Frances está com problemas financeiros. Mora com sua mãe numa grande casa, agora quase em ruínas. Seus irmãos e seu pai morreram por causa da Primeira Guerra Mundial, e viver numa Londres, que tenta se reerguer depois de tanta destruição, está sendo difícil. Para ajudar nas despesas, as moças decidem alugar quartos vazios, e logo os primeiros hospedes chegam. Lilian e Len, casados há pouco tempo, são jovens e chegam quebrando a rotina monótona da casa. Frances logo começa a construir uma amizade com Lilian, ambas tem a mesma idade e quase os mesmos interesses em leitura e passa-temos. Dessa amizade, um afeto maior começa a florescer, algo que, por si só, já seria chocante na Londres dos anos 20.
A trama se divide em três partes extensas e monótonas. Nas primeiras páginas, somos jogados na rotina da casa. Frances é uma jovem com menos de 30 anos, solteira e sem intenções de se casar. Passa seu tempo administrando a casa, fazendo toda a limpeza e qualquer outro serviço pesado. Não pode pagar uma ajudante e sua mãe pouco faz para poupá-la. Sendo justo, a moça realmente ganha um desenvolvimento, a única personagem bem trabalhada. Ela desistiu de tudo para cuidar da sua mãe, é batalhadora, ousada e tem o desejo de ser feliz, mesmo que isso seja praticamente impossível na sua cabeça. O livro flerta ao tentar trabalhar as dificuldades de moças LGBTs numa sociedade machista e vitoriana. Mas nada fica muito claro, e a autora dá mais foco a descrições extensas e longas conversas.
Lilian, o nova hospede, é uma mulher aparentemente tímida e triste, mas no decorrer da leitura, a mesma se comporta mais como uma adolescente. Não ficam muito claros seus interesses e muito menos sua sanidade. Ela aceita qualquer coisa e depois fica chorando. Pouco do seu passado é mostrado e fica difícil torcer por ela. A moça não tem química com Frances e todo o seu romance é bastante trivial. A sua vida matrimonial com Len esconde bastante segredos, mas eles não chegam a surpreender quando descobertos.
No total, são mais de quatrocentas páginas, que poderiam ser menos. No final temos um mistério e o livro se torna tenso e macabro. Um crime é cometido e nossas protagonistas estão no meio disso de alguma forma. Mas a sensação que fica é a de que você já leu esse livro antes, você já viu essa trama em filmes e séries. E o pior é o sofrimento que Frances, nossa protagonista, é inserida.
Como dito acima, Frances é bem desenvolvida. Seu passado guarda segredos e uma triste história de amor com outra moça. Infelizmente, a trama não se aprofunda na dificuldade de ser livre sexualmente e não oferece nenhum alento para essa dor que a personagem passa. O grande arco do livro é um sofrimento pior do que aquele que Frances viveu no passado. Uma brutalidade física e emocional que fazem a moça terminar a história mais destruída do que nunca. E para o leitor fica apenas o sentimento de que seu sofrimento nunca vai sarar, pelo contrário, vai apenas se multiplicar.
OS HÓSPEDES é um romance com um mistério como plano de fundo, em uma Londres no pós-guerra. O saldo final é uma leitura que em alguns pontos se torna maçante e tenta oferecer alguns pontos interessantes, mas que não chega a cumprir o prometido pela sinopse.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Sarah WATERS nasceu no País de Gales em 1966 e é doutorada em Literatura Inglesa. Em 1998 recebeu o prémio New London Writers. Em 2000 recebeu o prémio do Sunday Times para jovens escritores e o prémio Somerset Maugham, ambos por Afinidade. O romance Falsas Aparências foi ainda finalista do Booker Prize. Foi considerada pela prestigiada revista Granta uma das 20 jovens escritoras britânicas mais promissoras.
TRADUÇÃO: Léa Viveros de CASTRO
EDITORA: Rocco
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 412
COMPRAR: Amazon
Oi, Rafael,
Eu imaginei que o livro seria voltado para o mistério inserido. Foi isso que me fazia querer lê-lo.
E, é uma pena que a autora optou por deixar de lado fatores discutíveis, tendo nas mãos a faca e o queijo. No entanto, ainda vejo que o livro ainda continua sendo intenso.
Realmente a premissa é interessante, pena que as 400 páginas não foram suficientes para tornar a história empolgante.
Não curto muito livros com personagens que sofrem muito e/ou desnecessariamente.
Oi Rafael!
