Filho de imigrantes alemães, Kurt Vonnegut nasceu em 1922, em Indianápolis, nos EUA. Sua adolescência foi marcada pela Grande Depressão dos anos de 1930, o que obrigou sua família a viver em extrema pobreza. Após se formar em química, em 1940, ele se alistou e participou da Segunda Guerra Mundial. Foi feito prisioneiro na cidade de Dresden, que foi bombardeada pelos nazistas durante três dias, de 13 a 15 de fevereiro de 1945. Vonnegut conseguiu sobreviver por ter se escondido em um matadouro de animais, o que serviu de base para seu romance mais famoso e de maior sucesso comercial, MATADOURO 5, publicado em 1969, que se tornou uma das obras pacifistas mais importantes de sempre.
Praticar uma arte, não importa se bem ou mal, é uma maneira de fazer sua alma crescer, pelo amor de Deus. Cante no chuveiro. Dance para o rádio. Conte histórias.
O QUE TEM DE MAIS LINDO DO QUE ISSO não é uma obra de ficção, mas uma coletânea de quinze discursos escritos por Vonnegut entre os anos de 1978 e 2004. Todos são repletos de piadas, sarcasmo, reflexões, conselhos, satíricos, e navegam pelas diferentes experiências do escritor. Em “Como fazer dinheiro e encontrar o amor!”, discurso lido em 1978, ele brinca sobre a dificuldade de ser jovem naquela época, como devemos ignorar a marcação das estações climáticas, na maternidade para as mulheres, ou seja, assuntos tão díspares, que conseguem cativar a platéia sem ela perceber.
Um dos objetivos da vida humana, não importa quem a esteja controlando, é amar quem quer que esteja por perto para ser amado.
Em 1999, ele fez o discurso “Conselho às graduandas (que todos os homens deveriam saber)”, onde ele responde à pergunta que Freud fez, mas para a qual nunca conseguiu uma resposta: “O que as mulheres querem?”. Mas ele não fica apenas nesse contexto, ele também divaga sobre uma máxima do Antigo Testamento: “Olho por olho, dente por dente”. Com isso, ele faz comparações de como alguém pode ser bom nos livros, mas que na vida real, o resultado seria bem diferente.
Temos de constantemente pular de abismos e desenvolver nossas asas durante a queda.
Já em 2004, ele falou na universidade de Washington sobre “Como a música cura nossas doenças (e há um bocado delas)”, onde olha para o lado obscuro das coisas e descobre que a música, a dança, o blues, o senso de humor e “as pessoas capazes de verdadeira compaixão” fazem com que valha a pena viver a vida. Ele começa o discurso com seu habitual desânimo quanto ao futuro dos EUA e a forma americana de enxergar a realidade. Vonnegut sempre foi um crítico ferrenho do estilo de vida americano, muito devido ao que passou na infância. Ele comenta como a guerra do Vietnã ajudou a tornar um grupo de pessoas de milionários para bilionários, como foi uma guerra desnecessária para os americanos. Ele afirma que a única coisa que ela trouxe de positivo, foi a música.
Existe apenas uma regra que eu conheço: é preciso ser gentil, porra!
Em “O que a ‘Dança dos Fatasmas’ dos nativos americanos e os pintores franceses que lideraram o movimento cubista têm em comum”, proferido em 1994, Vonnegut conta como sua escrita de ficção foi inspirada pelo professor que estava “no último degrau da escada hierárquica” do Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago. A parte mais importante do discurso, é quando ele apresenta seus pensamentos sobre a evolução cultural.
Outra falha no caráter dos seres humanos é que todo mundo quer construir e ninguém quer fazer manutenção.
“Não se esqueçam de onde vocês vieram”, discurso feito em 1996, onde o autor celebra sua cidade natal e espera que alguns formandos se tornem o tipo de “santos” que façam valer a pena viver a vida, é um dos meus preferidos. Simples, direto, de frases curtas, algumas impregnadas de raiva, ele nos apresenta conselhos e ideias de como podemos valorizar o que somos e de onde viemos.
Aqueles que acreditam em telecinesia, levantem minha mão.
Todos os quinze discursos são deliciosos de ler e dão uma pequena ideia de como Vonnegut foi um escritor incrível. Vonnegut faleceu em 11 de abril de 2007, em Manhattan (Nova York), em decorrência de lesões no cérebro causadas por uma queda acidental.
Segurem o chapéu. Nós podemos ir bem longe!
AVALIAÇÃO:
AUTOR: Kurt VONNEGUT era filho de imigrantes alemães, nasceu em 1922, em Indianápolis, nos EUA. Sua adolescência foi marcada pela Grande Depressão dos anos de 1930, o que obrigou sua família a viver em extrema pobreza. Após se formar em química, em 1940, ele se alistou e participou da Segunda Guerra Mundial. Foi feito prisioneiro na cidade de Dresden, que foi bombardeada pelos nazistas durante três dias, de 13 a 15 de fevereiro de 1945. Vonnegut conseguiu sobreviver por ter se escondido em um matadouro de animais, o que serviu de base para seu romance mais famoso e de maior sucesso comercial, MATADOURO 5, publicado em 1969, que se tornou uma das obras pacifistas mais importantes de sempre
TRADUÇÃO: Petê RISSATTI
EDITORA: Rádio Londres
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 176
COMPRAR: Amazon
Que fantástico!!!
Não tinha lido ou ouvido nada a respeito deste livro,mas como sou fã de letrinhas carregadas de sarcasmo, adorei tudo que li acima. O moço era afiado demais e parecia sempre ter a resposta inexata para tudo!
Deu muita vontade ler todos estes pequenos discursos!!!
Beijo
Oi,Angela! Leia sim, vale muito a pena.
Imagino o quanto Kurt deve ter sofrido mesmo assim ele sempre se mostrou humanista em sua fala.
Não tivemos o privilégio de ouvi -lo falar mas temos esse livro e é maravilhoso conhecer um pouco da sua visão do mundo e das pessoas.
Os discursos dele são excelentes. Quando reparei, já tinha lido todos!
Olá! Confesso que o título do livro me conquistou de primeira, como curiosa assumida, é claro que quero conferir o que o autor tem para dizer e pelos quotes deu para perceber que vai ser uma leitura bem interessante e prazerosa.
É muito interessante, vale uma leitura, sem dúvidas!