Uma das grandes tristezas que marcam a “jornada do leitor”, é começar um livro com grandes expectativas, acreditando no potencial da narrativa pelo que já lhe foi apresentado do(a) escritor(a), e se descobrir no meio de uma história que poderia, sim, ser incrível, mas se perdeu em meio a personagens chatos, pouco carismáticos.
Sophie Kinsella é uma escritora britânica referência na nova hype de Chick-lit. Com sua escrita leve, junto a uma narrativa bem construída, a autora de DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM se tornou referência em qualidade para os leitores do gênero. Em MAS TEM QUE SER MESMO PARA SEMPRE?, novamente, esse talento é evidenciado, deixando claro que toda a fama daquela tem um motivo.
Contudo, ao mesmo tempo em que o domínio da escrita e das ferramentas da narrativa são um dos pontos fontes da obra (construção de personagens, desenvolvimento das cenas e da história), o enredo deixa a desejar.
Sylvie e Dan recebem a notícia que, com a saúde que tem, os dez anos de um bom casamento, repleto de confiança e sintonia que construíram juntos, duraria, provavelmente, mais 68 anos. E aí que o pânico surge, o “felizes para sempre” tem mesmo que ser para sempre? 68 anos são anos demais, como conseguir ficar feliz e continuar apaixonado pela mesma pessoa por tanto tempo?
Dispostos a fazer com que o casamento dê certo, os dois elaboram um plano de se surpreenderem constantemente com programas, presentes e momentos. Porém, o que parecia uma ideia maravilhosa de início, aos poucos, começa a se mostrar um pesadelo, ainda mais quando, além dos esquemas estarem dando errado, segredos do passado começam a reaparecer e questionar tudo aquilo que eles construíram juntos. Será que o mesmo casal que alguns dias atrás completava as falas um do outro com naturalidade se conhece mesmo de verdade?!
A premissa da obra é interessante, a autodescoberta e a descoberta do outro são sempre momentos marcantes, com muitas surpresas, tensões e boas risadas. De início, a ideia vende maravilhosamente bem, afinal todos queremos fazer com que um relacionamento, aparentemente perfeito, dure para sempre. Até mesmo mudar quem somos e no que acreditamos (embora haja contradições nessas ideias).
Todavia, ao longo das páginas, todo o potencial para reviravoltas e mudanças fica estagnado. A personagem principal, Sylvie, fica tão presa em paranoias, ciúmes – justificado pelo contexto da trama -, egoísmo e confusões, que a história não se desenvolve mais, tudo gira em torno desses sentimentos que começam a consumi-la. Como resultado, o ritmo da narrativa parece andar para trás de tão lento, fazendo com que a leitura se torne difícil.
Não que isso seja de todo ruim, posto que é fantástico perceber as várias camadas da protagonista e como todas elas se ajustam em quem ela é – novamente, o talento de Kinsella em construir seus personagens é nítido. Contudo, em alguns momentos, as várias camadas, antes positivas, começam a se sobrepor, beirando o exagero. A mocinha se torna cansativa, fica difícil criar empatia pelo seu sofrimento.
Paralelamente, o personagem do Dan é outro que passa pelo mesmo problema. Misterioso? Sem sombra de dúvidas! Mas apenas isso. Ao decorrer da história, suas atitudes e posturas fazem com que o leitor crie raiva dele e até mesmo deseje que protagonista o abandone, já que o mesmo parece não a merecer. Ele não tem carisma, não conquista.
MAS TEM QUE SER MESMO PARA SEMPRE? é um bom livro. Tem potencial, a premissa é curiosa, a forma com que Sophie escreve é estimulante. O final também é legal, foge de vários clichês e é realmente surpreende. Todavia, os personagens me cansaram, fazendo com que a obra perdesse muitos pontos comigo.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Madeleine Sophie Townley, conhecida como Sophie KINSELLA, nasceu em Londres, Inglaterra em 12 de dezembro 1969. Ela é irmã da também autora Gemma Townley (“Quando em Roma”, “Manual Para Românticas Incorrigíveis”, “1 Milhão de Motivos Para Casar” e etc) e de Abigail Townley, que é advogada. Cursou um ano de Música antes de trocar de curso e se graduar em Politics, Philosophy and Economics (PPE) pela New College, Oxford
TRADUÇÃO: Raquel ZAMPIL
EDITORA: Record
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 378
COMPRAR: Amazon
Chick lit é um dos meus gêneros literários favoritos e Sophie Kinsella minha autora favorita nesse gênero. Já li quase todos seus livros menos os da Becky Bloom.
Fui, como você, com altas expectativas ler Mas Tem… porém essas expectativas não foram alcançadas. Infelizmente.