Gostei bastante de conhecer o livro, nunca tinha ouvido falar dele…
A história parece ser boa, os personagens me chamaram atenção tbm, já vou add nos desejados e torcer para conseguir ler em breve ainda mais porque gosto mto de livros do gênero.
Bjs!
Em primeiro, carinha nova no blog!rs Ainda me perdi um pouco, mas é por ser novinho, logo me acostumo!rs Ficou lindo, tudo lindo!!! Quanto ao livro, eu vou confessar que não conhecia e não sei ao certo se gostei do que li ou não! Parece leitura arrastada demais e fico apreensiva com isso. Poderia ter sido melhor desenvolvido o mistério e a história do personagem , se fossem menos páginas,mas não foi!rs Então…talvez leia, mas não agora!
Beijo
Infelizmente não me senti tentada à ler desde a sinopse e a resenha me confirmou isso.
O livro aparenta ter uma ótima história, mas que se tivesse sido melhor desenvolvida, talvez faria dele um livro maravilhoso – mesmo com os clichês. Acho que pela autora ter deixado de lado esses mistérios e ter abrangido em tantos detalhes fez que a história perdesse seu encanto e ficasse massante, como disse.
Esse é aquele livro com um titulo chamativo e uma capa um tanto quanto atrativa.
Mas a sinopse por si só já não é intensa, não te faz querer devorar o livro, infelizmente
Não gosto nenhum pouco de livros monótonos, ele me fazem esquecer tudo que eu já li e perder a concentração que, para um livro de 400 páginas, é extremamente necessário.
Parabéns pela resenha, abcs…
A ideia dele até parece legal, mas caramba, é uma pena que pecou na execução. Não sei se seria um livro que me chamaria a atenção pra ler, o estilo dele e a história não é exatamente dos que corro pra pegar. Ter faltado uns desenvolvimentos por um lado e coisa demais desnecessária por outro, clichê, umas coisas com cara de já vi isso… isso de até tornar chatinho de ler….ahh, mas não anima. Não acho que leria mesmo.
Assim que vi a capa de Os Hóspedes imaginei que a sua história não iria chamar muito a minha atenção. Dito e feito, parti para a resenha e nada me conquistou a ponto de despertar meu interesse à história. Essa premissa de hóspedes chegando e se agrupando com diversas histórias diferentes não conseguiu me conquistar. Continuando a resenha, percebo que a narrativa e o mistério presentes no livro também não te fisgaram. Fica pra próxima!
Oi Rafael,
Ah, quando me deparei com essa capa, eu esperava muito um terror, ou, no mínimo um suspense, além da história não ser bem trabalhada, para mim não cumpriu o que promete.
Eu achei que a autora pecou não só nas descrições monótonas, mas também no desenvolvimento dos personagens, que bom que pelo menos um deles teve destaque.
Poderia ser um livro incrível, mas deixou muito a deseja, talvez algumas páginas a menos fizesse bem.
Beijos
Oi, triste ver um enredo que poderia ser muito bom não ter sido bem aproveitado do jeito que se merecia, eu particularmente não leria esse livro, livros que os autores meio que tentando preencher suas paginas acabam deixando a leitura tediosa não é pra mim e eu tenho a politica de não me conquistou nos primeiros capítulos já deixo de lado e dou logo pra outra pessoa. Eu fico feliz que o desenvolvimento da personagem principal tenha sido bom, por mais que isso por si só não seja o suficiente pra salvar o livro. Obrigada pelos post.
Olá.
Eu ainda não conhecia o livro, dentro de 400 páginas poderia ter sido uma ótima história com um desenvolvimento ótimo.
Gosto de histórias com sofrimento, a louca né rs, mas não tanto quanto Frances parece passar!
Olá! Confesso que não conhecia o livro, mas pela sinopse esperava bem mais, uma pena, a autora tinha tudo para nos brindar com uma história muito interessante, além de falar sobre um tabu para época. São tantos “e se” que fica bem difícil se arriscar na leitura.
Apesar de ser um romance e até interessante, ando fugindo de livros maçantes.
Não conhecia o livro e é a primeira resenha que leio e já não gostei.
cheirinhos
Rudy
Oi, Rafael!
Não sei se leria esse livro, pois não curto muito livros maçantes e que não prende a atenção do leitor. Apesar que que gosto de livros que falam sobre pós-guerras.
Gosto bastante de ler livros sobre guerras, preconceitos e tal, mas esse pareceu-me muito mal desenvolvido, com furos, superficialidades e ainda com muito sofrimento.
Ah, não vou querer ler, não.
De sofrimento já chega os da vida real, rsrs
bjs