Daisy Jones e Billy são, talvez, o que todo cantor ou cantora de rock gostaria de ser: bonitos, carismáticos, talentosos e com uma baita presença de palco. Tudo que eles criam se torna um sucesso sem grandes esforços. Juntos, eles são caos e tempestade. A combinação perfeita, porém destrutiva um para o outro.

Mas calma, que DAISY JONES & THE SIX não é sobre esse relacionamento. É, sim, um romance. No entanto, existem várias outras nuances e temáticas que são abordadas. Como o vício em drogas e as consequências para a vida. A forma de lidar com a dor. E claro, o luto do que foi e do que poderia ter sido. Tudo isso enquanto acompanha a jornada de um grupo de amigos que queria se tornar a maior banda da história.

Para dar vida a esse enredo, Taylor Jenkins Reid, mesma autora de OS SETE MARIDOS DE EVELLYN HUGO, conta a história a partir de diálogos. Como se fosse um documentário, cada um dos personagens narra, a partir da sua perspectiva, o que aconteceu desde o início ao fim do grupo. E acredite, por mais curioso que isso possa parecer – comecei o livro com bastante preconceito -, trouxe um toque de originalidade a tudo e bastante dinamismo. Isso sem falar que a autora, talentosíssima como sempre, conseguiu juntar aqueles trechos formando uma narrativa.

Como consequência, trouxe ainda mais veracidade para o que foi falado ali, além de nos aproximar dos protagonistas. Boatos de que acreditei tanto na história que, ao final da leitura, pesquisei no Google como os artistas estavam hoje. Descobri, com dor no coração, que é uma ficção e sigo rindo da minha inocência.

Lado a lado, outro ponto interessante é que temos personagens com camadas. Os dois protagonistas são um exemplo disso. Por mais que se encaixem no clichê do rock “músicos talentos que se envolveram com drogas”, vimos que é mais do que isso. A autora não justifica o vício, entretanto mostra como ele surgiu e os gatilhos no cotidiano. Tudo com responsabilidade e sempre deixando claro como impactou os dois. É admirável, além de muito respeitoso com pessoas e familiares que sofrem pelo vício.

Um único ponto de alerta, e que não é bem um alerta, é sobre o risco de gatilhos. É uma leitura um pouco mais pesada. Logo é importante estar em um bom momento para não ser arrastado pela história.

De um modo geral, recomendo para todos os fãs de romance e histórias com uma pitadinha de drama. Ainda mais porque é uma obra dinâmica, que fisga a gente de jeito e não dá vontade de parar de ler depois que começamos.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Taylor Jenkins REID
TRADUÇÃO: Alexandre BOIDE
EDITORA: Paralela
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 359