Se ri? Sim! Mas não gargalhei como nos outros. Não achei que Sylvie se encaixa no perfil das protagonistas do gênero. O ponto alto pra mim foram as gêmeas.
Também achei que o casal viajou demais na paranóia de 68 anos juntos. As situações que se meteram não foram engraçadas para mim. Mas entendi que esse livro era mais sobre autodescoberta ou se autorediscobrir depois de certa idade e de um longo casamento.
O título pra mim não agradou. Ficou parecendo que a história tomaria outro rumo.
Faço das suas palavras como minhas, mas, no meu caso, não conhecia a Sophie, só tinha escutado de outras pessoas. Me decepcionei um bocadinho, esperava outra coisa!
Acho que o grande problema foi que renderam algo que não tinha história, aí deu no que deu.
Não é a primeira resenha não tão positiva que leio sobre este novo trabalho da autora. Aliás, os dois últimos livros da autora deram bem o que falar, negativamente!
Acredito que pelo histórico de livros de sucesso de Sophie, criou-se uma expectativa bem grande em relação aos seus livros e isso meio que caiu por terra.
Realmente o livro tinha tudo para dar certo, até pelo enredo muito inovador,mas a autora deixou-se perder um tanto, talvez por não ter colocado mais bom humor e não ter desenhado melhor os protagonistas.
Mesmo com estes pontos negativos, se tiver oportunidade, quero sim, ler!
Beijo
SIm sim, você tem completa razão. E o problema da Sophie Kinsella é que ela carrega uma grande responsabilidade com livros de romance, principalmente Chick-lit, já que foram o que fizeram dela o que é hoje.
Uma pena não ter dado certo, mas ainda não desisti da autora haha.
Enfim, leia mesmo,e depois nos conte o que achou! Beiiijinhos
A premissa é boa mesmo, mas ninguém merece personagens que nos fazem cansar deles. Pela resenha, até eu quis que Dan fosse abandonado apenas por suas características rsrs
Vejo muitos elogios a respeito da autora Sophie Kinsella, mas esse livro não parece ser um dos melhores dela.
Não conheço suas obras, apenas de resenhas que leio mesmo. Mas vale a pena ler, pelo menos a nível de curiosidade.
Bjos
Sim sim. Foi a minha primeira experiência com a autora. Embora não tão positiva como esperado, mesmo com aspectos que considero como muito negativos, existem também os positivos que fazem com que eu queira conhecê-la mais. Diferentemente de muitos escritores do gênero e do próprio romance, é nítido que ela domina as ferramentas da escrita, só deu azar mesmo.
Beijinhos
Olá! Ainda não li esse livro da autora, gosto muito da sua escrita e gostei muito dos outros livros que li dela até agora, e por isso ele está na minha lista de leitura, realmente o enredo é bem interessante, uma pena que a história não tenha funcionado muito bem, o que deveria ser mais um grande livro, tenha tomado um caminho um pouco diferente.
Oi, Ayllana!!
Sempre gostei de livros do gênero Chick-lit, por serem romances leves, divertidos e voltados para questões das mulheres modernas, e a autora que gosto bastante da sua escrita e escreve como ninguém esse gênero é a Sophie Kinsella, mas infelizmente os dois últimos romances da autora não senti vontade de fazer essas leituras.
Bjos
Sinceramente não gosto da trama do livro, da sinopse e nem nada dele. Acho que o que ele quer passar profundamente é até legal, mas a maneira como isso se inicia é meio “que?”, então não tenho vontade de conhecer a história.
É uma pena que a autora tenha se perdido um pouco nesse livro com os personagens e feito eles ficarem chatos, mas creio que isso possa ser um passo para que isso melhore no próximo livro!
Concordo com muitas das coisas que disse hahaha
É meio estranho, sabe? Começou de um jeito, mas caminhou para outro completamente diferente (e não exatamente positivo).
Parto da mesma esperança!
O livro pelo visto traz um romance bem conturbado, é complicado manter um relacionamento, sempre virá as dificuldades da convivência, mas quando se ama a pessoa, fazemos um esforço para que dê certo!! Tem horas que temos que deixar de lado algumas coisas, porém sem perder nosso essência!!
Achei a capa do livro bem linda,mas e a resenha está construída de um um jeito que até deixa o leitor curioso para ler o livro só que eu em particular me prendi na parte onde sita que os personagens se tornam cansativos e eu não acho isso legal além é claro de eu estar dando um tempos de livros com o conteúdo clichê, mas enfim ótima resenha.
Esse foi de fato um dos livros mais adultos que a Sophia kinsella Já escreveu mesmo sendo um chick-lit Ele era mais maduro mais bem aperfeiçoado na história e nos seus acabamentos eu conseguisse me sentir muito presente junto aos personagens da história conseguia me sentir parte do livro e eu acho que isso foi parte fundamental para que eu adorasse essa leitura