Jeremy Camp é um dos cantores gospel mais conhecido dos Estados Unidos e também no mundo afora. Sua carreira é cheia de hits, sucessos e também desafios. No livro ENQUANTO ESTIVERMOS JUNTOS, teremos um recorte muito forte da sua vida, que narra seu envolvimento com Melissa, sua noiva que moldou toda a vida do rapaz daqui para frente. No livro vamos caminhando por toda a vida de Jeremy, com narração do próprio, que nos leva inicialmente para a sua difícil infância. Vindo de uma família extremamente humilde, o rapaz precisou amadurecer rápido ao lidar com a fome e com as instabilidades no lar. Seu pai foi por muito tempo viciado em drogas e álcool e isso quase ceifou a sua vida. A conversão do mesmo veio para mudar não só a vida dele, como a vida de todos na família. A espiritualidade se tornou muito forte nessa família, coisa que eles nunca abandonaram.

Em seguida temos Jeremy indo seguir seus sonhos, ele tinha muito potencial para o futebol universitário, mas o rapaz acaba escolhendo o caminho da música e da fé, ambas coisas que lhe interessavam demais. E é na faculdade que ele acaba conhecendo Melissa, nascendo assim, mutuamente, um sentimento. Mas as coisas começam a complicar, quando Melissa descobre ser portadora de um câncer em estágio avançado. Depois de muito sofrimento, oração e cirurgias, a moça acaba entrando em recessão, passando um tempo livre da doença.

Os jovens se casam, mas durante a lua de mel, Melissa volta a sentir dores e ao ir fazer exames, ela descobre que o câncer se espalhou e que agora não há mais o que se fazer. Esse acontecimento que, de início, parecia ter vindo para destruir a vida de ambos, foi superado com muita fé e oração. Mesmo no leito de morte, a jovem não perdia a esperança e acreditava piamente que tudo vem com um significado. Ela parte pouco tempo depois de dar entrada no hospital, ficando apenas cem dias casada com Jeremy. E durante o pior momento de sua vida, Jeremy sente o chamado de Deus para compor aquele que seria o seu maior sucesso, a música que mudou a sua vida, a canção “I Still Belive”, composta em apenas 10 minutos.

O livro é uma biografia narrada pelo próprio autor e é possível sentir a dor do mesmo ao passar novamente por esses momentos tão difíceis. Jeremy passa muita fé e espiritualidade em tudo o que faz ou fala, deixando a leitura extremamente emocionante em diversos momentos. É de fato um livro que pode ser chamado de deprimente, mas o autor sente e mantém a esperança e nunca se vitimiza. Ele passa por todos os estágios da dor de maneira sólida, nada aqui é apelativo.

Mas a vida continua e é muito bonito ver que Jeremy ainda continua divulgando toda a mensagem bonita de fé e esperança que envolve seu relacionamento com Melissa. Ele agora tem uma família com filhos e esposa e continua divulgando mensagens de amor a Deus e parece estar extremamente feliz.

A trama é extremamente bem dividia em capítulos com mais ou menos dez, quinze páginas, narrados com clareza e sem melodrama. O livro caminha literalmente por toda a vida do autor, seu lado familiar recebe grande destaque no começo, e no final temos uns bastidores interessantes sobre a produção do filme que se baseou neste livro e que estreou em 2020.

No final, nós temos uma biografia muito bem escrita e emocionante. Os relatos são fortes e podem ser gatilhos para quem viveu ou conhece quem, infelizmente, passou pelo câncer. Mas também é uma história bonita de fé e espiritualidade. Para quem gosta do gênero ou é fã do cantor, a leitura é indispensável.

Já no filme, temos o total destaque no relacionamento de Jeremy com Melissa. Com literalmente tudo o que vimos nas palavras ganhando vida na tela. Faltou dar conteúdo para Jeremy, que no filme já começa indo para a faculdade e conhecendo a moça. Não temos nada sobre a sua difícil infância e toda a conversão envolvendo seu pai que era usuário de drogas. Isso tudo foi de extrema importância na construção do caráter do rapaz, mas infelizmente ficou de fora do filme. Mas a trama em si não é ruim, temos um bonito romance trágico que passa bastante do sentimento que a história real emana para o espectador.

Estrelado por K. J. Apa, protagonista da série “Riverdale” e Britt Robertson, do filme “Tomorrowland”. A escolha do casal já é uma das melhores coisas do longa, pois realmente ambos emanam muita química juntos, não há arficialidade aqui. Britt está em um de seus melhores desempenhos, passa muita dor e esperança com seu olhar e manda muito bem no drama. Já K. J. é um protagonista extremamente carismático e boa pinta, aquele tipo de personagem agradável que a gente quer ser amigo.

A produção é muito bonita e dá para ver que rolou um investimento pesado na história. É uma mistura de “Um Amor Para Recordar” com “A Culpa é das Estrelas”, mais uma pitada de música gospel. É dirigido pela mesma dupla que comandou outro drama gospel interessante, chamado “Eu Só Posso Imaginar”, então se você gostou desse, vai curtir ENQUANTO ESTIVERMOS JUNTOS também.


AUTOR: Jeremy CAMP
TRADUÇÃO: Fernanda MARÃO
EDITORA: Principium
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 268


COMPRAR: Amazon


DIREÇÃO: Jon e Andrew ERWIN
DISTRIBUIÇÃO: Paril Filmes
DURAÇÃO: 1 hora e 55 minutos
ELENCO: K. J. APA, Britt ROBERTSON, Gary SINISE