Ursula Kroeber Le Guin, nasceu em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos, em 21 de Outubro de 1929. Ela foi escritora, ficcionista, tradutora, poetisa, ensaísta e editora literária. A maioria de suas textos são ambientados em mundos alternativos e/ou secundários, e abordam questões complexas ligadas à política, filosofia, psicologia, etnografia, biologia, religião, antropologia e sexualidade e gênero. Aclamada pela crítica especializada, Ursula está entre as mais premiadas da história da literatura norte-americana, tendo ganhado múltiplos prêmios, dentro e fora dos Estados Unidos, por obras específicas, e em décadas recentes, pelo conjunto de sua obra e o impacto contínuo desta. Em 2016, Ursula foi descrita pelo The New York Times como “a maior escritora viva de ficção científica dos Estados Unidos“, e não obstante, a autora foi por vezes aclamada como uma “lenda viva” nos últimos anos de sua vida e carreira.

UM: Ursula era a caçula de quatro irmãos, a única filha do casal de antropólogos Alfred e Theodora Kroeber. Mas ela tinha outros dois irmãos mais velhos, do primeiro casamento de sua mãe;

DOIS: Ursula dizia ter sido criada para pensar, questionar e aproveitar a vida. Todos na sua família eram felizes por ela ser a única menina, o que contribuiu para ela se tornar uma mulher feliz quando adulta;

TRÊS: Durante a infância, ela podia ler qualquer coisa que conseguisse entender da vasta biblioteca dos pais, e a lidar com o que não conseguisse. Ela vivia com o nariz enfiado nos livros, pelos cantos da casa;

QUATRO: Ursula foi alfabetizada em casa por sua mãe e sua tia-avó Elizabeth, e apenas depois ela foi enviada para escolas primárias padrão. Segundo a autora, foram à partir dessas primeiras noções de escrita em casa por volta dos cinco anos que foi incutido nela o desejo de ser escritora;

CINCO: Embora fosse uma aluna aplicada, com interesse maior em matérias como História, Literatura e Biologia, Ursula apresentava grande dificuldade em outras como Matemática e Física. De fato, a autora diria mais tarde que “apenas começaria a gostar do ambiente de sala de aula, enquanto aluna, quando ingressei na faculdade“, aos dezoito anos;

SEIS: Durante sua viagem para a Europa a bordo do transatlântico RMS Queen Mary, na primavera de 1953, Ursula conheceu seu futuro marido, o professor de inglês e historiador franco-estadunidense, Charles Le Guin, que estava a caminho da França para finalizar seu próprio doutorado sobre a Revolução Francesa. Eles se tornaram noivos apenas duas semanas depois de se conhecerem, logo que aportaram na Europa, e se casaram em Paris poucos meses depois, em dezembro do mesmo ano, retornando aos Estados Unidos em maio de 1954;

SETE: Foi a partir do início dos anos 1960 que sua carreira literária deslanchou, se estabelecendo com seus contos em revistas especializadas variadas e com a publicação de alguns de seus primeiros romances;

OITO: Na segunda metade dos anos 1960, a autora descobriu o taoísmo e seu interesse por essa tradição filosófica e religiosa acabou por influenciar quase todo seu trabalho e sua vida posterior. Por volta dos anos 1970, ela adotaria o taoísmo como sua filosofia pessoal. Não obstante, o período entre a segunda metade dos anos 1960 e a primeira dos anos 1970 foi o mais criativo e produtivo de sua carreira;

NOVE: Foi com o romance The Left Hand of Darkness que Ursula conseguiu atenção maciça do público, e em especial, a aclamação da crítica especializada, algo que seria recorrente em sua carreira posterior. Foi a primeira obra de ficção científica da autora a entrar para a lista de best-sellers do mercado literário norte-americano, ainda em 1969, mesmo ano em que a autora completou quarenta anos. O sucesso da obra também permitiu que Ursula deixasse o emprego de professora de francês e se tornasse escritora em tempo integral;

DEZ: The Left Hand of Darkness inovou dentro do movimento e do próprio gênero de ficção-científica, ao adicionar temas como feminismo e identidade de gênero em sua ficção, e ganhou os dois principais prêmios do gênero, o Nebula e o Hugo;

ONZE: Apesar do sucesso crescente e da correspondente consolidação de sua carreira literária, Ursula enfrentou longos períodos de depressão entre o fim dos anos 60 e início dos anos 70, acerca da qual, contudo, nunca revelou maiores detalhes. Em uma entrevista para a revista The New Yorker, em 2016, a autora falou sobre esse período brevemente, descrevendo-o como “momentos de escuridão que eu tive de aprender a enfrentar“;

DOZE: Em 2003, Ursula foi eleita Grã-Mestre de Ficção-Científica da Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA), um dos primeiros nomes a ser eleito para o hall de grã-mestres da entidade e a primeira mulher;

TREZE: Em 2014, a autora foi prestigiada com a Medalha da National Book Foundation por sua distinguível contribuição para as letras estadunidenses numa cerimônia apresentada pelo autor britânico Neil Gaiman;

QUATORZE: Mesmo com a idade avançada e problemas de saúde crescentes, em seus últimos anos de vida, Ursula ainda participava frequentemente de encontros com fãs e entrega de prêmios, embora apenas aceitasse convites para eventos na região de sua cidade de residência, Portland, ou em áreas próximas do estado do Oregon ou através de videoconferência, por não estar mais em condições de fazer longas viagens. Ursula faleceu em 22 de janeiro de 2018, em sua casa em Portland, Oregon, Estados Unidos, aos oitenta e oito anos de idade;

QUINZE: Em seus mais de cinquenta anos de carreira profissional, Ursula publicou mais de cem obras, entre mais de cinquenta romances e dezenas de contos, ensaios e poemas

DEZESSEIS: A Curva do Sonho foi publicado pela primeira vez no Brasil em 2004 com o título de O Tormento dos Céus, pela então editora Presença. Existe uma adaptação para o cinema, de 1980, onde Ursula, seu esposo e seus filhos fazem uma pequena ponta. A resenha do livro, você pode ler aqui.

Aproveite a resenha premiada do livro A CURVA DO SONHO, nela você concorre a um exemplar. A edição está muito caprichada e tem capa que brilha no escuro, linda demais!