Em MEIA-NOITE, EVELYN!, Evelyn Casey precisa se casar. Do contrário, corre o risco de perder tudo o que mais ama no mundo: as terras onde cresceu, a casa pela qual lutou e, principalmente, a tutela da meia-irmã, Violet. Esse caos é culpa de três homens: o padrasto, que morreu na ruína; o irmão dele, conde Derby; e Harry Montfort, o mulherengo e inconsequente filho de seu padrasto. Harry Montfort odeia os nobres, o reino e a alta sociedade inglesa, apesar de muito a contragosto ser um duque. Ele está satisfeito com a vida de empresário bem-sucedido em Nova York. Mas, quando o maldito tio entra com um pedido na Câmara dos Lordes para assumir o título que Harry abandonou e a própria rainha o convoca, ele se vê obrigado a retornar à Inglaterra para exorcizar de vez os fantasmas do passado.

Mas Harry não contava que a breve estadia no reino fosse virar um pesadelo — é o que acontece quando a monarca exige que ele se case e assuma suas responsabilidades como duque. E contava menos ainda que fosse cruzar com uma ruiva impulsiva e cheia de personalidade: Evelyn Casey, a filha de sua madrasta. Uma vez reunidos, Evelyn e Harry entendem que um casamento de aparências é a solução para todos os seus problemas. Mas será que um deles — ou os dois — cometeriam a loucura de se apaixonar?

Quando comecei MEIA-NOITE, EVELYN!, esperava um romance de época normal, aquele clichê, onde os cavaleiros são os machos alfas predadores, libertinos, pecaminosos, entre outras coisas, sou uma grande fã de Os Bridgertons, e mesmo meu lado feminista gritando, adoro o cortejo que fazem.

Mas vamos aos fatos. Evelyn, é uma personagem incrível, ela mostra o poder que tem ao recuperar as finanças da família, cuidar de suas irmãs e o amor que ela tem pelos cavalos. Entretanto, Eve e seu brilho começam a se apagar na leitura, o seu amor pelos cavalos somem, o seu poder de decisão somem, e isso acabou me deixando um pouco chateada, porque não é só ela e sua personalidade que mudam.

Quando conhecemos Harry, ele é sedutor, destemido, sabe o que quer, e sabe mais ainda o que não quer, que seria assumir seu lugar como Duque, agora que o pai se foi. Harry é muito mais que um homem “libertino”, ele tem princípios e precisa enfrentar seu passado. Mas após a paixão, também acaba perdendo seu brilho, aquele homem de negócios que ama seu hotel na América se torna um grudento que só pensa em sexo toda hora e que não admite a sua esposa seu passado.

Não me entendam mal, o livro é muito bom, a história, o contexto, a autora soube trazer elementos bons, mas parece que ao se apaixonarem, ambos deixaram seus temperamentos – que foi onde começaram a sentir atração um pelo outro – de lado. Começamos vendo dois personagens completamente opostos e ao mesmo tempo tão iguais, e no final ficamos com dois completamente apaixonados com muito, muito, muito grude.

E por falar em final, eu acredito que o “felizes para sempre” deles poderia ter sido melhor, se um elemento – ou melhor – se um elefante na sala fosse deixado de lado. Foi uma adição completamente desnecessária e sem sentido algum, que apenas serviu como uma brecha para outro personagem.

Apesar desses pequenos detalhes, a autora trouxe elementos importantes, como o abuso de mulheres e crianças, o comércio ilegal de meninas, a falta de punição para homens com poder (condes, lordes, duques, etc), e as marcas que isso deixa nas pessoas mesmo após estarem adultas. Esse foi uma das melhores características do livro. Acredito que são fatos realmente importantes a serem tratados, principalmente nessa época que a mulher não tinha voz na sociedade, até hoje não temos tanta, mas estamos lutando cada vez mais por isso.

Também está inserido na história, um pouco do feminismo, foi um fato que gostei bastante durante a leitura. No mais, a história é um clichê de época, não tem como negar. Os ápices do livro são a Violet, a bebê, que chama Evelyn de irmamãe, já que só tem ela como exemplo, ela é uma das personagens que roubam a cena quando aparecem, e você consegue imaginar uma criança exatamente igual a ela.

É um livro diferente, e ao mesmo tempo clichêzinho, aquele que aquece seu coração, que a leitura flui, que você consegue ler ele em poucos dias (eu levei um final de semana). Enfim, é um livro que fala sobre o amor, e como ele supera a vingança.


AUTORA: Babi A. SETTE
EDITORA: Verus
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 392


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