Prestes a terminar a escola, Izumi se diverte tirando fotos engraçadas e comendo cookies com suas três melhores amigas, Noora, Hansani e Glory. Apesar das personalidades diferentes, elas se uniram graças a uma característica em comum: ter ascendência asiática em uma cidade basicamente habitada por pessoas brancas. Juntas, elas formam a Gangue de Garotas Asiáticas, ou GGA.
E se a GGA tem uma especialidade é descobrir notícias em primeira mão. Então, quando Izumi conta para as amigas que encontrou um livro antigo com uma dedicatória romântica no quarto da mãe, elas resolvem investigar quem a escreveu. Afinal, talvez seja o intercambista que namorou a mãe de Izumi durante a faculdade e depois voltou para o Japão, sem saber que estava deixando uma filha para trás.
Não demora até as garotas descobrirem que o pai de Izumi é o solteirão mais cobiçado da família imperial japonesa: o príncipe herdeiro! Então, logo, Izumi é uma princesa. E quando o embaixador do Japão aparece em sua casa convidando-a para uma viagem para conhecer o pai, ela não pensa duas vezes.
Ao chegar em Tóquio, porém, Izumi percebe que ser uma princesa não se resume a vestidos e tiaras. A garota precisa aprender anos de tradições da noite para o dia, enquanto lida com a imprensa ávida por fofocas e primas encrenqueiras que não parecem nada empolgadas com a chegada de uma forasteira. Para completar, ela ainda precisa entender o que sente pelo seu jovem guarda-costas que, apesar de irritante, tem tudo para ser sua alma gêmea.
Separando os clichês do gênero, é interessante e importante acompanhar as questões levantadas sobre a importância dos costumes, ainda mais em uma cultura que os valoriza e os coloca como parte inseparável da vida. Como a modernidade e a juventude desta geração, devido a muitos fatores, prefere não manter esses costumes, mesmo aqueles que fazem sentido e que não são preconceituosos. Sim, porque muitos deles são datados, não são passíveis de existir quando lutamos por liberdade e igualdade.
De qualquer forma, a mensagem também é importante sobre a busca de Izumi por sua identidade, descobrir de onde vem, quem são seus antepassados, qual a importância de sua cultura no povo, na família, nela mesma, e quais os motivos para ainda existirem. É uma jornada de amadurecimento, mas também de aceitação, de valorização, de respeito pelos mais velhos e por ações que podem não fazer mais sentido no mundo moderno, mas que nem por isso devem ser ignoradas ou desrespeitadas.
UMA PRINCESA EM TÓQUIO é um romance leve, divertido, com uma personagem principal que consegue se transformar de uma adolescente numa mulher. A sua melhor característica é não se focar apenas no romance, mas principalmente nas relações entre os personagens, entre Izumi e seu pai, seu povo, e como ela consegue descobrir qual seu lugar como pessoa e como princesa.
AUTORA: Emiko JEAN
TRADUÇÃO: Raquel NAKASONE
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2021
PÁGINAS: 312
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