
No primeiro dia de trabalho em uma prisão de segurança máxima, a enfermeira Brooke Sullivan aprende três regras cruciais: tratar todos os detentos com respeito; nunca revelar nenhuma informação pessoal; e jamais ser simpática demais com os presos. Ninguém sabe que Brooke já quebrou todas elas.
E ninguém sabe de sua íntima ligação com Shane Nelson, um dos detentos mais infames e perigosos da penitenciária. Nem que, na escola, Brooke namorou Shane – na época um atleta estelar, o menino de ouro condenado à prisão perpétua por uma série de assassinatos sinistros. Muito menos que o testemunho de Brooke foi crucial para colocá-lo atrás das grades. Mas Shane sabe. E ele nunca esquecerá.
Embora tenha sido lançado este ano (2025), “O detento” foi escrito antes da série “A empregada” e dos outros livros da autora que chegaram ao Brasil. Ainda assim, ele já traz parte da fórmula presente nas obras seguintes: personagens que escondem parte da verdade e, em certo ponto, se revelam como realmente são, causando uma reviravolta que muda a forma como vemos tudo.
Porém, em “O detento”, isso é menos marcante. A reviravolta não é tão surpreendente e os personagens são mais superficiais, o que diminui um pouco o interesse pelo que acontece com eles. Na verdade, o principal problema não é nem a superficialidade, mas a forma como ela cria distância do leitor. Para mim, foi quase impossível ter simpatia ou empatia por Brooke, pois ela é mostrada como terrivelmente burra, não por algo de sua personalidade, mas mais por conveniência do enredo.
Em “O detento”, algumas coisas precisam acontecer para a história avançar, mas não encontramos o mesmo cuidado visto nos outros livros da autora. Em vez de criar motivos convincentes, ela faz Brooke ter atitudes e reações exageradas, ilógicas e bem superficiais, deixando claro que o objetivo é apenas gerar suspense e surpresas. Só que isso perde a força por ser muito forçado.
Brooke é tão pouco crível que fica difícil se importar com o que acontece com ela. O mesmo acontece com Shane e Tim Reese, este último sendo o melhor amigo de infância de Brooke que (sem grande surpresa) é apaixonado por ela. Então o mistério gira em torno desses três: será que Shane realmente cometeu o crime pelo qual está preso ou Tim esconde quem ele realmente é?
Para quem já conhece os livros da autora, não é difícil perceber o que está acontecendo, mesmo com a adição de uma quarta personagem no final para fechar pontas soltas e tentar surpreender. Ainda assim, não considero “O detento” um livro ruim, só o mais fraco da autora, pois traz personagens menos interessantes e um mistério que não empolga muito, além de só esperar o leitor confirmar o que já suspeitava desde o começo.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Freida McFadden TRADUÇÃO: Fernanda Abreu EDITORA: Arqueiro PUBLICAÇÃO: 2025 PÁGINAS: 272 COMPRE: Amazon |