo miolo da edição comercial vendida nas livrarias, mas mais simples, folhas brancas, enviada antecipadamente só para resenhar, antes do livro ficar pronto.  Já o segundo volume é a edição normal vendida nas livrarias. Se assim mesmo não se importar e quiser participar da promoção, basta seguir as regras abaixo.

REGRAS

UM: Preencher o formulário de participação, sendo que existem entradas obrigatórias, que valem um ponto cada uma, entradas opcionais, que valem cinco pontos cada uma, e uma entrada diária opcional que vale cinco pontos a cada dia que voce fizer. Quantos mais pontos voce somar, mais chances tem de ser sorteado;

DOIS: Deixar um comentário neste post;

TRÊS: O ganhador precisa ter endereço no Brasil para receber o prêmio;

QUATRO: Após 03/11/2019, será feito o sorteio pelo formulário de participação;

CINCO: O prêmio será enviado em até 30 dias úteis, após divulgado o resultado. O blog nao se responsabiliza por extravios, danos ou roubos do prêmio enviado;

SEIS: O ganhador(a) terá 48 horas para responder ao e-mail de solicitação do endereço. Caso não responda nesse prazo, será desclassificado(a) e um novo nome será sorteado;

SETE: O blog GRAMATURA ALTA se reserva o direito de dirimir questões não previstas nestas regras.

RESULTADO

Rayssa Bonai (@rayssa_bonai)


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Tracy BANGHART
TRADUÇÃO: Isadora PROSPERO
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 312


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